Apesar das críticas existentes contra a abundante hipocrisia reinante nesse momento de festas de fim de ano, manter viva em nosso interior a Chama Inspiradora do Natal é de grande importância para o nosso direcionamento de vida.
Sem dúvida alguma que os festejos natalinos são manifestações culturais e, por isso, expressões externas de uma sociedade que preserva suas tradições ou parte delas.
Dar presentes nessa época do ano é algo que já existe há muito tempo antes de nascermos, tratando-se do melhor momento vivido pelo comércio, gerando também oportunidades de trabalho e de renda. Porém, como bem sabemos, presentear nunca foi a essência do Natal da mesma maneira que as ofertas dos magos do Oriente, quando visitaram o menino Jesus, apenas refletiram uma conduta reverente que aqueles viajantes demonstram diante do pequeno Mestre recém chegado ao mundo:
"Quando tornaram a ver a estrela, encheram-se de júbilo. Ao entrarem na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram. Então abriram os seus tesouros e lhe deram presentes: ouro, incenso e mirra." (Mateus 2:10-11; NVI)
Nesse segundo Natal pandêmico, em que muitos especialistas continuam recomendando às pessoas para evitar aglomerações e as viagens sem necessidade (a fim de que o vírus não fique circulando por aí), precisamos voltar à essência do que significa o momento que tanto festejamos uma vez no ano. Logo, ao invés de nos distanciarmos totalmente dos parentes e amigos, devemos criar meios de manter esses relacionamentos vivos, mesmo na ausência de reuniões comemorativas.
Se bem refletirmos, será que, nos anos anteriores ao Natal passado, as pessoas dialogavam com a devida abertura e interação quando se encontravam na casa do patriarca ou da matriarca da família?! Quantas festas natalinas não terminavam com o registro de uma ocorrência policial na Delegacia após violentas brigas iniciadas envolvendo os próprios parentes/afins, geralmente os irmãos, cunhados, genros, noras e sogros?!
É pura ilusão achar que todas as desavenças não resolvidas nos 357 ou 358 dias anteriores vão se ajeitar justo nos momentos finais de um ano. Porém, nunca se deve jogar fora a oportunidade que o Natal propicia para as pessoas se reaproximarem ou resolverem racionalmente suas pendências.
Quando dizem que o Natal (ou a sua essência) precisa ser experimentado nos outros 364 dias, concordo de maneira plena. Mas jamais devemos esquecer que as celebrações nas quais nos envolvemos continuamente ajudam a nos unir com aqueles que amamos, trazendo à memória o fato de sermos parte de uma história que define o nosso passado.
Por certo que, com muito mais intensidade, podemos vivenciar raros momentos da breve existência terrestre quando nos encontramos livres de compromissos laborais a exemplo do que costuma acontecer com grande parte das pessoas nos últimos sete a nove dias de dezembro (e mais o comecinho de janeiro). Logo, torna-se sugestivo que, dentro das condições que há, possamos tornar o Natal de 2021 uma ocasião especial para nós e para quem está perto da gente.
Aos que por razões pessoais não comemoram o nascimento de Jesus, às vezes por não serem cristãos, creio que podem de alguma maneira partilhar desse proveitoso momento indo além das aparências de uma cultura religiosa hoje secularizada. Afinal, Natal significa a esperança e o anúncio de um novo tempo.
Um feliz Natal a todos e todas!
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