"Os planos do diligente conduzem à abundância,
mas a pressa excessiva, à pobreza"
(Pv 21:5)
Esta semana, quando li o dito proverbial acima citado, observei o quanto tais palavras podem interessar às pessoas ansiosas que desejam resolver as suas necessidades de uma só vez (ou com muita rapidez). Confesso que sou um dos que luto contra isso nos meus conflitos diários.
Tão prejudicial quanto a preguiça ou uma vida de prazeres desregrados seria a pressa. No livro bíblico de Provérbios, há uma conhecida passagem em que o autor sagrado manda o preguiçoso inspirar-se no labor das formigas (ler Pv 6:6-11) e, com uma dose de humor, fala até sobre a perda da vontade de auto-preservação de quem se deixa aprisionar por tal comportamento destrutivo (conf. Pv 19:24). Entretanto, aquele que é dominado pela ansiedade, devido à pressa excessiva em executar as coisas (ignorando o momento oportuno de fazê-las acontecer), faz com que toda a trabalheira empreendida num projeto desça por água abaixo gerando desgaste emocional e muita frustração.
Esse ensino de sabedoria certamente encontra uma vasta aplicação em nossas vidas. Tem a ver com os planos profissionais que elaboramos, com um projeto matrimonial que inclua a escolha do futuro cônjuge, um tratamento de saúde de risco sem antes ouvir a segunda opinião de um outro médico, a realização de um negócio importante (compra de uma empresa, carro, imóvel, bois, obras de arte), empréstimos, bem como pode estar relacionado também com o ministério eclesiástico numa congregação religiosa. Isto seria quando, por exemplo, desejamos promover o bem alcançando vidas para o Senhor mas, ao mesmo tempo, não deixamos Deus trabalhar no coração do nosso irmão. Ou ainda na hipótese de liderarmos algo prematuramente sem antes haver um preparo suficiente de nossa parte assim como da equipe de obreiros coordenada.
É provável que essa pressa seja causada por uma equivocada ambição de independência do homem quanto ao seu Criador. E também porque deixamos crescer em nós alguns sentimentos como o medo do fracasso, a ganância de ganhar sempre mais ou a ansiedade de se livrar de uma situação desagradável a ponto dessas coisas controlarem as emoções influenciando os desejos. Às vezes queremos desfrutar tão rapidamente de algo a ponto de já não refletirmos mais acerca das consequências das escolhas tomadas e aí, "se a cabeça não pensa, o corpo padece", conforme diz um conhecido ditado popular da cultura brasileira.
Ao contrário do apressado, o qual "come cru", eis que os projetos do homem diligente possuem grandes chances de sucesso. Trata-se, pois, de acordar cedo porém respeitando as inegociáveis horas de sono. E, se bem pensarmos, a diligência deve considerar tanto o movimento quanto o repouso e que "tudo tem o seu tempo determinado", existindo um momento oportuno para "todo propósito debaixo do céu" (Ec 3:1).
Um abraço a todos e tenham um feliz descanso semanal!
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