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terça-feira, 30 de abril de 2019

O direito de vaga em creche de toda criança



Assisti pela manhã, no sítio de relacionamentos Facebook, o vídeo gravado por uma mãe sobre as dificuldades que outras mulheres aqui em Mangaratiba estão passando para matricular seus filhos numa creche. 

Acontece, meus amigos, que o acesso à pré-escola e creche trata-se de um direito fundamental da própria criança, não podendo jamais ser permitido que a criança fique impedida de frequentar estabelecimentos de educação infantil como várias prefeituras fazem ao se omitirem. Isto porque muitas das vezes quando os pais buscam uma vaga em creche deparam-se com a tão temida "lista de espera" que, por sua vez, chega a conter mais de cem crianças aguardando... Aí acaba passando o ano e vem outro ano, mas nunca que o seu filho é chamado. 

Todavia, não podemos esquecer que a colocação da criança em lista de espera é flagrantemente ilegal. Pois uma Prefeitura, ao negar o pronto atendimento e a matrícula do menor, fere a Constituição federal que prevê tal direito em seu artigo 228 que fala da garantia à educação infantil das nossas crianças: 

"O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de (...) IV – educação infantil, em creche pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade."

Portanto, as crianças entre zero e cinco anos possuem direito assegurado a frequência em creche e pré-escola e isso deve ser observado tanto pelas prefeituras quanto pelos pais. Inclusive, deve ser acrescentado aqui que o acesso da criança à pré-escola e creche não garante apenas aos pais a possibilidade de trabalharem despreocupados e sem a necessidade de pagar uma pessoa para cuidar dos filhos, mas também proporciona à própria criança um desenvolvimento físico e mental gerado pelo processo pedagógico e educacional condizente com sua idade. Sendo assim, sabendo que é um direito da criança frequentar a creche ou a pré-escola, você que é mãe não pode ficar de braços cruzados quando tiver a vaga de seu filho negada pela Prefeitura e ser informada que terá que aguardar uma lista de espera. 

Na hipótese de negativa de matrícula, minha sugestão é a mãe pegar o comprovante do pedido de vaga, ou algum papel similar que comprove que a criança tentou a vaga e foi colocada na fila, e então buscar o direito do menor junto à Justiça através da Defensoria Pública. E para quem não sabe, o menor é tratado com prioridade pois processo é feito com pedido liminar, que costuma ser deferida mais rápido de modo que é possível conseguir a matrícula da criança em curto espaço de tempo. 

Concluindo, então sempre que for negada a vaga de seu filho, não fique inerte. Deve-se ir depressa na Defensoria e procurar o direito da criança junto à Justiça, garantindo assim o acesso a educação e o pleno desenvolvimento do menor. 

Otimo final de quarta-feira a todos!

domingo, 28 de abril de 2019

O imposto na conta



Reparei na minha última fatura de energia elétrica que chegou uma informação da concessionária ENEL acerca da composição do valor cobrado incluindo aí os impostos e confesso ter ficado perplexo. Pois cuida-se de algo bem maior do que era cobrado em Minas Gerais na época do Tiradentes...

Sinceramente não me importaria de pagar esses 31,2% caso o dinheiro dos nossos impostos fossem melhor investidos em benefício da sociedade. E também se não houvesse tanta corrupção.

Todavia, mesmo insatisfeito com os governantes, não deixo de pagar meus tributos por motivo de obediência às leis. Trata-se de "dar a César o que é de César", conforme a interpretação que muitos dão ao célebre dito de Jesus de Nazaré.

Seja como for, é bom saber o quanto nos custa a "mordida do leão" em cada produto ou serviço contratado, o que deveria ser informado sempre ao consumidor. Afinal, via de regra, quem compra é também o cidadão que elege os parlamentares e gestores públicos. E estes, por sua vez, são aqueles que irão gastar geralmente mal o nosso dinheiro.

Enfim, o jeito é pagar a conta hoje e, no próximo pleito, não elegermos mais o "César"...

Otima semana a todos!

domingo, 21 de abril de 2019

O segundo feriado do dia...



