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quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Voto é coisa muito séria!




Um dos motivos pelo qual o brasileiro sofre é porque muitos eleitores não dão o devido valor ao voto, o qual é a nossa arma dentro da democracia.


Apesar de ser de conhecimento de todos o que vou escrever aqui, nunca é demais lembrar que muita gente se vende nas eleições em troca de dinheiro, favores ou vãs promessas de emprego. E isso acontece tanto com as pessoas mais humildes, quanto com os possuem melhores condições, inclusive entre os candidatos.


É claro que, nesse sujo "mercado eleitoral", cada um tem seu preço. Pois para quem não sabe, há políticos que vendem a própria candidatura, quer seja para outro concorrente (ao abandonar a campanha), para um prefeito corrupto que tenta a qualquer custo reeleger-se, ou ainda para um empresário que pretende obter vantagens nos futuros contratos milionários com a Administração Pública, como a licitação da coleta de lixo, as compras de medicamentos e materiais hospitalares, a merenda das escolas, os uniformes dos alunos, as festas, as obras, as propagandas oficiais, os programas de informática, as terceirizações, etc.


No entanto, apesar de tudo isso ser errado, quem geralmente se dá mal é o eleitor comum que passará quatro anos sem receber serviços eficientes de uma prefeitura e sem contar uma gestão que melhore a qualidade de vida dos moradores da cidade, além de correr o risco de sofrer humilhações e perseguições quando for tentar cobrar os seus direitos futuramente. Sem contar que também ficará sem vereadores que cumpram com o papel deles, a exemplo de fiscalizar um mal governo, de modo que os representantes na Câmara só serão oposição por interesse próprio fazendo as coisas piorar.


É preciso que o eleitor dê o devido valor ao voto, escolhendo pessoas capacitadas e dignas para o representar.


Ao definir o nome do seu prefeito, é preciso o eleitor observar se aquele candidato é de fato alguém capacitado para o cargo que pretende ocupar. Pois para governar uma cidade não basta ser aquele político gente boa que anda na rua beijando e abraçando todo mundo, com a cara cheia de falsidade como se fosse um amorzinho de pessoa para depois de eleito não atender mais ninguém.


O prefeito antes de mais nada tem que ser um bom gerente da coisa pública e ter no mínimo um pouco de experiência administrativa para não ficar nas mãos dos outros que se aproveitarão da sua falta de conhecimento para terem influência sobre os atos do governo. Por isso, é recomendável que o candidato à "cadeira número um" da cidade faça um curso de gestão municipal e tenha um considerável tempo de trabalho num cargo de direção, chefia ou assessoramento. Ou então, seja alguém que atuou como secretário ou presidente de autarquia, podendo ser também um funcionário concursado que entenda do assunto. Até mesmo para podermos avaliar a sua ética e liderança.


Já o vereador é algo completamente diferente e quem exerce o seu mandato numa Câmara Municipal não significa que, devido a isso, esteja apto para ser prefeito ou vice-prefeito de uma cidade. E, aliás, precisamos ter muita atenção com o segundo nome da chapa, sabermos bem quem é o cara, porque, numa eventual vacância, será o vice quem assume.


Ora, quantas vezes não ficamos sabendo de prefeitos que morreram, foram afastados, se licenciaram por suposto motivo de tratamento de saúde ou renunciaram no meio do mandato pretendendo se candidatar nas eleições gerais dois anos depois? E tem vezes que eles mesmos já acordaram isso entre si, sem nem ao menos darem ciência antecipada ao eleitor acerca desses planos obscuros.


Mas voltando a falar do vereador, não podemos confundir os nossos representantes no Legislativo com o trabalho do assistente social ou de um despachante.


Vereador não pode prometer aquilo que faz o prefeito ou um governador! 


Muito menos pode o vereador dizer que vai dar emprego para as pessoas, arrumar vaga em creche, conseguir dinheiro pra festas, patrocinar o time de futebol de um bairro, ou facilitar o atendimento na rede de saúde pública... 


Verdade seja dita que, se um candidato ou um vereador já eleito anuncia tais coisas, abra os olhos, meu amigo, porque o sujeito é um safado ou nem sabe a que veio. Aliás, algumas dessas condutas sãp consideradas criminosas e podem turar o candidato da disputa.


O trabalho principal de um vereador é aprovar as leis do Município. Pois é daí que vem o nome Poder Legislativo. E, mesmo assim, tem leis que caberão apenas ao prefeito da cidade apresentar, ficando a critério da Câmara aceitar ou não a proposta.


Nesse sentido, será papel do vereador discutir o orçamento da cidade, sendo que ele também vai fiscalizar os atos do prefeito, controlando as contas públicas. E aí o nosso representante na Câmara poderá fazer visitas nas escolas e hospitais para saber se os serviços estão sendo bem prestados, acompanhar o andamento das obras, requisitar documentos, informações, chamar os secretários para comparecer a uma sessão do Legislativo e pedir esclarecimentos.


Se é para escolher um candidato a vereador, então vamos conhecer um pouco da vida daquela pessoa. Ou seja, se é um homem ou uma mulher com coragem, qual o seu histórico de luta dentro da comunidade, suas ideias e propostas como futuro vereador.


Para mim, enquanto o prefeito deve ser um político que entende de administração pública, o vereador precisa ser um cidadão participativo que briga pelas causas da sociedade. E aí valorizo muito quem há algum tempo é ativista, líder comunitário ou sindical, prestou trabalhos em alguma ONG de fiscalização ou fez parte de um conselho setorial. Pois esse é para mim o perfil de um vereador, não o de um religioso que, de uma hora para outra, se diz "escolhido por Deus" ou porque o sujeito faz certas "caridades" no bairro, ajudando as emergências de um ou de outro.


Ciente disso, não tem desculpa se o eleitor vota em "A" ou "B" porque o candidato é elegante, simpático ou fala bonito.  Menos ainda chegar no dia da eleição e pegar aquele santinho que algum apoiador inescrupuloso jogou no chão emporcalhando a cidade. Até porque quem faz isso está comprando voto com dinheiro sujo da corrupção e só quer conseguir uma vantagem de última hora em cima dos indecisos.


Portanto, meus amigos, não se espantem com o que vou dizer. Se até o dia 15/11 você não souber em quem irá votar para vereador e/ou prefeito, mas precisa comparecer ás urnas para cumprir uma obrigação, então sugiro que vá até à sua sessão eleitoral, aguarde a sua vez e anule. Pois é melhor invalidar o voto do que tomar uma decisão sem consciência.




Pensem nisso! Voto é coisa muito séria. Não é brincadeira...

2 comentários:

  1. Concordo plenamente com suas palavras nesse texto. Os nossos eleitores ainda tem muito que aprender. Mesmo com os péssimos políticos que temos, o nosso voto não é brincadeira.

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    1. Realmente é muito que aprender e ganhar eleições no Brasil, na maioria dos casos, significa contar com o voto de pessoas inconscientes que se deixam levar pelo marketing político, promessas sem compromissos e se identificam até com o desvio de caráter do candidato.

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