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| Entre o fogo da lenha e o silêncio da espera |
O Evangelho de Lucas narra que Jesus nasceu longe dos palácios e das grandes estruturas de poder, porque “não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2,7). O Filho de Deus vem ao mundo em uma manjedoura — sinal claro de que o divino se revela, antes de tudo, na simplicidade, no que é pequeno, no que não chama atenção.
O Natal, porém, muitas vezes nos encontra no extremo oposto dessa cena: agendas cheias, listas intermináveis, ansiedade por dar conta de tudo. A festa corre o risco de se tornar barulho. É nesse ponto que a literatura e a espiritualidade se encontram para nos alertar.
A imagem de um bule de café aquecendo lentamente no fogão a lenha ajuda a compreender essa espiritualidade. Não há urgência ali. A água ferve no tempo certo. O café é passado com calma. É nesse ritmo que a alegria se deixa encontrar — e talvez seja nesse mesmo ritmo que Deus continua a nascer.
Que, às vésperas do Natal, a gente tenha a coragem espiritual de desacelerar, simplificar e reconhecer o essencial. Afinal, foi no simples que tudo começou.

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