Nem todo mundo sabe, mas o feriado de Tiradentes, comemorado em 21/04, foi estabelecido pela Lei Federal n.º 4.897/1965, durante o governo do presidente Castelo Branco, quase vinte meses depois da implantação do regime militar no Brasil. 

Trata-se de uma justa homenagem ao herói nacional Joaquim José da Silva Xavier, mártir da Inconfidência Mineira, o qual foi executado neste dia em 1792. E, segundo o próprio texto legal, as Forças Armadas, os estabelecimentos de ensino, as repartições públicas e de economia mista, as sociedades anônimas em que o Poder Público for acionista e as empresas concessionárias de serviços públicos, com a presença de seus servidores, deverão celebrar as comemorações em memória do homem que é considerado "Patrono da Nação Brasileira":

"Esta manifestação do povo e do Govêrno da República em homenagem ao Patrono da Nação Brasileira visa evidenciar que a sentença condenatória de Joaquim José da Silva Xavier não é labéu que lhe infame a memória, pois é reconhecida e proclamada oficialmente pelos seus concidadãos, como o mais alto título de glorificação do nosso maior compatriota de todos os tempos." (Art. 3º da Lei)

Ora, devido a essa origem histórica revolucionária e que buscou rever os fatos do passado (durante cerca de cem anos Tiradentes e foi visto como um subversivo até ser proclamada a República), surgiu entre nós a tradição de realizar protestos políticos no 21 de abril, conforme temos visto nas últimas décadas. Aliás, no ano passado, houve manifestações em Ouro Preto (MG) e em Curitiba (PR) pedindo a liberdade do ex-presidente Lula.


Em 2019, devido à coincidência da data com o Domingo de Páscoa, o momento acaba se tornando inoportuno para manifestações de rua já que as pessoas iriam se furtar à convivência familiar e religiosa. Porém, para quem está ansioso pra colocar a boca no trombone, aguenta firme aí porque o 1° de Maio está bem próximo e vai cair numa quarta-feira, quando milhares e milhares de trabalhadores sairão em passeata contra essa reforma da Previdência de Jair Bolsonaro. 

Aguardemos a outra semana!

sábado, 20 de abril de 2019

Não é preciso malhar o Judas!



Alguns conhecidos meus me chamaram para participar hoje da tradicional "malhação de Judas", a qual consiste em surrar um boneco do tamanho de um homem, forrado de serragem, trapos ou jornal, pelas ruas de um bairro e, ao final, atear fogo a ele, normalmente por volta do meio-dia. E há tempos que se tornou costume entre nós enfeitar o boneco com máscaras ou placas com o nome de políticos e outras personalidades não tão bem aceitas pelo povo.

No entanto, respondi a esse jovem que o Judas a si mesmo "se malha". Pois, conforme fez o personagem dos evangelhos que, tendo devolvido as 30 moedas de prata, veio a se enforcar, assim agem também os traidores do povo ao provarem eles mesmos das consequências de suas atitudes.

Ora, onde estão hoje Cabral, Picciane e Pezão? Entretanto, mesmo se os Judas da política brasileira estivessem curtindo os dois feriados nas suas respectivas mansões, não ficariam impunes. Caso vivessem todos os dias no luxo, suas consciências lhes cobrariam e, dificilmente, alcançariam paz interior após terem roubado e matado tanta gente com a tinta de suas canetas.

Ora, Jesus mesmo não ordenou aos seus apóstolos que malhassem o Judas. Aliás, durante a Ceia, em momento algum o Mestre o expôs visto que assim lhe disse: “Faça logo o que você tem de fazer”. E não revelou a ninguém quem seria o traidor, tendo respondido ao discípulo amado que era quem metia com ele a mão no prato. Ou seja, todos...

Eu não malho o Judas porque tenho a consciência do potencial negativo que existe em todos nós para sermos traidores. Não quero descontar no outro o mesmo sentimento que tenho contra as coisas frustrantes que há em mim e que não consigo mudar. Não quero ficar transferido para terceiros a minha responsabilidade!
Pois bem. Se Judas conseguiu consumar o que pretendia, houve todo um contexto que o permitiu agir daquele modo. Todos em maior ou menor grau foram traíras e covardes sendo que, no episódio da morte de Jesus, as mulheres mostraram-se muito mais valentes do que os homens quando perseveraram até o fim aos pés da cruz.

