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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

No meu velório, vou querer festa

Hoje um amigo do Facebook (e que também é blogueiro) escreveu o seguinte:

"Silêncio num enterro um c*, enterro é pra chorar gritar, desabafar, prometer, e defender a honra de um morto. Boca foi feita pra falar, já vamos passar a eternidade em silêncio absoluto, na vida que o silêncio só dure um minuto." (Esdras Gregório)

Concordo em parte com ele pois entendo que, respeitando alguns momentos de silêncio, as pessoas também precisam expor seus sentimentos sem reter as emoções. Principalmente os que são da família e amigos mais próximos do morto. Segundo a Bíblia, José, filho de Jacó,  vivenciou com intensidade o falecimento do pai lançando-se sobre seu rosto, chorando e beijando o corpo (Gn 50:1).

Em algumas culturas africanas e asiáticas, os funerais são muito estimados pelas populações tradicionais. Há lugares em que a despedida de quem já se foi chega a durar vários dias. Cuida-se dr algo que para nós pode parecer estranho e aparentemente doloroso, mas creio que deva ajudar na superação da perda.

Devido a razões econômicas, pois vivemos numa sociedade onde tempo é dinheiro, dificilmente teríamos funerais como os de uma tribo ou aldeia de certas regiões do planeta onde as pessoas vivem comunitariamente. Porém, penso que devemos resgatar um pouco mais de convívio humano nessas ocasiões, a princípio indesejadas, tal como era feito no Brasil de antigamente até à primeira metade do século XX. Inclusive no Nordeste, quando era costume "beber o defunto".

No Oriente, dizem que, quando um homem chega aos quarenta, deve comprar o seu caixão. Mas eu, porém, prefiro não antecipar esse gasto até porque o dinheiro investido poderá valer mais no dia de minha morte e/ou o caixão não mais servir por se deteriorar com o tempo. Isso sem contar que acho anti-ecologico continuarmos enterrando pessoas (se meu candidato a prefeito tivesse ganho, iríamos propor um crematório municipal em Mangaratiba) tendo em vista os impactos diversos causados por um cemitério. Mas respeito o direito de cada um pois há quem insista em ter um enterro mesmo não estando mais aqui para participar.

Seja como for, sou a favor de que façamos velórios bem animados e festivos para ajudar os presentes a suportarem o momento doloroso. Por isso, não canso de dizer à minha esposa que, quando eu morrer, quero que ela sirva bolo e guaraná (nada de álcool) para os convidados. E tem que ser de chocolate pois é o meu sabor preferido! Só espero que ela ou quem estiver vivo se lembre.

Boa semana a tod@s!


14 comentários:

  1. Sabe que mais? Esse seu amigo tem toda a razão. É uma excelente ideia, custe a quem custar!

    Bjos e um dia feliz

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  2. O grande nó é que após a nossa morte, o que vale é o DESEJO do Outro. Em certo sentido, o Morto que fica não é o morto que vai. (rsrs)

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  3. Pensando bem, melhor deixar os sobreviventes fazer o que bem quiserem no meu velório. Se, ao invés dr bolo e guaraná, quiserem hambúrguer e coca-cola, já não estarei mais aqui. Kkkkkk

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  4. Querido amigo

    O problema nem será bem o se falar durante o velório. O problema é que se formos falar uns com os outros,m os cruzamentos de vozes será tal que ninguém se entende. Existe sempre quem queira contar algo, como anedota, e quem ria alto e a bom som. Não creio, até porque sou cristã, que isso fosse bonito, num velório

    Saudades suas. Abraço aconchegado

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  5. Olá, Raquel. Obrigado por sua visita e comentários. O comportamento funerais é, a meu ver, muito relativo conforme cada cultura, época e lugar. Inclusive entre os povos de religião cristã. Veja que, em outras épocas, os corpos eram enterrados em igrejas, o que depois deixou de ocorrer passando a ser em cemitérios.

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  6. Olá, rRdrigo!

    Tudo bem? E de férias, não? O carnaval está quase aí e o Brasil se prepara para a festa mor.

    Já tinha lido esse seu texto, há uns dias, e até achei piada àquilo que pretende no seu velório. Bem, se morrer durante o carnaval, vai ter mesmo festão.

    Abraços.

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  7. Bom dia, CEU.

    Não gostaria de morrer no Carnaval, mesmo se for no de 2077, com 100 anos, para não dar trabalho a quem fica. Tudo bem que a festa estaria pronta, só precisando preparar o bolo e fazer o refresco de guaraná. Porém, o problema é que as pessoas não gostam de trabalhar nessa época por aqui. O cartório estaria fechado, os poucos médicos que atendem nas unidades de saúde de Mangaratiba estariam ocupados cuidando dos turistas brbrdos que estariam tomando glicisr na veia e ateasariam para ir no local do óbito dar um atestado à família, o coveiro iria estar na folia e, enfim, meu corpo iria ficar na csoela mortuária do cemitério até a tarde de quarta-feira. Isto, se os funcionários que são públicos voltar ao trabalho no dia seguinte ao Carnaval e não resolverem "enforcar" a semana toda de modo que se o chefe os mandar enterrar os ossos, SS estiverem embriagados, pensarão que é pra curtir o "enterro dos ossos" de sábado, quando se faz a última comemoração do Carnaval na maioria das cidades brasileiras, mesmo sendo depois das Cinzas.

    Enfim, não é um bom negócio bater as botas nesta época kkkkkkk

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  8. Como digitei do celular, ficou horrível. Reescrevo corrigindo:

    Bom dia, CEU.

    Não gostaria de morrer no Carnaval, mesmo se for no de 2077, com 100 anos [de idade], para não dar trabalho a quem fica. Tudo bem que a festa estaria pronta, só precisando preparar o bolo e fazer o refresco de guaraná. Porém, o problema é que as pessoas não gostam de trabalhar nessa época por aqui. O cartório estaria fechado, os poucos médicos que atendem nas unidades de saúde de Mangaratiba estariam ocupados cuidando dos turistas bêbados que estariam tomando glicose na veia e ateasariam para ir no local do óbito dar um atestado à família, o coveiro iria estar na folia e, enfim, meu corpo iria ficar na capela mortuária do cemitério até à tarde de quarta-feira. Isto, se os funcionários (que são públicos) voltarem ao trabalho no dia seguinte ao Carnaval e não resolverem "enforcar" a semana toda de modo que, se o chefe os mandar enterrar os ossos, e eles estiverem embriagados, pensarão que é pra curtir o "enterro dos ossos" de sábado, quando se faz a última comemoração do Carnaval na maioria das cidades brasileiras, mesmo sendo depois das Cinzas.

    Enfim, não é um bom negócio bater as botas nesta época kkkkkkk

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