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domingo, 18 de agosto de 2013

Busquemos sempre o Médico dos médicos!


"No trigésimo nono ano do seu reinado, caiu Asa doente dos pés; a sua doença era em extremo grave; contudo, na sua enfermidade não recorreu ao SENHOR, mas confiou nos médicos" (2Cr 16:12; ARA)

A Bíblia bem relata no livro de 2 Crônicas a tragédia de vida experimentada pelo rei Asa no final de seu governo. O escritor sagrado fez questão de ressaltar um importante detalhe para a advertência dos seus leitores judeus egressos do cativeiro babilônico, afim de que as gerações do presente e do futuro não deixassem de por a confiança no Deus vivo.

Quanta loucura cometeu aquele velho monarca! Listado como um dos reis bons, Asa começou o seu governo buscando o SENHOR (ver capítulos 14 e 15 de 2 Crônicas) e obteve uma incrível vitória militar, com um livramento sobrenatural, alcançando então a paz por um bom período. Porém, quando foi provado com um novo desafio, já no final de carreira, ele preferiu confiar nos homens estabelecendo uma aliança política com um rei estrangeiro (2Cr 16:1-6). E, repreendido pelo profeta Hanani, não deu ouvidos. Antes castigou o homem de Deus cometendo grave injustiça e perseguiu também aqueles que concordavam com o vidente (2Cr 16:10).

Possivelmente a enfermidade tenha sido resultado da atitude estúpida do rei que, ainda assim, não caiu em si para se humilhar e buscar o arrependimento. Seus dois últimos anos de vida parecem-me que foram uma oportunidade para Asa reconsiderar a sua atitude má. Só que ele preferiu agir como um ateu. Raciocinava, talvez, considerando unicamente as causas naturais dos fatos e se esquecendo de experiências passadas com o Deus de seu ancestral Davi.

O que leva um homem a deixar de confiar em Deus após ter recebido a graça de um milagre na sua saúde, finanças ou diante de qualquer outra dificuldade?

A Bíblia nos dá inúmeros exemplos sobre o quanto o coração do ser humano é capaz de se afastar de Deus ou de demonstrar confiança apenas quando não lhe resta outra alternativa. Mas, no caso do rei Asa, ele alimentou dentro de si um processo de incredulidade, coisa que não ocorreu de uma hora para outra e foi acontecendo no seu íntimo, possivelmente quando tudo caminhava bem. Aí, ao surgir novos desafios, faltou-lhe a fé.

Será que nas nossas vidas não estaríamos desenvolvendo processos semelhantes de incredulidade e de afastamento de Deus? Como que enfrentaríamos hoje uma doença ou um problema capaz de gerar medo, aflições e angústias para a alma? Sinceramente, confesso que não gosto nem de pensar, mas, se estivesse numa batalha dessas, teria que adotar como solução principal buscar o meu Redentor.

A Bíblia de maneira alguma nos proíbe de buscar tratamento médio para sararmos das enfermidades. Em 2Rs 20:5-7, quando o profeta Isaías disse ao rei Ezequias que este ficaria curado, mandou que o monarca fizesse uso de um remédio natural - a pasta de figos. Já o livro de Jeremias, numa interessante metáfora para abordar coisas mais profundas, faz menção do uso de bálsamo como uma substância terapêutica e da existência de médicos na terra de Gileade, deixando transparecer no texto a correta lógica de se procurar os serviços de saúde:

"Acaso, não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá médico? Por que, pois, não se realizou a cura da filha do meu povo?" (Jr 8:22)

Certamente que seria pecado o povo não estar confiando em Deus e se manter inerte diante das adversidades a ponto de combatê-las somente com os recursos naturais, ou buscando falsos deuses a exemplo do perverso Acazias (2Rs 1:2). Em relação às doenças, a carta de Tiago recomenda que, quando alguém se encontrar enfermo, fossem chamados os presbíteros da Igreja com a finalidade de ungir com óleo e de orar pela pessoa (Tg 5:14-15). Leiamos, pois, o texto epistolar:

"Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração. Está alguém alegre? Cante louvores. Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos." (Tiago 5:13-18)

No texto citado do Novo Testamento, o autor considera a possibilidade de que uma enfermidade esteja relacionada à prática do pecado. Logicamente que isto não constitui uma regra assim como poderá não haver cura digamos "sobrenatural" em vários casos. Nem mesmo pelos meios que julgamos naturais ou convencionais (através da ciência). Pode ser ainda que o livramento seja alcançado pelo apoio dos médicos junto com as orações.

Seja como for, cabe ao homem buscar sempre a Deus que é o Médico dos médicos. Desde um simples resfriado até um câncer fatal, precisamos fazer com que as nossas aflições sejam todas levadas ao Eterno por meio da oração ainda que o Onisciente já pré-conheça os pedidos antes destes serem formulados. E eu creio que, quando clamamos com fé, entramos em harmonia com o Rei do Universo. Então, o resultado será sempre o melhor porque entregamos ao Senhor o destino de nossas vidas.


OBS: A ilustração acima refere-se a uma pintura de um artista desconhecido do século XVII, na Suécia, referindo-se ao rei Asa. Foi extraída do acervo virtual da Wikipédia através de uma imagem fotográfica com autoria atribuída ao internauta colaborador David Castor, conforme consta informado em http://commons.wikimedia.org/wiki/File:%C3%85hus_kyrka-08.jpg

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