Muito interessante pesquisar sobre um antigo governador do Rio de Janeiro, na época colonial. Tratava-se de Luís Vahia Monteiro, o "Onça", que administrou a capitania de 1724 a 1732, em pleno ciclo do ouro da economia colonial.
Famoso pela truculência com que exerceu o cargo em que não obtinha um bom entendimento com políticos e religiosos da sociedade carioca, parece que sua conduta justificou o apelido que lhe foi dado. E daí a expressão "do tempo do onça", de uso muito comum até umas décadas atrás pelas gerações nascidas na primeira metade do século XX.
Lendo o livro "Escravidão", volume II, do jornalista Laurentino Gomes, observei, no capítulo 10 da obra, uma detalhada descrição da corrupção reinante na época em que o autor reproduz uma frase do então governador fluminense extraída de uma carta ao rei português dom João V: "Senhor, nesta terra todos roubam, só eu não roubo".
Se ele era de fato honesto, não sei e jamais colocaria as mãos no fogo por qualquer político da nossa história, mesmo prestigiando o princípio da presunção de inocência. Todavia, o que se desviava de dinheiro da produção de ouro, pedras preciosas e do tráfico de escravos, além da produção agropecuária, era um tremendo absurdo...
OBS: Imagem de Luís Vahia Monteiro em foto de óleo original existente na sacristia da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos (RJ), conforme o link http://reficio.cc/publicacoes/revista-do-arquivo-do-distrito-federal/governanca-de-luiz-vahia-monteiro/ sendo a pesquisa atribuída a Guaraci Rosa, de acordo com a postagem no Facebook, "O GOVERNADOR QUE NÃO ERA CORRUPTO" escrita por André Luis Mansur e publicada dia 25/07/2018 na página Santa Paciência em
Muito bom esse registro histórico! Tenho o Onça também lá no meu blog. Ninguém era santo naquele tempo, rsrs.
ResponderExcluirHá quem diga que antigamente as coisas eram melhores, mas vejo que não. O Brasil como colônia de exploração, quer fosse no ciclo do açúcar ou da mineração, bem como nos últimos 201 anos de emancipação política, pouco mudou. Até hoje o objetivo é enriquecer e usar o público como sendo privado.
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