Páginas

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Mercados cheios de transgênicos



Quem diria?! O saboroso mingau de Cremogema que a vovó fazia antigamente agora é vendido nas prateleiras dos supermercados com amido de milho transgênico. E não é só a Maizena! Produtos de outras marcas conhecidas como a Yoki também estão contaminadas com organismos geneticamente modificados - OGMs.

Até uns tempos atrás, algumas empresas grandes faziam questão de informar nas embalagens que o produto comercializado era "livre de transgênico". Agora, porém, parece que tal informação perdeu importância para o resultado das vendas e para o esquecido público formador de opinião. Lamentável!

É certo que a grande maioria dos compradores no Brasil nem lê sobre as informações nutricionais básicas dos alimentos que vão parar nas mesas de suas casas. O cidadão comum nem esquenta a cabeça com aquilo que ele ingere por dia! Com isso, a nossa população está se tornando obesa. O brasileiro deixou um passado de subnutrição para se tornar hoje um povo gordo e mal nutrido. Inclusive o que mais se vê nas ruas são crianças com péssimos hábitos dietéticos negligenciados pelos pais. Um inegável reflexo do que significa o desenvolvimento econômico petista...

Todavia, busco defender um padrão diferente nos hábitos de consumo. Sei que é inevitável seguir uma alimentação 100% livre de transgênicos. Principalmente se agente não possui uma renda satisfatória que permita adquirir as coisas de qualidade expostas em lojas de produtos naturais em geral mais caras do que as convencionais. Ou pior, quando comemos em restaurantes e mal podemos saber de onde vem a comida oferecida nos cardápios. Só que em todos os casos é possível selecionar as mercadorias encontradas nas prateleiras e, desta maneira, levar um estilo de vida mais saudável.

Mas afinal de contas, qual é o problema dos transgênicos?

Não nego que, na década anterior e no final dos anos 90, houve uma dose elevada de alarmismo entre a opinião pública no que diz respeito à saúde humana. Neste caso, os malefícios diretos seriam quase os mesmos dos alimentos cultivados com defensivos e adubos químicos na agricultura convencional de larga escala. Apenas os produtos orgânicos proporcionariam benefícios superiores aos da biotecnologia empregada hoje no mercado para atender interesses puramente comerciais de grandes empresas.

Então um alimento transgênico poderia ser melhor do que outro cultivado com agrotóximos mas sem OGMs?

Bem, se pensarmos de maneira holística, o transgênico causa um terrível mal sócio-ambiental. Pois, na prática, o que ocorre é o aumento da dependência econômico-tecnológica do homem do campo (e de países pobres) em relação às companhias que vendem as sementes transgências de cultivo e mais seus respectivos venenos a exemplo do herbicida da Monsanto. A nociva monocultura continua sendo utilizada causando o esgotamento do solo e o surgimento de novas pragas. Tudo isso contribui para o desaparecimento das variedades de espécies alimentícias tradicionalmente produzidas.

Para a humanidade libertar-se do poderio dos laboratórios de sementes e, finalmente, usufruir os benefícios de uma agricultura orgânica e limpa será uma luta árdua que pode demorar anos. Isso exigirá o rompimento com os valores da economia de mercado e requer a conscientização do consumidor. Por isso, nunca é tarde demais lembrar o público sobre os malefícios dos transgênicos afim de que as pessoas não se esqueçam facilmente como costumam fazer quando vão às urnas nas eleições.

Um comentário:

  1. Por esses dias, quando fui a Itaguaí, fui a uma loja de produto natural procurar um substituto para a Maizena que não fosse transgênico. Infelizmente não achei nenhum amido de milho lá. Acabei optando por comprar 400 gramas de farinha de arroz da Mãe Terra, pagando quase o mesmo se fosse comprar o amido de milho, e pedi para minha esposa Núbia fazer o mingau pra mim. Confesso que não ficou tão gostoso (talvez pela nossa falta de prática com o novo produto e falta de receita), mas também a experiência não saiu ruim. Aprovei a ideia e procurei convencê-la a passar a consumir também a farinha do arroz porque seria mais leve para o organismo e adequada para quem está fazendo dieta de controle de peso como é o caso dela. Afinal, farinha de arroz não contém glúten...

    ResponderExcluir