Posso dizer que, aqui em casa, temos uma alimentação relativamente saudável durante a semana. Tento acompanhar a dieta da minha esposa que, durante o almoço, come dois tipos de vegetais, carboidratos (geralmente arroz), leguminosas (feijão, lentilha ou grão de bico) e um pedaço de carne. Também incluímos frutas, queijos e biscoitos cream cracker em outros horários e tem ocasiões que nos esquecemos de fazer o bife da refeição.
Só que nem sempre foi assim. Quando criança, meu prato predileto era bife com batatas fritas. Não dava muita importância para o feijão e fiquei anos sem comer arroz. Eu era louco por um churrasco e grande fã dos doces, principalmente se fosse brigadeiro, Danette ou torta de chocolate.
Nos meus tempos de infância, e mesmo no início da adolescência, recordo que as pessoas não costumavam fazer tanto churrasco quanto atualmente no Sudeste do Brasil. Parece que, só depois que a moeda se estabilizou e houve uma oferta maior de carne bovina no mercado, é que o mal hábito tornou-se mais frequente. Até o começo dos anos 90, ainda era muito comum uma família grande no Rio de Janeiro reunir-se na casa dos pais para um grande almoço de domingo cujo cardápio costumava ser muitas das vezes a tradicional feijoada. Contudo meus parentes nunca tiveram uma relação de tanta proximidade e nem faziam tanta feijoada.
Quando surgiu o Plano Real, assar uma carne com os amigos no final de semana tornou-se motivo de status e acho que este costume está fazendo muito mal para o meio ambiente (quanto mais pastos menos florestas) e pra saúde do brasileiro. Principalmente porque nem todos têm o hábito de acompanhar este prato com saladas ou de imitar o gaúcho quanto ao uso do chimarrão após a ingestão das carnes.
Apesar de tudo, nos recentes anos, está surgindo a salutar tendência de medicalização dos alimentos. É algo que começou mais no meio dos ricos e pessoas da classe média alta mas que, graças aos nutricionistas que agora atendem também pelo SUS, pessoas humildes de meia idade ou idosas já estão com novos hábitos e alguns comem até farinha de linhaça.
Tive problemas com a balança durante anos. Minha mãe conta que, quando bebê, eu tinha me tornado obeso e o pediatra receitou um rigoroso regime. Contudo, a este respeito, apenas posso me recordar de quando mudei para do Rio de Janeiro para Petrópolis (1984) e depois para Juiz de Fora (1985), quando então meu peso aumentou bastante aos oito anos de idade. Daí por diante, fui crescendo com uns quilinhos acima do normal.
Quando tinha 22 anos (1998), decidi que iria emagrecer. Eu já tinha passado dos cem quilos nesta época, estava sem disposição para caminhadas, sentia meu corpo pesado quando algumas atividades, sofria bastante com calor e fiquei apavorado quando me disseram que, em poucas décadas, poderia padecer de impotência sexual e de problemas cardiovasculares. Aí iniciei uma dieta por conta própria e, em menos de um ano, perdi vinte e quatro quilos sem ter precisado cortar muita coisa (apenas segui rigorosamente os horários pra me alimentar). O hemocentro até me impediu de doar sangue quando contei pra médica que tinha emagrecido. Em 1999, quando vim para Nova Friburgo, cheguei a pesar 76 quilos numa época em que, frequentemente, fazia longas caminhadas no meio rural em busca de novas paisagens, lugares diferentes, cachoeiras e topos de montanhas.
Atualmente vivo no meu peso ideal entre 85 e 90 quilos que é compatível com minha altura e idade. Porém, foi quando eu ainda era um jovem gordo que descobri uma excelente receita de pizza. Em 1996, meu avô tinha me dado de presente uma quitinete pra morar na avenida Rio Branco de Juiz de Fora. Ele tinha medo que cozinhando no fogão eu viesse a causar um acidente, então resolveu me dar um forno elétrico. Diariamente eu comia num restaurante ou então na casa dele. Quando ia ao supermercado, fazia a festa colocando no carrinho tudo o que desejava já que naquela época ninguém mais podia impor limites ao meu voraz apetite por doces e biscoitos. Então, quando já estava cansado de comer pizza pronta, resolvi inventar meu própria recheio.
Jamais consegui fazer massa de pizza e acho que a pouca experiência com cozinha não me permitiria isso na época. Mas eu já era fã de comida árabe e de pratos picantes. Aí, quando vi uma reportagem sobre as pizzas italianas cheias de molho de tomate, resolvi botar em prática minhas maluquices culinárias. Com várias tentativas e alguns fracassos, cheguei a minha receita ideal:
- meia lata de molho de tomate despejada diretamente sobre a massa;
- rodelas de cebola a gosto sobre o molho;
- fatias de mussarela cobrindo as cebolas e o molho;
- orégano e azeitonas em cima da mussarela.
Comi outras pizzas de cebola em alguns restaurantes (não é muito comum encontrá-las no comércio). Porém, modéstia à parte, nenhuma receita de pizza de cebola ficou melhor do que a minha. Isto porque o meu segredo está no fato de usar uma boa quantidade de molho de tomate sobre a massa e deixar as rodelas de cebola sendo aquecidas no recheio debaixo da mussarela ao invés de secarem na cobertura.
Quando estive na casa de minha mãe, todos gostaram, exceto minha irmã que recusou comer a cebola. Também ofereci pra alguns irmãos que faziam comigo um curso de discipulado na Igreja Evangélica Maranata e teve gente que aprovou enquanto outros detestaram, obviamente por não gostarem de cebola. Depois do episódio, um dos pastores ficava puxando meu saco e querendo saber quando é que eu iria fazer uma nova pizza daquelas.
Por causa da dieta da esposa e do meu forno a gás que estragou não posso ficar assando pizzas aqui em casa. Porém, semana passada, caímos na tentação de comer uma pizza média marguerita feita na rua (aqui em Nova Friburgo, na Eugênio Müller, há um bom restaurante italiano com preços acessíveis) e acho que valeu a pena. Comemos nossas fatias apressadamente como dois lobos famintos.
Ontem pela manhã, fui num culto só de homens que rolou num sítio na localidade rural de Rosário, no distrito de Banquete, em Bom Jardim. A carne bovina estava uma delícia e desta vez mandei brasa, embora evitando a lingüiça e restringindo o carboidrato apenas à farofa sem colocar o arroz no prato. Pena que não tinha folha verde como alface, rúcula ou agrião. Porém, quando cheguei em casa, tratei de preparar logo um chimarrão que ajudou a limpar o organismo das toxinas.
Ter uma dieta saudável sem dúvida que é excelente pra nossa saúde, mas nem sempre temos que ser tão radicais quando não há orientação médica. E acho que o bom é seguir uma alimentação bastante variada, preferencialmente com frutas, verduras e legumes.
É verdade, variar é o grande segredo. Eu estou acima do peso ideal e volta e meia entro em dieta, desta vez estou fazendo uma de pontos e que anoto numa tabela, mas não sei o que aconteceu, hoje me descontrolei com doces, abusei, é o meu vício, tortas e sorvetes!!! aimeuDeus!! Já me apresentei por aqui antes e estou acompanhando seu blog.
ResponderExcluirOi, Wilma. Tudo bem? Não se sinta culpada por isso (risos). Vivamos um dia de cada vez como fazem os AA. Amanhã será outro dia, felizmente.
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