"Temos que devolver a política ao serviço público. Mostrar que a política pode ser uma força para o bem" (Keir Starmer)
Apesar da tragédia que foi o primeiro turno das eleições parlamentares na França em 30/06, a primeira semana de julho iniciou com a feliz notícia da volta dos trabalhistas no Reino Unido com uma esmagadora vitória após 14 anos no dia 04/07. O PT inglês conquistou 412 das 650 vagas do Parlamento britânico enquanto a bancada dos conservadores murchou para 120 representantes.
Com esse resultado, o advogado especializado em direitos humanos Keir Rodney Starmer, líder dos trabalhistas, de 61 anos, tornou-se ainda na data de ontem (05/07) o primeiro-ministro do seu país, sendo visto como a esperança de um país que enfrenta problemas no serviço público de saúde e uma alta no custo de vida devido ao aumento da inflação. Desse modo, os britânicos aguardam soluções nas áreas habitacional, apoio estudantil, ampliação dos serviços em geral e revisão das medidas de austeridade impostas pelos conservadores.
Além das questões internas, aguarda-se por avanços na área ambiental, o que é algo urgentíssimo na agenda global devido às mudanças climáticas. E, neste sentido, muito precisa ser feito pelos países industrializados porque o planeta está perto de atingir o chamado "ponto de não retorno", tornando-se cada vez mais difícil reverter os desequilíbrios ecológicos.
Fato é que a Inglaterra é considerada um país de vanguarda no cenário global, exercendo há séculos um pioneirismo na economia, na política e nos costumes sociais do ocidente, conforme o próprio filósofo Karl Marx já reconhecia ao supor que a revolução socialista iniciaria por lá. E, segundo Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais da ESPM, numa entrevista ao Em Ponto, da Globonews,
"Temos que lembrar o papel da Inglaterra, que sempre foi um sinalizador de tendência. É pensar, por exemplo, nos Beatles, que lá nos anos 1960 saíram na frente. A Inglaterra dá um sinal pra onde está indo o mundo e esse sinal não está isolado, pois no norte da Europa, com Dinamarca e Suécia, a social-democracia está vagarosamente renascendo. Isso é um sinal"
Desse modo, apesar da extrema direita ter dado as caras pelo mundo nos últimos anos, uma visão dialética sobre a História nos permite enxergar uma necessária caminhada com idas e vindas, mas que prossegue rumo a um alvo evolutivo. Assim sendo, depois de um período de domínio opressivo da direita, pode-se ver que o eleitor costuma retornar para os ideais do trabalhismo e da social-democracia.
Viva o retorno do PT inglês no Reino Unidos e tenho certeza de que amanhã veremos a aliança de centro-esquerda na França evitando que a extrema direita consiga a maioria no Parlamento.
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