Assim também devemos reconhecer que os Judas do presente não chegam sozinhos ao poder e, se conseguem roubar, muitas vezes é pela nossa omissão e consentimento porque nos desinteressamos pelos fatos da política. Ou então, quando sabemos de algo, nada fazemos. E, para piorar, reelegemos muitos desses canalhas sabendo até que são ladrões do dinheiro público de modo que usamos a desculpa de que "fulano rouba, mas faz".

Por isso, meus amigos, desculpem-me se hoje eu não estiver entre vocês na queima do Judas. E jamais fiquem contra mim se eu disser que não quero o mal do Judas, muito embora saibamos que o "filho da perdição" muitas das vezes prefere caminhar obstinadamente para uma auto-destruição ainda que tentemos evitar esse resultado.

Portanto, vamos curtir o nosso Sábado de Aleluia em paz, buscando fazer as melhores coisas da vida, sem trocarmos esses raros momentos de descanso em família por um ato representativo da inútil vingança.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

A todos, um excelente feriado!



Viva! Temos hoje mais um feriado em nossa existência! 

E, para os brasileiros que são funcionários públicos e moram no Estado do Rio de Janeiro, cuida-se de um big de um feriadão tendo em vista que, na segunda, será considerado ponto facultativo em inúmeras repartições. Isto porque, na data seguinte (23/04), é comemorado o Dia de São Jorge. Ou seja, muita gente acaba emendando com as celebrações do Santo Guerreiro após a Semana Santa...

Já que é tempo de feriado, aproveite e relaxe. Desconecte-se um pouco de seus compromissos! 

Sim! Desconecte-se do excesso de envolvimento com as redes sociais e pense em mudar os hábitos para o preenchimento das horas de tédio que, certamente, virão quando desligar o smartphone. Então passe a ocupar o seu escasso tempo com coisas saudáveis, tipo fazer uma caminhada, dar um mergulho no mar, andar com o cachorro na praça, marcar um encontro presencial com os amigos ou qualquer outra coisa que lhe faça bem.

O homem do século XXI está ficando doente com o uso constante do seu "prozac virtual", como costumam chamar alguns psicólogos. O que era para nos fazer bem, por hipoteticamente aumentar o tempo livre do trabalhador, tornou-se em mal para muitos de modo que agora é preciso aprender a lidar com as novas tecnologias.

Para finalizar, longe de ter a pretensão de escrever um fundamentado texto voltado para terapias, até porque nem sou da área de saúde mental (e sim um simples advogado), deixo aqui o meu afetuoso ato de expressão: 

Tenha um feliz feriado!

domingo, 14 de abril de 2019

Um aprendizado do "Domingo de Ramos" para a política brasileira



Neste domingo (14/04), os cristãos comemoraram o chamado Domingo de Ramos que, tradicionalmente, marca o início da Semana Santa.

Segundo os evangelhos da Bíblia, trata-se da chegada de Jesus a Jerusalém em que o Mestre teria entrado triunfalmente na cidade, montado sobre um jumentinho, chegando a ser recebido pela multidão com ramos de árvores espalhados pelo caminho:

Uma grande multidão estendeu seus mantos pelo caminho, outros cortavam ramos de árvores e os espalhavam pelo caminho. A multidão que ia adiante dele e os que o seguiam gritavam: "Hosana ao Filho de Davi! " "Bendito é o que vem em nome do Senhor! " "Hosana nas alturas!" (Mateus 21:8-9; NVI)

Provavelmente que, naquele dia, as pessoas que se encontravam em Jerusalém, sentindo-se órfãs de um verdadeiro líder do povo judeu, decidiram proclamar Jesus o novo monarca de Israel, o "salvador da Pátria". Reconheceram-no ali como o prometido Messias que os profetas diziam que viria da descendência de Davi para restaurar o país que, há séculos, tinha perdido a sua independência política quando se tornaram colônia dos babilônios, depois dos persas, dos gregos e, finalmente, dos romanos.

