Imitando o que anda ocorrendo na Catalunha, região nordeste da Península Ibérica, eis que, em Santa Catarina, estima-se que pelo menos 50 mil eleitores votaram no sábado (07/10) num plebiscito informal organizado pelo movimento separatista O Sul é Meu País. A consulta seria sobre a possibilidade de separar os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná do restante do Brasil.
Segundo noticiado pelo portal de notícias do G1, após o voto ser depositado nas urnas, o participante era convidado a assinar um projeto de lei sobre o tema a ser apresentado oficialmente ao Legislativo. E, de acordo com o resultado parcial divulgado pouco antes das 22 horas, 48.790 pessoas já teriam votado sim e 2.031 votaram não, apenas dentro de Santa Catarina.
Pela pouca quantidade de votantes que compareceram ao plebiscito, podemos dizer que se trata de um número ainda inexpressivo, mas que mostra a força da militância de um movimento que já não pode ser considerado tão pequeno assim. E, na prática, o que se busca através desse evento seria protestar contra a má redistribuição dos recursos públicos do governo federal e a necessidade de aumentar a autonomia administrativa dos estados.
Embora eu reconheça o direito de qualquer região emancipar-se politicamente de um país (claro que para isso ocorrer deve haver um manifesto desejo da maioria), entendo que isto seria uma ideia contrária à tendência inevitável de globalização. E aí uma das minhas preocupações é que, na hipótese dos emancipacionismos darem certo, teríamos também novos nacionalismos radicais se espalhando no mundo.
Outra preocupação é que, com tais movimentos emancipacionistas (há outros menores pelo Brasil além de O Sul é o Meu País), as ideias nefastas sobre intervenção militar ganhariam mais força em que passaria a existir um motivo a mais para as Forças Armadas golpearem novamente a nossa democracia como foi há 53 anos atrás. Aliás, não faz muito tempo que um general deixou o seu recado ameaçador quando discursou numa importante Loja Maçônica.
Numa nação doente e fragilizada institucionalmente, a tão desejada renovação política precisa ocorrer o quanto antes. Pois, enquanto o Brasil não caminhar no rumo certo, com a ética acompanhando a retomada do nosso crescimento econômico, a população ficará vulnerável à oferta de soluções mágicas para as suas dificuldades, o que nada mais é do que uma fuga da realidade ao invés de darmos o devido enfrentamento aos problemas.
Que não nos falte o bom senso e os pés no chão.
Que não nos falte o bom senso e os pés no chão.
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