Às vésperas do Dia da Consciência Negra, o Brasil voltou a assistir a um episódio que escancara a ferida ainda aberta do racismo estrutural e da violência política: a agressão sofrida esta semana pelo deputado estadual Renato Freitas, no centro de Curitiba.
Segundo relato do próprio parlamentar, ele e uma amiga negra quase foram atropelados por um motorista que, em seguida, desceu do carro para insultá-los.
Ora, as ofensas não seriam simples xingamentos: tinham conteúdo racista, humilhação e provocação política. A situação evoluiu para agressão física, resultando em ferimentos no deputado, incluindo fratura no nariz.
Mais uma vez, um homem negro que ocupa um cargo público — uma posição de protagonismo historicamente negada no Brasil — se torna alvo de violência justamente por ousar existir com dignidade.
E é impossível ignorar o contexto político em que isso ocorre!
Nos últimos anos, o país viu emergir e se consolidar um discurso de ódio, incentivado e legitimado pelo bolsonarismo: um projeto que não apenas tolera como frequentemente alimenta a intolerância racial, a hostilidade contra minorias e a desumanização de adversários ideológicos. E, infelizmente, esse ambiente tóxico abre espaço para que indivíduos sintam-se autorizados a agredir, humilhar e atacar quem representa aquilo que eles rejeitam: diversidade, democracia, justiça social e igualdade racial.
Renato Freitas tem sido alvo constante dessa máquina de violência — já enfrentou perseguição, tentativas de cassação, criminalização de sua atuação e agora agressão física nas ruas.
Nada disso é coincidência! É resultado direto de uma estrutura que deseja silenciar vozes negras insurgentes e que tenta punir quem rompe com a lógica de subalternização.
A agressão sofrida esta semana pelo parlamentar não é um caso isolado. É parte de um processo mais amplo de violência política racializada, que mira lideranças negras, movimentos sociais e qualquer figura que simbolize resistência.
Publicar esse fato, denunciar esse padrão e reafirmar nossa solidariedade é um dever coletivo — ainda mais às vésperas do Dia da Consciência Negra, quando celebramos Zumbi, Dandara, Marielle e todas as lutas que nos trouxeram até aqui.
Não podemos permitir retrocessos!
Não podemos aceitar que a cor da pele ou o posicionamento político de alguém seja pretexto para agressão!
Não podemos normalizar o terror político construído pela extrema direita!
Renato Freitas não está só. E o Brasil que acredita em democracia e direitos humanos precisa dizer isso em alto e bom som.
✊🏾 Pelo fim da violência racista!
✊🏾 Pelo fim da violência política!
✊🏾 Pelo fim do ódio incentivado pelo bolsonarismo!
O Brasil que queremos — justo, plural e verdadeiramente livre — só será possível quando episódios como esse deixarem de existir.


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