Cada vez mais a bela advogada californiana Kamala Devi Harris, que, atualmente, serve como 49.ª vice-presidente dos Estados Unidos, vem sendo cotada para substituir o democrata Joe Biden na disputa pela cadeira número um do seu país.
Fato é que, com a atuação de Biden desastrosa do debate contra o Trump, somada às confusões interpretadas como sintomas de senilidade, a capacidade do presidente derrotar o adversário foi colocada em dúvida a ponto de muitos democratas, inclusive lideranças de peso, terem já se manifestado pela sua desistência em tentar a reeleição. Mais recentemente, então, havendo o republicano Donald Trump sofrido um atentado e crescido nas pesquisas, as quais apontam sua derrota em estados estratégicos, tornou-se indispensável para os governistas mudar o jogo.
Pode-se dizer que a opção por Kamala representa uma significativa guinada à esquerda não só pelas origens da pré-candidata (filha de um pai jamaicano e de uma mãe indiana) como pelas suas posições dentre as quais, por óbvio, está a imigração. E, neste sentido, jamais devemos perder de vista que a abertura das fronteiras dos EUA é hoje umas das maiores preocupações dos eleitores americanos receosos com a perda do emprego para estrangeiros e, consequentemente, do poder aquisitivo.
Entretanto, Biden pode ser visualizado na direita do seu partido de modo que uma eleição entre ele e o Trump gera um sentimento de exclusão quanto aos eleitores negros e de origem latina nos Estados Unidos. Logo, se Kamala ganhar a candidatura democrata, o que parece ser a cada dia mais provável, certamente ela irá atrair mais engajamento dos eleitores.
Atualmente não se pode esquecer que o engajamento faz muita diferença na política e isso é o que, infelizmente, vem dando força para a extrema direita em várias partes do mundo, inclusive aqui no Brasil com o Bolsonaro. Porém, será necessário persuadir os eleitores de centro e obter recursos financeiros, o que significa demonstrar a viabilidade de um projeto político aos doadores de campanha.
Seja como for, será preciso enfrentar o adversário que, nos últimos dias, fortaleceu-se ainda mais explorando a sua condição de suposta vítima como fizera Bolsonaro em 2018, depois que foi esfaqueado pelo Adélio no calçadão da movimentada rua Halfeld, em Juiz de Fora. E, neste sentido, abordar todo esse contexto exigirá dos democratas uma grande habilidade política.
Como militante de causas sociais e ambientais, tenho muita simpatia pela Kamala e espero que ela concorra pelos democratas nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Inclusive será algo inédito ver uma mulher no comando da Casa Branca, podendo chegar lá através do voto, o que já era um anseio das lideranças progressistas do partido, desde 2016, quanto à sua candidatura para o pleito de 2020.
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