Da perspectiva cristã, não estava previsto na missão do Cristo reinar imediatamente do mesmo modo como os monarcas da velha dinastia davídica, pois seria preciso que o Messias primeiramente passasse pela morte, ressuscitasse ao terceiro dia e depois voltasse numa data incerta para estabelecer com plenitude o Reino de Deus. Afinal, como Jesus mesmo disse em seu julgamento perante a Pilatos, "meu reino não é deste mundo" (Jo 18:36). 

Todavia, as profecias nunca foram suficientemente claras a esse respeito, no sentido de como sucederiam em sequência todos esses fatos. E, deste modo, na interpretação aceita pela população (e creio que pelos discípulos também), a coroação do Filho de Davi deveria se dar ali mesmo. Inclusive porque Jesus se apresentou justamente como os demais reis compareciam para a unção messiânica, a exemplo de Salomão que também veio montado sobre a mula do pai:

Então o sacerdote Zadoque, o profeta Natã, Benaia, filho de Joiada, os queretitas e os peletitas fizeram Salomão montar a mula do rei Davi e o escoltaram até Giom. O sacerdote Zadoque pegou na Tenda o chifre com óleo e ungiu Salomão. Então tocaram a trombeta e todo o povo gritou: "Viva o rei Salomão! " (1 Reis 1:38-39)

Aconteceu, porém, que, em sua breve estadia em Jerusalém, Jesus mostrou que não seria o tipo de rei que as pessoas de seu tempo idealizavam. O primeiro ato por ele praticado foi expulsar do antigo Templo todos os cambistas e os que vendiam animais para os sacrifícios religiosos, sem estar previamente autorizado pelo sumo sacerdote. Sua atitude, pode-se a grosso modo dizer que teria sido uma espécie de "desobediência civil".

Nos dias seguintes à entrada triunfal, temos registrados nos evangelhos sinóticos discussões travadas entre Jesus e os grupos religiosos da época, bem como uma postura altamente crítica da parte dele. Em Mateus 23, encontramos ali um duro ataque aos fariseus, os quais compunham a facção do judaísmo com mais semelhança doutrinária em relação ao seu ensino. Tanto é que, no final do capítulo anterior, o último debate nos leva a entender que houve uma tentativa frustrada de aproximação com o Mestre quando lhe propuseram uma pergunta de fácil resposta com a qual concordariam:

Ao ouvirem dizer que Jesus havia deixado os saduceus sem resposta, os fariseus se reuniram. Um deles, perito na lei, o pôs à prova com esta pergunta: "Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? " Respondeu Jesus: " ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas". Estando os fariseus reunidos, Jesus lhes perguntou: "O que vocês pensam a respeito do Cristo? De quem ele é filho? " "É filho de Davi", responderam eles. Ele lhes disse: "Então, como é que Davi, falando pelo Espírito, o chama ‘Senhor’? Pois ele afirma: ‘O Senhor disse ao meu Senhor: "Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo de teus pés" ’. Se, pois, Davi o chama ‘Senhor’, como pode ser ele seu filho? " Ninguém conseguia responder-lhe uma palavra; e daquele dia em diante, ninguém jamais se atreveu a lhe fazer perguntas. (Mateus 22:34-46)

Podemos ver que Jesus em momento algum fez determinados tipos de concessões na formação de seu Reino e nem procurou alianças erradas, as quais certamente o desviariam de seus objetivos. Ele verdadeiramente havia entrado na cidade para reinar, mas não de qualquer jeito, sem que antes os homens se dispusessem a fazer uma reforma interior. Não estava em seus planos libertar politicamente uma nação sem que os seus compatriotas fossem primeiramente livres nos seus próprios corações.

Ora, se Jesus, desde o começo de seu ministério, pregou a chegada do Reino de Deus, é porque ele sabia que a vinda desse "novo tempo" não ocorreria com a simples mudança do poder político de Roma para Israel. Seu trabalho teria que ser algo consolidado, passando pela mudança de valores e de atitudes por parte da sociedade mantendo-se ainda por anos debaixo do domínio estrangeiro, em que cada qual experimentaria a sua Páscoa (passagem) existencial.

