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domingo, 7 de julho de 2024

Que o engajamento contra a extrema direita seja cada vez maior!



"Com a extrema direita não se faz acordo nem se governa" (Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha)


A semana começa com uma excelente notícia que foi a derrota da extrema direita no segundo turno das eleições parlamentares da França. Numa reviravolta surpreendente, a coalizão de esquerda Nova Frente Popular obteve o maior número de assentos na Assembleia Nacional do país nas eleições legislativas conquistando 182 assentos no Legislativo e deverá compor um novo governo com o Juntos, coalizão governista (de centro), que conseguiu 168 parlamentares, tendo o Reunião Nacional, de extrema direita, alcançado 143 cadeiras.


No decorrer da semana passada, as pesquisas de opinião foram apontando para um resultado próximo a esse resultado, porém não podemos de maneira alguma ignorar um fato que é o crescimento dos extremistas no mundo, incluindo as principais democracias. Afinal, a bancada do RN, da Marine Le Pen, terá uma expressão maior na Parlamento francês em número de representantes.


Diante de um quadro acerca do qual não podemos nos acomodar, a ponto do próprio presidente Lula ter falado dias atrás numa entrevista que estaria chegando a hora de Le Pen vencer, relembrando candidatos que tentaram várias vezes antes de ganhar uma eleição a exemplo de si mesmo. E aí, meus leitores, todo cuidado é pouco de maneira que a participação de quase 60% (sessenta por cento) dos eleitores nas eleições deste domingo na França deve ser considerada.


Fato é que, nas eleições europeias, como o voto costuma ser opcional na maioria dos países da UE, o comparecimento do eleitor às urnas é quase menor do que no Brasil. Por exemplo, nos pleitos de 2018 e de 2022, as abstenções aqui ficaram em 20,3% e 20,9%.


Por outro lado, o engajamento não deve ocorrer apenas nas eleições e sim durante todo o mandato dos representantes da população. Daí a importância de não somente acompanharmos os trabalhos dos nossos representantes eleitos como também interagirmos mais, sermos filiados a partidos e darmos uma contribuição maior através dos meios de participação, inclusive pelo viés propositivo.


Se bem analisarmos, hoje a extrema direita se encontra mais engajada do que a esquerda, a qual antes enchia as ruas com manifestantes realizando protestos. Atualmente, a internet se tornou o maior palco da política e os extremistas estão bem ali posicionados, promovendo suas fakenews e se fortalecendo através da insatisfação popular com o sistema democrático, embora os seus líderes digam da boca para fora ser defensores da democracia.


Assim sendo, se queremos derrotar de vez a extrema direita, precisamos aumentar o nosso engajamento e resgatarmos a confiança das pessoas para a boa política. O sistema democrático precisa ser repensado, o que não se faz apenas com leis, mas também com transparência, diálogo, promoção da dignidade da pessoa humana, além de oportunidades/condições de colaboração com o governo e com a vida em sociedade de maneira construtiva.


Parabéns aos franceses pela vitória de 07/07/2024! Que também sejamos inspirados no Brasil para derrotarmos sempre a extrema direita.

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