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sexta-feira, 28 de novembro de 2025

🕰️ Petrópolis: patrimônio, memória e o futuro da cidade imperial

 


Petrópolis carrega séculos de história — palácios, fábricas antigas, ruas de pedra, encostas verdejantes, memórias da monarquia e da industrialização. Por isso, o tombamento de áreas históricas sempre foi mais do que “selar prédios antigos”: é proteger identidade, paisagem e memória coletiva.


Recentemente, o Iphan propôs uma rerratificação do tombamento do “Conjunto Urbano-Paisagístico de Petrópolis”. A intenção oficial, segundo o órgão, é atualizar os limites da proteção, reconhecendo conjuntos fabris, vilas operárias e encostas de Mata Atlântica — não apenas edifícios isolados. 


Mas há quem alerte: a proposta, se aprovada sem critérios claros e ampla participação social, pode resultar no destombamento de até 39% da área atualmente protegida — o que causaria perda de proteção para trechos significativos já tombados há décadas. 


❗ Por que isso importa:


Quando áreas sensíveis perdem proteção, corre-se risco de descaracterização urbana: prédios modernos fora de contexto, intervenções invasivas, destruição da paisagem que dá à Petrópolis seu caráter único.


A memória coletiva pode ser abalada. Não são só os prédios — são ruas, vazios urbanos, encostas, cenários naturais que contam a trajetória da cidade e de seus moradores ao longo de gerações.


O turismo cultural e histórico pode sofrer. Muitas pessoas visitam Petrópolis justamente pela atmosfera de cidade-imperial preservada. Se essa coerência histórica for rompida, o apelo turístico perde força — e isso afeta economia, comércio e serviços locais.


A decisão define se a cidade seguirá valorizando sua história ou abrirá mão de parte dela em nome de “desenvolvimento”.


Por outro lado, há quem defenda que a rerratificação — se feita com transparência, critério técnico e participação da comunidade — pode fortalecer a preservação: incorporando áreas que historicamente não estavam protegidas (complexos industriais antigos, encostas, vilas operárias) e garantindo que a cidade seja protegida de modo mais abrangente e coerente com sua identidade. 


📢 Por isso, é urgente: todos nós admiradores da bela cidade serrana devemos acompanhar de perto esse processo, cobrar transparência, consulta pública e respeito ao patrimônio. Petrópolis não é só um destino turístico: é um patrimônio comum, parte da memória viva de gerações.


Se perdermos essa chance de cuidá-la bem, corremos o risco de entregar à próxima geração uma cidade com menos história — e menos alma.


📷: Iphan

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