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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Os enganadores sem graça

"Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom e vos deleitareis com finos manjares." (Isaías 55.1-2; ARA)


Contrariando o que está escrito na passagem bíblica acima, frequentemente nos deparamos com as mais enganosas campanhas de “pastores” promovendo as milionárias campanhas financeiras no meio evangélico.

Não vejo nem necessidade de citar os nomes dessas “igrejas” que, usando o nome de Jesus, querem comercializar as bençãos de Deus em troca do recebimento de ofertas. Pra mim, tais denominações não estão pregando o Evangelho da graça e sim um outro evangelho que, apesar de seguirem aparentemente a tradição bíblica, induzem milhões de pessoas a um relacionamento de barganha com Deus.

Até quando!? Até quando o povo continuará dando ouvido a esses enganadores? Será que as pessoas que frequentam tais "igrejas" não podem ao menos meditar no que diz a Palavra em Isaías 55?

Pessoas como eu são muitas das vezes chamadas de intolerante porque denunciamos a corrupção do cristianismo. Porém, sinto que este é o dever de todo quele que é seguidor de Jesus, pois não podemos aceitar passivamente que milhões de irmãos e irmãs continuem sendo enganados pela astúcia desses lobos que se vestem de ovelha, contra os quais o apóstolo Paulo severamente advertiu as igrejas e seus discípulos. Pois, embora num contexto diferente, foi isto o que Paulo disse a Timóteo:


“Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro.” (1 Tm 6.3-5)


Mais adiante, na mesma epístola, Paulo ainda faz um advertência contra os perigos da riqueza, ensinando que o amor ao dinheiro é a origem de todos os males, pois atrai várias outras concupiscências e pode nos desviar da fé (conf. com versos 9 e 10).

Além dos seguidores das campanhas de prosperidade dessas “igrejas” não estarem conhecendo a verdadeira Mensagem da graça, muitos têm sido induzidos a um materialismo e são apresentados a valores não bíblicos que talvez nem cultivassem na época em que eram católicos, visto que os padres consideram a pobreza como uma virtude.

É muito triste ver o estado em que se encontra o meio evangélico e cristão de um modo geral. Porém, quando olhamos para trás e refletimos sobre os homens da Bíblia, percebemos que muitos dos apóstolos e profetas passaram por dificuldades semelhantes em seus dias, desafiando sacerdotes descompromissados como eram os filhos de Eli. Estes, segundo o texto do livro de I Samuel, eram chamados de “filhos de Belial”, pois não tinham nenhum respeito pelas ofertas que o povo trazia.


"Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não se importavam com o SENHOR; pois o costume daqueles sacerdotes com o povo era que, oferecendo alguém sacrifício, vinha o moço do sacerdote, estando-se cozendo a carne, com o garfo de três dentes na mão; e metia-o na caldeira, ou na panela, ou no tacho, ou na marmita, e tudo quanto o garfo tirava tirava o sacerdote tomava para si; assim se fazia a todo o Israel que ia ali, a Siló. Também, tentes de se queimar a gordura, vinha o moço do sacerdote e dizia ao homem que sacrificava: Dá essa carne para assar ao sacerdote; porque não aceitará de ti carne cozida, senão crua. Se o ofertante lhe respondia: Queime-se primeiro a gordura, e, depois, tomarás quanto quiseres, então, ele dizia: Não, porém hás de ma dar agora; se não, tomá-la-ei à força. Era, pois, mui grande o pecado desses moços perante o SENHOR, porquanto eles desprezavam a oferta do SENHOR.” (1 Sm 2.12-17; ARA)


Será que nos nossos dias as coisas são diferentes? Quantos Hofni e Finéias não existem por aí?

Creio que precisamos compreender que a corrupção religiosa, até o final dos tempos, continuará existindo e fazendo miséria na terra. Teremos sempre que nos vacinar contra os maus obreiros e contra os falsos pastores pois eles surgem no nosso meio, tendo na religiosidade o maior disfarce. Porém, quando colocamos os nossos corações em Deus e compreendemos intimamente a Mensagem da graça, Ele nos dá discernimento para não cairmos nas astúcias desses homens enganadores.

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