Eu não poderia deixar passar este domingo sem antes publicar uma breve homenagem ao Exmo. Procurador Geral da República, Dr.
Rodrigo Janot, cujo mandato, no comando do Ministério Público Federal, encerra-se na presente data de 17/09.
Sob Janot, a operação
Lava Jato abriu no Supremo Tribunal Federal (STF) nada menos do que 137 investigações, cujos alvos são Michel Temer, 04 ex-presidentes, 93 parlamentares, 06 ministros do atual governo e 02 ministros do Tribunal de Constas da União (TCU).
Além destes, são investigadas no Supremo mais de uma centena de pessoas sem o chamado "foro privilegiado", a exemplo de lobistas, doleiros, ex-diretores de estatais e políticos sem mandato envolvidos com as autoridades suspeitas. E temos outras dezenas de pessoas, inicialmente investigadas no STF, mas que tiveram os seus casos remetidos para instâncias inferiores após a perda do foro privilegiado.
Não só a Lava Jato, mas também diversos outros esquemas de corrupção foram investigados pelo Ministério Público, sob o comando de Janot. Destacam-se, por exemplo, as operações
Zelotes (sobre compra de decisões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais da Receita Federal – Carf –, venda de medidas provisórias e compra de caças suecos) e a
Ararath (que desvendou a existência de bancos clandestinos destinados à lavagem de dinheiro em Mato Grosso).
Ressalte-se ter sido no período de Janot que se intensificou no nosso país o uso daquilo que é hoje considerada a principal arma de investigação dos chamados "crimes do colarinho branco": o instituto da "delação premiada". Pois, só na Lava Jato, o procurador-geral conseguiu validar 159 acordos, dos quais os mais extensos são os negociados com executivos das empresas Odebrecht e JBS.
Acrescente-se que a cooperação internacional na operação alcançou 48 países com a repatriação de R$ 79 milhões em dinheiro sujo que fora desviado para o exterior por políticos inescrupulosos.
Assim, com seus reconhecidos êxitos, o meu xará, Rodrigo Janot, conclui o seu mandato histórico na PGR, tendo feito com que o Ministério Público Federal marcasse positivamente com a sua atuação esse momento tão decadente da nossa República. Aliás, uma das poucas instituições estatais confiáveis nos dias de hoje.
Nesta segunda-feira (18/09), a Exma. Dra. Raquel Dodge toma posse do cargo e espero que o seu comando no Ministério Público Federal continue nutrindo as expectativas da população brasileira quanto ao persistente combate à corrupção.
Parabéns, Janot, e desejo muito sucesso à nova Procuradora!
OBS: Créditos autorais da imagem acima atribuídos a Marcelo Camargo / Agência Brasil.
Olá, Rodrigo!
ResponderExcluirJunto minha homenagem à sua e desejo à nova Procuradora sucesso, empenho e justiça.
Grata pela sua visita e inteligente comentário. Sou, de facto, mto exigente e criteriosa, e julgo saber distinguir trigo do joio.
Beijo e dias felizes.
Boa noite, CÉU.
ExcluirEu que agradeço pela sua visita e comentários (nesta e na outra postagem).
Sempre um prazer ler o que escreve e, se às vezes deixo de comentar, é porque desejo partilhar algum conteúdo que possa realmente agregar valor.
Sobre a nova procuradora-geral, hoje ela foi muito feliz em seu discurso de posse ao dizer que o Ministério Público deve "garantir que ninguém esteja acima da lei", além de que o povo brasileiro "acompanha investigações e julgamentos" e "não tolera a corrupção". Ou seja, um discurso para a sociedade que a atuação do Ministério Público irá continuar firme contra as autoridades do alto escalão da República.
Raquel Dodge chefiará a PGR pelos próximos dois anos, tendo se tornado a primeira mulher a assumir o comando do Ministério Público aqui no Brasil.
Como diz um conhecido meu que é ativista de movimentos sociais e autor de um livro, o futuro do mundo será feminino. E, se for melhor para a humanidade, que as mulheres administrem o Estado e as empresas.
Grande abraço.