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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Com Jesus Cristo para sempre!



"Então, os levou para Betânia e, erguendo as mãos, os abençoou. Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu. Então, eles, adorando-o, voltaram para Jerusalém, tomados de grande júbilo; e estavam sempre no templo, louvando [e bendizendo] a Deus. [Amém]" (Evangelho de Lucas, capítulo 24, versículos de 50 a 53; versão e tradução ARA)

Por coincidência ou não, estou concluindo esse estudo bíblico sobre o Evangelho de Lucas justamente na época do Natal. Num momento em que se convencionou comemorar a chegada do Salvador ao mundo, venho falar justamente de suas ascensão entendida por muitos como a partida de Cristo para o Pai.

Logo que me tornei um leitor da Bíblia, aos dez anos de idade (1986), sentia uma certa tristeza quando, num estudo sequencial, alcançava esta parte dos evangelhos em que Jesus, aparentemente, separa-se de seus seguidores. Nem toda a brutalidade da crucificação era capaz de causar uma emoção tão nostálgica pois tinha a consciência de que o Senhor ressuscitou e ainda passou um tempinho de quarenta dias instruindo os seus discípulos (At 1:3). Porém, como a companheira leitura do livro terminava com a ascensão, batia logo uma tremenda saudade do seu principal personagem. Pra mim, era como seu eu houvesse caminhado junto com ele, viajado de barco pelo Mar da Galileia, ouvido as suas belas pregações, presenciado os milagres e participado de todas as "aventuras" narradas ali nos textos sagrados.

Hoje em dia, no entanto, guardo uma outra visão a respeito da ascensão. Principalmente quando fico a meditar no estado emocional daqueles discípulos que retornaram para Jerusalém jubilosos e não entristecidos. Aliás, tão pouco encontravam-se solitários, sem rumo, com dúvidas ou perturbados como lido nos versos 37 a 38 deste último capítulo. Podemos dizer que o psicológico deles todos estava então restaurado quanto às lembranças das trágicas experiências relativas à prisão, ao julgamento e à angustiante morte de Jesus.

Chego a concluir, meus amados, que a ascensão não foi encarada pelos discípulos como uma despedida. A ressurreição do Senhor proporcionou-lhes uma visão multidimensional da existência confirmando que nem tudo termina com o falecimento do corpo. Mais do que isso, Jesus mostrou ser possível vencermos a morte abolindo de vez a separação que o próprio homem acabou criando em relação à Vida por causa da alienação produzida pelo pecado. Só que, em Cristo, compreendemos o perdão gracioso e a amplitude da eternidade de modo que nos tornamos livres do obscurantismo no qual a humanidade meteu-se num dia de sua história.

Tal como se iniciou, o 3º Evangelho termina com um culto no Templo de Jerusalém. Em paralelo à figura do sacerdote Zacarias, pai de João Batista, encontramos ao final da narrativa Jesus Cristo impetrando sua bênção. Bênção esta que vem de um sumo sacerdote ordenado para sempre afim de nos assistir diante do Pai.

Assim, a recém-nascida Igreja já não tinha mais motivos para cultivar a solidão. Com Cristo agora presente nas consciências de cada irmão, os discípulos poderiam caminhar progressivamente livres de qualquer confusão mental (conferir o artigo "apalpai-me e verificai"). Embora houvesse terminado a obra como o Jesus de Nazaré, o Cristo continuaria as suas realizações por intermédio do corpo eclesiástico estando conosco em todas as eras. Sempre presente no transformador trabalho missionário para o qual somos comissionados.

Um feliz Natal para todos com as bênçãos de Deus em Cristo Jesus!


OBS: A ilustração acima refere-se aos azulejos da Freguesia portuguesa de Lama, pertencente ao Concelho de Barcelos, Distrito de Braga, na sub-região do Cávado, norte do país. A autoria da foto é atribuída a José Olgon (2011) e foi extraída do acervo virtual da Wikipédia, conforme consta em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Lama_Barcelos-Ascensao.jpg

2 comentários:

  1. É interessante, ler Lucas e depois Tomé, pois estes quarenta dias de instrução, parecem estarem descrito no Livro de Tomé. Se eu não estiver enganado, as palestras de Yeshua a Tomé foram justamente após a sua ressurreição em corpo de luz aos seus discípulos em particular.

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    1. Olá, amigo.

      Inicialmente, muito obrigado por sua visita ao meu blogue e comentários.

      Também agradeço pela sugestão de leitura sendo que já li e estudei o Evangelho de Tomé numa outra ocasião que é uma das mais interessantes leituras consideradas apócrifas dentro do cristianismo ortodoxo. Penso que seria enriquecedor se as igrejas incluíssem esta obra no cânon do Novo Testamento e os teólogos se debruçassem mais sobre as sentenças que constam ali desenvolvendo os ensinamentos atribuídos ao Mestre, o que se torna enriquecedor num estudo comparado com os sinóticos devido à ausência de narrativa.

      Aproveito a oportunidade para desejar ao amigo um feliz Natal e volte sempre a visitar minha página. Tudo de bom.

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