Até que enfim a oposição soube adequar seu discurso às reais necessidades do eleitor brasileiro! Pena que um pouco tarde.
Tenho observado que, até a semana passada, tanto as propostas de Serra quanto as de Marina não motivavam o eleitor para votar na oposição.
Por que votar no Serra? Ou por que apoiar Marina?
Eu tenho motivos para ter como minha candidata a Marina Silva, mas o eleitor comum, que pouco participa da vida política da nação, só irá escolher alguém da oposição se ele tiver fortes razões para tanto já que a economia brasileira vai relativamente bem para as expectativas de quem deseja muito pouco da vida.
Dilma praticamente tem ignorado as questões do meio ambiente em seus discursos. Contudo é importante notar que para a maioria do eleitorado ecologia não enche barriga e daí o fato de que minha opinião fica restrita a um grupo de pequena expressão dentro da nossa sociedade.
Nos emails que costumo trocar com um candidato ao Senado aqui do Rio de Janeiro, tenho o hábito de comentar acerca das opiniões que ele emite acerca da campanha eleitoral. Tanto eu quanto ele concordamos quanto a alguns erros e acertos cometidos pela oposição nos seus discursos políticos.
Em 10/09, César Maia escreveu o seguinte no artigo "LULA E AS PESQUISAS QUE VIRÃO!", transmitido pelo seu informativo eletrônico conhecido no mundo virtual como uma continuação de seu ex-blog:
"Os riscos sentidos por empresários e classe média com renda mais alta em relação a seus sigilos fiscal, bancário e grampos generalizados, já afetam sua decisão de voto, que começa a deixar de ser do tipo "tanto faz". A privacidade atingida já é percebida por esses segmentos. Se alcançar parte dos demais, ainda não se sabe. Mas no andar de cima, já alcançou."
Conforme foi muito bem observado pelo candidato a senador do DEM-RJ, as denúncias acerca de violação do sigilo fiscal pela Receita é capaz de atingir a classe média, mas sabemos que questionamentos deste tipo não alcançam a grande maioria de eleitores brasileiros até mesmo porque as pessoas de condição humilde estão isentas de declararem imposto de renda e não apenas do pagamento deste tributo.
Entretanto, ao propor um aumento de salário superior ao governo, Serra soube focar numa questão verdadeiramente motivadora para que o eleitor mude de opinião.
Como disse antes, Serra chegou com este discurso um pouco tarde e, caso o tucano queira mesmo lutar para que haja um segundo turno, deve massificar o seu discurso no horário eleitoral e nos comícios batendo apenas nas propostas que podem surtir algum efeito sobre uma fatia pequena do eleitorado capaz de fazer diferença até dia 3 de outubro.
Hoje em dia, mesmo havendo mais empregos, deve-se observar que o salário mal dá para pagar todas as contas do trabalhador ou do aposentado. Os idosos então gastam quase tudo o que recebem com medicamentos e comida, quando não têm que pagar aluguel para morar. A sociedade brasileira está cada vez mais endividada e as pessoas ficaram tão condicionadas a uma situação de aperto que bastou o aumento do crédito neste segundo semestre para que muita gente se iludisse pensando que a vida melhorou.
Serra poderá mudar isso?
É lógico que pra mim esse discurso não me convence, exceto quanto à possibilidade de controle maior sobre o crescimento da economia. Só que prefiro o candidato tucano do que a Dilma num eventual segundo turno pelo simples fato de que em nada me agrada essa onda nefasta do chavismo petista.
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