"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar." (Nelson Mandela)
Não é com uma amargurada tristeza, mas, sim, com enorme admiração, que me despeço de Nelson Mandela (1918-2013), o qual, sendo já farto de dias, com seus 95 anos, partiu deixando para todo o planeta um legado de luta social e de promoção da paz.
Apesar de ter governado a África do Sul como presidente, de 1994 a 1999, a história de Mandela chega a ofuscar o elevado cargo que ocupou. Aliás, pode-se dizer também que ele transcendeu as fronteiras de seu país por ter se tornado um líder global na defesa dos direitos humanos.
Para nós advogados, Mandela deve ser visto como um grande exemplo. Quer seja pelo seu esforço para conseguir se formar em Direito, devido à sua origem tribal, como também pelo fato de ter se dedicado à defesa dos interesses das coletividades oprimidas de seu país. Ou seja, ele escolheu ter como seus principais clientes justamente os seus irmãos negros, os quais não tinham tantos recursos para pagar por honorários profissionais no excludente regime segregacionista do Apartheid. E, neste sentido, Mandela foi um grande doador do seu talento e do tempo que dispunha a ponto de sofrer uma prisão que durou 27 anos.
Numa época em que parecem predominar na política pessoas medíocres, vejo em Mandela um ser excepcional. Alguém que marcou decisivamente o século XX na luta pelos direitos civis, ao lado de líderes inspiradores como Mahatma Gandhi (1869-1948) e Martin Luther King Jr. (1929-1968), mas que também teve a sensibilidade de trilhar o caminho do diálogo e da negociação. Chegando à Presidência, não abusou do poder a ponto de querer se vingar, mas soube conduzir a África do Sul rumo ao desenvolvimento, buscando superar as enormes dificuldades sociais e enfrentando os novos desafios que se apresentavam como o combate à AIDS.
Conforme a BBC de Londres, como seu epitáfio, Mandela havia um dia declarado que gostaria de ter escrito somente: "Aqui jaz um homem que cumpriu o seu dever na Terra". E, sem dúvida, que essa afirmação é condizente com a sua vida pública.
OBS: Foto extraída de uma página da Agência Brasil de Notícias.
Mandela, ao recusar ser reeleito, mostrou ao mundo que não foi picado pela mosca azul do poder. Que isto sirva de exemplo para uma casta de políticos venezuelanos e brasileiros que quer se eternizar no poder em benefício próprio.
ResponderExcluirBom dia, Levi.
ExcluirInteressante esta sua observação sobre Mandela.
Há prós e contras numa reeleição, sendo uma consequência negativa a falta de rotatividade capaz de comprometer o processo democrático de um povo.
Será que foi uma boa coisa Fernando Henrique ter conseguido aprovar a reeleição junto a Congresso Nacional para os cargos de chefia do Poder Executivo? Hoje temos visto o quanto isso pode ser prejudicial de modo que os segundos mantados acabam sendo muitas das vezes bem ruins como é o caso de Sérgio Cabral aqui no Rio.
Será que o aumento do tempo de mandato para seis anos ao invés da reeleição não seria algo melhor?
Abraços.