Acompanhei as eleições parlamentares portuguesas e confesso que achei o resultado bom.
O país irmão, para quem não sabe, é semipresidencialista. Lá o governante não é o presidente como aqui no Brasil e sim o primeiro-ministro, sendo necessário haver uma coalizão entre as forças políticas eleitas para o Legislativo a fim de ser composto um gabinete.
Pois bem. Portugal pode ter dado uma "guinada à direita", conforme tem sido amplamente noticiado na imprensa e nas redes sociais brasileiras, porém não será dominado pela extrema direita do senhor André (des)Ventura, tal como correu, infelizmente, no desastre político argentino do ano passado. Vejam pela perspectiva de que o Partido Socialista (PS), ex-ministro do António Costa, agremiação que se encontrava no governo desde 2015 até o início de novembro de 2023, teve 28,66% dos votos, alcançando até instantes atrás 77 das cadeiras na Assembleia da República.
Já a AD, bloco formado pelas siglas Partido Social Democrata (PPD/PSD), Partido Popular (CDS-PP) e o Partido Popular Monárquico (PPM), conseguiu 79 cadeiras do Parlamento, ficando com 29,49% dos votos. E, por sua vez, o Chega, partido de extrema direita do desventurado, obteve 18,06% dos votos, o que lhe rendeu 48 vagas.
Ora, mesmo faltando preencher quatro cargos que serão decididos com o voto de cidadãos portugueses que estão fora do país, torna-se evidente que o PSD irá de fato governar Portugal e não deve querer muita aproximação com o Chega. Logo, apesar do crescimento dos radicais, creio que essa onda poderá ser acalmada, caso haja um bom governo dos sociais-democratas.
Torço para que o PSD tenha êxito e desejo ver o nosso Lula presente na posse do novo ministro do país irmão.
Precisei fazer uma breve correção no texto escrito às pressas. Um detalhe importante sobre Portugal é que se trata de um país que é semipresidencialista, embora de pendor parlamentarista. Ou seja, o presidente da República, que é o Chefe de Estado, nomeia o premiê depois de consultar os partidos que compõem o Legislativo.
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