Na atualidade, no entanto, vejo que esse aprendizado ainda não chegou por completo até nós. Lidamos com a política com incontestável superficialidade visto que, muitas das vezes, somos permissivos quando admitimos ou toleramos aquilo que é errado no lugar do certo. Principalmente aqui no Brasil.

Creio que, se tivermos líderes políticos com uma postura próxima a que teve Jesus, tal homem ou mulher seria considerado um "radical" em nosso meio. Dificilmente lhe seria dado uma legenda para candidatar-se nas eleições ou, talvez, nem interessaria a essa pessoa estar dentro de uma instituição partidária corrompida com um objetivo desses. E aí não iria demorar para que a gente poderosa desse país se reunisse para eliminá-lo(a) com já fizeram com inúmeros outros ativistas do nosso tempo pós-ditadura militar: Chico Mendes, Irmã Dorothy, Marielle, etc.

Por outro lado, considero que devemos ser transigentes e buscar soluções amigáveis para os conflitos humanos, coisa que Jesus também fazia sem negociar os seus princípios éticos. E, sendo assim, entendo que os recursos institucionais do sistema precisam ser sabiamente utilizados de modo que cabe tranquilamente participar de campanhas políticas, das manifestações pacíficas nas ruas, divulgar abaixo-assinados e fazer denúncias perante os órgãos de defesa da população. 

Assim sendo, da mesma maneira que Jesus se apresentou triunfalmente em Jerusalém no seu último domingo antes de morrer, também devemos mostrar a que viemos para a sociedade. Contudo, a nossa prática precisa ser o oposto do que os governantes deste mundo fazem, com a adoção dos corretos valores desde as primeiras decisões tomadas, bem como a nossa percepção quanto à conduta alheia.

Ótima semana a todos!

OBS: Ilustração acima extraída de https://www.calendarr.com/brasil/domingo-de-ramos/ 

sábado, 13 de abril de 2019

Era uma vez uma árvore...



No começo da tarde de hoje (13/04), enquanto voltava para casa com Núbia, senti uma certa tristeza quando passei diante do toco que sobrou de uma bela árvore que antes havia na esquina entre as ruas São Paulo e Primeiro de Maio, aqui em Muriqui. Tratava-se uma amendoeira que foi cortada alguns anos atrás e que era praticamente tão frondosa quanto uma outra ainda existente no terreno de um restaurante de comida caseira, entre as ruas Rio de Janeiro e Ceará.


Para aumentar a minha tristeza, notei que os restos mortais da árvore cortada estavam servindo para depósito de resíduos domésticos, algo que, equivocadamente, chamamos de "lixo", por não sabermos (ou faltarem condições) de darmos um tratamento diverso ao estúpido descarte nas vias públicas. Porém, o que mais me incomodou foi ver o quanto as cidades brasileiras cuidam mal da exuberante natureza em sua volta, sendo o flagrante de hoje uma adequada ilustração para essa lamentável realidade.


É certo que a tal amendoeira jamais deveria ter sido cultivada numa calçada cujo espaço é pequeno, considerando também o fato de suas raízes quebrarem as construções em volta, como se vê claramente na foto. Inclusive por motivo de acessibilidade, por dificultarem a locomoção segura/confortável de pessoas ao longo do calçamento e constituírem um obstáculo para cadeirantes, deficientes visuais e mães com carrinho de bebê.

Por outro lado, tendo em vista que, nos tempos de minha infância, todas as ruas referidas nesse texto eram de terra e a sociedade brasileira não tinha absorvido as noções básicas sobre os direitos de acessibilidade, eu diria que foi até compreensível o fato de terem plantado ali a amendoeira assim como outras árvores mais velhas do distrito que se encontram indevidamente nas calçadas. Afinal, era um tempo em que se privilegiava mais o uso do automóvel numa sociedade de consumo, quando também nenhuma compreensão havia sobre o direito das pessoas com "necessidades especiais" poderem se locomover de maneira autônoma no espaço urbano, prédios públicos e no transporte coletivo.


