Muita gente tem perguntado sobre os “embargos infringentes” apresentados pelos réus condenados no caso do suposto golpe.
Na prática, a chance de esses recursos serem aceitos pelo Supremo é muito baixa.
E por quê?
Porque a regra do próprio STF exige pelo menos dois votos divergentes para que esse tipo de recurso seja admitido. Logo, como no julgamento da Primeira Turma, o placar foi 4 a 1 pela condenação, não há base jurídica suficiente para reabrir o caso por essa via.
👉 Mas então acabou?
Não exatamente!
Mesmo um recurso com baixíssima viabilidade ainda precisa ser analisado. Antes de rejeitar, o STF tem que:
- receber o recurso,
- ouvir a Procuradoria-Geral da República,
- levar o tema a julgamento,
- eventualmente apreciar embargos de declaração,
- e só então declarar o trânsito em julgado.
Esse caminho, por mais simples que pareça, pode tomar meses...
E é aí que entra o ponto político!
🕰️ A discussão mantém o caso vivo — e pode atravessar 2026
Mesmo que o STF rejeite os recursos, o simples fato de recorrer ganhará uma pauta e vai gerar debates sobre:
- admissibilidade;
- divergências internas;
- possibilidade (mesmo remota) de levar o tema ao Plenário;
- pedidos de vista;
- manifestações e reações políticas;
Isso já prolonga o caso no noticiário e no debate público.
Em outras palavras:
📌 Os recursos dificilmente vão mudar o resultado da condenação.
📌 Mas podem manter o caso em discussão no STF ao longo de 2026 — com efeitos políticos reais.
Quando temas sensíveis chegam ao Supremo, não é só o efeito jurídico que importa. O tempo do processo, as expectativas criadas e a narrativa construída pelos envolvidos acabam influenciando o ambiente político.
Por isso, mesmo com chance quase zero de vitória, os recursos ainda têm impacto: não para reverter a decisão, mas para prolongar o debate.


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