Apesar de muitas comemorações que estou vendo na internet hoje, pois, afinal, não deixa de ser uma vitória quando os maus governantes que estão administrando mal o patrimônio público são afastados de seus respectivos cargos, eis que, ao mesmo tempo, fatos como esse do afastamento do governador fluminense Wilson José Witzel são também causadores de tristeza.
Não votei no Dr. Witzel em 28/10/2018, mas confesso que, por um tempo, cheguei a nutrir esperanças de que, mesmo ele seguindo uma linha política conservadora (que é diferente da minha visão), o novo governador, sem os supostos vínculos anteriores com os antigos figurões do estado, pudesse frear a corrupção que tanto envergonhou o RJ nos dois governos passados, mas que continua manchando a imagem deste ente federativo nos cenários nacional e até internacional.
Exatamente um ano antes do pleito, fui apresentado a ele no Iate Clube Muriqui durante uma palestra que houve por lá. Tanto eu quanto o prefeito da época e o atual (des)governante de Mangaratiba estivemos em sua palestra, sendo que a pessoa que me apresentou ao então juiz federal tornou-se oposição meses após ele ter assumido o mandato. Aliás, falo de um atuante cabo eleitoral que não "abandonou o barco" da campanha mesmo quando as pesquisas acusavam uma intenção de 1% dos votos dos entrevistados e ainda assim tanto lutou para que Witzel chegasse ao Palácio da Guanabara...
Em 18/12/2018, no dia da diplomação, embora já me sentisse indignado com algumas falas do então candidato eleito sobre segurança pública, ainda conversei com otimismo com uns apoiadores dele quando passei pelo prédio do Tribunal de Justiça para fazer uma audiência e, na ocasião, aproveitei uns momentos antes da minha sessão para prestigiar um deputado conhecido meu que fora reeleito para mais um mandato na ALERJ.
Pois bem. Entramos em 2019 e o governo Witzel não foi nada daquilo que se esperava a ponto de ter frustrado até a mim que era de outro partido e que apoiei de início ao fim o seu adversário, inclusive por razões de fidelidade partidária. Aconselhei aos progressistas que buscassem diálogo no começo, com o governo mas o que acabamos assistindo foi algo totalmente contrário às boas expectativas, de maneira que cheguei a dar razão até aos ex-aliados bolsonaristas quando se voltaram contra o governante do RJ.
Finalmente, veio a pandemia da COVID-19 e, embora as medidas de isolamento social adotadas tivessem como justificativa proteger a saúde das pessoas, fiquei perplexo com as denúncias de superfaturamento envolvendo desvios e lavagem de recursos. Ou seja, justamente aquilo que, por algum momento, acreditei que Witzel fosse combater, mas os fatos nos levam a concluir que acabou ocorrendo ao contrário.
Agora tudo indica que, com o alcance dessa mega operação que houve hoje no RJ, atingindo também o vice-governador e o presidente da ALERJ, torna-se provável que teremos eleições suplementares, de acordo com o parágrafo 1º do artigo 142 da Constituição Estadual, se confirmada uma dupla vacância até o final do ano. Isto se não acabar ocorrendo uma trágica intervenção federal por aqui. E, se tal coisa acontecer, considerando a desconstrução da chamada "nova política", vejo que o ex-governador Anthony Garotinho passa a ter chances reais de retornar triunfantemente ao Palácio já que, dentre os eleitos, após o saudoso Brizola, pode ser considerado o melhor governante que tivemos.
"Art. 140 - Substituirá o Governador, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Governador.
Parágrafo único - O Vice-Governador do Estado, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Governador, sempre que por ele convocado para missões especiais.
Art. 141 - Em caso de impedimento do Governador e do Vice-Governador, ou de vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da chefia do Poder Executivo o Presidente da Assembleia Legislativa e o Presidente do Tribunal de Justiça.
Art. 142 - Vagando os cargos de Governador e de Vice-Governador do Estado, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período governamental, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pela Assembleia Legislativa, na forma da lei. (Nova redação dada pelo art. 6º da Emenda Constitucional nº 53, de 26/06/2012)
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.""
Difícil dizer isso, porém ainda não sepulto as minhas esperanças por um Rio melhor e que um dia, mesmo num futuro distante, o estado consiga ressurgir das cinzas.
OBS: Créditos autorais da imagem acima atribuídos a Fernando Frazão/Agência Brasil, conforme consta em https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2020-08/stj-determina-afastamento-do-governador-do-rio-de-janeiro
Muito triste tudo isso e olha que sempre somos nós que pagamos a conta.
ResponderExcluirMais uma vergonha para o nosso estado do Rio de Janeiro!
Verdade. Infelizmente será sempre a população (contribuintes ou não), os servidores e os empreendedores que sofrerão com os desfalques no patrimônio público. Acho que seria minimamente digno que todos renunciassem para termos o quanto antes novas eleições
ExcluirOlá, Rodrigo!
ResponderExcluirQuem esperaria tais atitudes do governo Witzel? Enfim, vos enganou uma vez, não enganará mais.
Sabemos k não há políticos perfeitos, mas se pede que cumpram aquilo que prometem e que não metam a mão no bolso do povo.
Voltarei à blogosfera dia 31 desse mês, mas meu post estará num blog brasileiro. Deixarei em meu blog todas as indicações. Se quiser passar por lá, ficarei mto feliz. Obrigada.
Abraços e bom fim de semana.
Boa tarde, CEU.
ExcluirFico feliz em vê-la novamente navegando na internet e que tornará a escrever. Desejo sucesso nas postagens!
E quanto ao governo Witzel, confesso que não esperava ter notícias como essas que se tem divulgado nos jornais daqui, mesmo sem tê-lo apoiado.
Forte abraço e um excelente final de sábado.