Assim, ainda que justificável o corte da finada da árvore, confesso que aceitaria a medida numa boa, caso a Prefeitura daqui tivesse também um Plano de Arborização da cidade e de seus distritos, bem como não medisse esforços para promover a gradual acessibilidade de todos. Logo, se no lugar da saudosa amendoeira, por exemplo, plantassem três outras espécies em ambientes próprios para nos compensar daquela perda, a minha concordância seria plena.

Verdade seja dita que tanto Muriqui, quanto a totalidade do Município de Mangaratiba do qual fazemos parte, mais a vizinha Itaguaí e os inúmeros bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro carecem de mais arborização. Ao contrário das áreas consideradas "nobres" da Cidade Maravilhosa e do Plano Piloto de Brasília, onde minha mãe mora atualmente, o que predomina no nosso país são espaços urbanos irregulares, mal tratados, esburacados e esquecidos pelo próprio Poder Público.


Como em outubro de 2020 teremos eleições locais, eis aí a oportunidade dos cidadãos conscientes cobrarem dos seus candidatos aos cargos de prefeito e vereador um compromisso verdadeiro com essa causa. E, no caso dos nossos edis, eles podem não somente aprovar leis que incentivem uma arborização adequada como também exigir do Poder Executivo o cumprimento das normas jurídicas já existentes, fiscalizando. 

Ótimo final de sábado a todos!

OBS: Fotos tiradas na presente data por mim em Muriqui.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Mais um translado em volta do sol...



"Mostra-me, Senhor, o fim da minha vida e o número dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou. Deste aos meus dias o comprimento de um palmo; a duração da minha vida é nada diante de ti. De fato, o homem não passa de um sopro." (Salmo 39:4-5; NVI)

Hoje completo mais um ano em minha caminhada. Estou fazendo, nesta data, 4,3 décadas!

Posso dizer que passei da metade do tempo da expectativa de vida de um brasileiro do seculo 21. Ou seja, teoricamente estou do outro lado da montanha descendo do pico ao plano...

No entanto, o que importa mesmo é o aprendizado que vamos adquirindo no decorrer dessa trajetoria e jamais nos esquecermos do nosso sentido existencial a fim de que a breve passagem por essa terra, ao terminarmos a jornada, esta tenha sido significativa. 

Uma excelente sexta-feira a todos!

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Apoiando a paralisação dos professores



Nesta quarta-feira (10/04), estive no Centro de Mangaratiba acompanhando as manifestações dos professores da rede municipal pública de ensino e demais trabalhadores da área educacional da Prefeitura. Com uma presença de cerca de 150 pessoas, o protesto começou por volta das 9 horas da manhã e se estendeu até à tarde.

A pauta apresentada pelos manifestantes incluiu não só reivindicações específicas do magistério como também de todo o funcionalismo efetivo de Mangaratiba, a exemplo da revisão geral anual. Até porque tanto os professores quanto as demais categorias encontram-se há mais de três anos com a mesma defasagem na remuneração.















Apesar do prefeito Alan Campos da Costa não ter atendido as lideranças dos manifestantes, pois, segundo informações, o mandatário estaria viajando, eis que o movimento manteve-se unido e pretende realizar novos protestos. Aliás, tudo indica que a pressão deve continuar até que haja uma solução satisfatória.

Como cidadão, apoio essa paralisação dos professores e acho que toda a sociedade local precisa se envolver com a causa. Ou seja, além das demais categorias do serviço público municipal, os pais de alunos, os próprios estudantes e as pessoas conscientes do valor da educação para o desenvolvimento de um país também deveriam ir às ruas nos próximos protestos.

Entre aniversários e feriados


Nesta quarta (10/04), volto ao batente após ter passado uns curtos dias em Brasília festejando o 61° aniversário de minha mãe. E, na ocasião, vim rever o meu avô materno de quase 86 anos que, embora não resida em Brasília, viajou também para celebrar esse momento em família.

