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quarta-feira, 5 de junho de 2024

Uma data para refletir, agir e quem sabe um dia a humanidade poder realmente comemorar



Sei que nem todo mundo se dá conta, mas hoje, 05/06, é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente ou o Dia da Ecologia.


Esse dia foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972 e tem como objetivo principal chamar a atenção de todas as esferas da população para os problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais, que até então eram considerados, por muitos, inesgotáveis.


Para quem não sabe, há exatos 52 anos, iniciava-se em Estocolmo, na Suécia, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano a fim de tratar de assuntos relacionados ao meio ambiente. O evento aconteceu entre os dias 5 de junho e 16 de junho de 1972, tendo sido a a primeira grande reunião de chefes de estado organizada pela ONU acerca do tema. 


Podemos dizer que a Conferência de Estocolmo é amplamente reconhecida como sendo um marco nas tentativas de melhorar as relações do homem com o meio ambiente e também por haver inaugurado a busca por equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a redução da degradação ambiental (poluição urbana e rural, desmatamento, etc), que mais tarde evoluiria para a noção de desenvolvimento sustentável.


Embora não tenha sido possível a composição de um acordo que estabelecesse metas concretas a serem cumpridas pelos países, eis que, durante a conferência na Suécia, foi concebido um importante documento político chamado "Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano", adotado desde 6 de junho de 1972. Pela primeira vez a comunidade internacional passou a reconhecer o direito humano a um meio ambiente de qualidade, que é aquele que permite ao homem viver com dignidade.


Além disso, a Conferência de Estocolmo teve um papel inegável em inserir a problemática ambiental entre as prioridades dos governos dos países, e na conscientização da população. Isto porque, pela primeira, vez o mundo dirigiu a sua atenção para os problemas do crescimento da população absoluta global, da poluição atmosférica e da intensa exploração dos recursos nativos.


Duas décadas mais tarde, mais precisamente em junho de 1992, líderes de cento e oitenta nações iniciaram a "ECO 92", uma outra conferência sobre meio ambiente ocorrida desta vez no Rio de Janeiro na qual houve avanços maiores com uma efetiva participação das ONGs e de movimentos sociais no então Fórum Global.


Na ECO-92 foi acordado que os países em desenvolvimento receberiam apoio financeiro e tecnológico para alcançarem modelos de desenvolvimento sustentáveis. E, a partir do principal documento do encontro, a chamada "Agenda 21",  foram estabelecidas algumas políticas e ações de responsabilidade ambiental, como por exemplo:


- mudanças necessárias aos padrões de consumo (especialmente em relação aos combustíveis fósseis  como petróleo e carvão mineral);

- a proteção dos recursos naturais; e,

- o desenvolvimento de tecnologias capazes de reforçar a gestão ambiental dos países;

- direcionamento para atividades que protejam e renovem os recursos ambientais, no qual o crescimento e o desenvolvimento dependem.

- estabelecimento de áreas de ação: proteção da atmosfera; combate ao desmatamento, a perda de solo e a desertificação; prevenção a poluição da água e do ar; detenção da destruição das populações de peixes; e, promoção de uma gestão segura de resíduos tóxicos; 



Apesar desses dois grandes marcos em prol do meio ambiente, penso que o mundo já não tem avançado satisfatoriamente nas questões ambientais sendo o desequilíbrio climático uma ameaça cada vez maior para a humanidade. E olhem que já tivemos várias novas conferências no curso do atual século XXI, dentre as quais me recordo da "RIO+20", na metade do ano de 2012, em que a Cidade Maravilhosa foi outra vez o palco de um evento ecológico global.


É certo que muitas tecnologias limpas têm sido difundidas, inclusive na área energética, bem como está havendo um melhor aproveitamento dos resíduos sólidos. Porém, ainda nos encontramos bem distantes das ações que precisam ser tomadas e muito aquém do nosso potencial.


Em todo caso, sempre insisto em ser otimista e nunca pessimista. Quero poder acreditar que, mesmo diante de um presente tão trágico, com projeções científicas ainda piores para as décadas seguintes, a humanidade um dia estará mais consciente do que precisa ser feito de modo que veremos a sociedade civil brigando em peso para as mudanças de atitude se concretizarem.


Por enquanto, a realidade só nos permite refletir e agir, mesmo remando contra a maré. Porém, se a humanidade for capaz de reverter esse quadro, espero que as gerações do futuro finalmente comemorem quando a ameaça climática finalmente estiver sob o controle e houver mais qualidade ambiental para todas, todos e todes.

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