Dessa vez, não deu tempo de fazer passeios pela capital federal. Fiquei a maior parte do tempo dentro de casa sendo que choveu muito também de modo que acabou sendo uma das minhas visitas mais rápidas. Acabei me contentando com uns mergulhos e nadadas na piscina da casa.



Entretanto, comemoro também o meu natalício esta sexta (12) sendo que volto ao DF depois da Semana Santa quando encontrarei o meu tio na casa de minha mãe. Inclusive, pretendo estar com eles no feriado de São Jorge. (23) que não é comemorado em todo o país. E, dormindo só duas noites lá, retorno a Muriqui antes do aniversário de Núbia (26). Ou seja, catorze dias depois do meu.

Nos tempos de infância, embora ainda fosse solteiro, abril costumava ser o mês que eu mais gostava por causa dos bolos de aniversários (meu e de minha mãe) mais os ovos de Páscoa. Agora, porém, como tenho menos tempo para aproveitar a vida ao mesmo tempo que ganho mais oportunidades para comer doces, talvez prefira o agradável frio de junho quando entra o inverno. Mas não é por isso que o atual mês tenha perdido seu charme aos meus olhos...



Seja como for, fato é que aniversários e feriados vão adocicando a vida da gente. Pelo menos, nas primeiras décadas ou anos de nossa caminhada, posso dizer que sim.

Ótima quarta-feira a todos!

terça-feira, 9 de abril de 2019

Superstição na política



Há uma lenda nos EUA de que, nos tempos da independência do país, um índio feiticeiro teria lançado uma suposta maldição em que todo presidente eleito num ano que terminasse em zero teria uma morte prematura. Os supersticiosos acreditaram que tal coisa sucedeu com William Harrison, eleito em 1840, e que morreu um mês depois de exercer o cargo. Depois com Abraham Lincoln (1860) que foi assassinado. Com James Garfield (1880) que, pouco depois de começar o mandato, sofreu um atentado vindo a morrer. Com Warren Harding que, eleito em 1920, morreu repentinamente após deixar a Presidência. E, finalmente, com John Fitzgerald Kennedy que, eleito em 1960, morreu assassinado. Porém, Ronald Reagan (1980) é considerado o governante americano que teria quebrado a maldição. 





Pois bem. Caso algo semelhante venha a ocorrer com o próximo presidente que vier a suceder Donald Trump, certamente os supersticiosos de lá vão afirmar que a maldição persiste esquecendo-se das causas e efeitos reais de uma fatalidade... Ora, assim também funciona a mente de muitos eleitores aqui no Brasil! Aliás, eu diria até que com menos racionalidade do que os ianques tendo em vista que não se costuma tomar decisões dentro da realidade por essas belas terras deitadas eternamente em berço esplêndido. E aí inegável é que o uso inadequado da metafísica na política atrapalha muito. E como...

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Indo para um novo partido



Sábado passado (30/03), confirmei a minha filiação no PSOL de Mangaratiba. 

Fui muito bem recebido pelo grupo e pretendo estar atuando para, unidos, construirmos uma cidade melhor, com mais justiça social, mais respeito ao trabalhador, ao contribuinte, ao consumidor, ao direito de ir e vir dos usuários do transporte coletivo, por mais transparência nas contas públicas, proteção ao meio ambiente, e discutirmos um governo municipal que seja realmente participativo. 

Espero estar somando com esse grupo e fazermos política juntos não somente no período eleitoral. Pois, para mim, um partido não tem que aparecer só no segundo semestre dos anos para pedir voto. Precisamos acompanhar as questões de interesse coletivo de uma cidade o ano inteiro! 

Vamos em frente lutar por Mangaratiba, pelo RJ e pelo querido nosso Brasil!

terça-feira, 2 de abril de 2019

Veículos de comunicação oficiais não podem ser usados para promover apologia à ditadura!




As recentes notícias de exaltação da Presidência da República ao golpe militar de 1964 foram o fim da picada!

Por conta disso, nesta segunda-feira  (01/04) resolvi denunciar tal abuso ao Ministério Público Federal (MPF) pois não concordo que um canal oficial de comunicação na internet seja usado para esse fim contrário aos princípios de um Estado democrático.




Ditadura e tortura nunca mais!