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sábado, 21 de janeiro de 2017

Partiu tempo verbal

Se a internet vem estragando a língua portuguesa neste Brasil, eis que, em 2016, a coisa estremeceu de vez.

Como se já não bastassem as palavras cortadas nas redes sociais, agora até o tempo verbal foi violado (ou modificado o seu uso pelo popular-virtual). Pois, pelo que tenho observado, o verbo partir, quando conjugado na terceira pessoa do singular dentro do pretérito perfeito, significa agora uma ação futura. É o que podemos dizer quanto às orações:

- "Partiu praia" (estou indo à praia).

- "Partiu escola" (estou indo pra escola).

Nesse tempo partido, entretanto, o uso do verbo no passado parece expressar uma decisão já resolvida do sujeito. Ou seja, ele está deixando o bate papo virtual em tempo real e se direcionando para outra ação.  E tais  palavras, ao serem escritas, dispensam qualquer despedida mais afetuosa.

Entretanto, fico a pensar sobre o que de fato anda agredindo mais a nossa língua. Se é a internet ou essas letras horrorosas do funk. Pois, na boa, não consigo engolir o final daquela música que viralisou na qual o autor, malandramente, canta no final: "Nós se vê por aí".

Infelizmente, as duas coisas caminham juntas para o emburrecimento geral do nosso povo em que os alunos vão para a escola usar celular ao invés de prestarem a atenção no professor. Pois esse é um país onde, lamentavelmente, a quebra de valores e de disciplina anda destruindo a sua frágil cultura sem raízes.

Seja como for, hoje é sábado, dia de lazer e de paz. Não vou passar meu dia reclamando da vida na internet. Logo, "partiu" passeio e "nós se vê por aí".

15 comentários:

  1. Pô! Muito boa a postagem. Bem melhor que aquela do sexo anal. Sabia que você era capaz de escrever um bom texto.

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    1. Obrigado pela leitura e comentários, Lacerda. Quanto àquela postagem, seria o meu lado funk ou sertanojo (rsrsrs) que coexiste com o outro lado MPB e bossa nova. Kkkkk

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    2. Se bem que há bons sertanejos na nossa música, os de raiz, e o que se ouve mais agora são os sertaNOJOS.

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  2. Bom dia, RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ

    Realmente, com toda a razão. Em Portugal é o mesmo. Acho que "assassinam" A língua Portuguesa. Alguma juventude fala e escreve mal quando abreviam palavras. culpa de algumas tecnologias. Enfim. Escrever correctamente sem sabem.

    (Eu, por exemplo, não sou de acordo com o novo acordo ortográfico. Ideia minha.)

    Feliz dia para si.
    Bjos

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    1. Oi, Larissa.

      Triste essa realidade do empobrecimento da língua

      Também vejo que existem aspectos negativos no novo acordo ortográfico. Pois para mim é deixar que, em cada região, haja a adoção de regras próprias que acompanhem a evolução do idioma na respectiva localidade.

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  3. Olá, Rodrigo!

    Como vai? Aqui, muito frio.

    Este assunto interessa-me, sobremaneira, porque com formação académica superior em Língua Portuguesa, há coisas que NÃO admito.
    Não conhecia "essa" do "partiu" e por cá, creio, que não se diz, nem se escreve. Enfim, simplificar o mais possível e incorretamente é a saída "airosa", estúpida, ignorante que algumas mentes encontraram, pensando estarem a redescobrir a pólvora.

    Estou de acordo com o AO de 1990, na sua maioria, e contrariamente àquilo que muitos portugueses dizem, não são os brasileiros que impõem a Língua deles a nós, mas sim "nós" que nos habituámos a falar e a escrever como vocês. Exemplificando: oi, tudo bem? (muito comum em Portugal); meu filhote (muito in); não é mesmo (?), correspondendo ao não é(?), de Portugal?
    Ainda em relação ao AO, por que razão havemos nós de escrever letras, que não pronunciamos? A Língua tem de evoluir, como qualquer outra coisa, receber e dar vocábulos. A hifenização, tem sido dos assuntos que mais me têm custado a "atinar", mas quando não tenho a certeza, não coloco o hífen.

    Abraços e dias felizes.

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    1. Olá, CEU.

      Inicialmente obrigado por sua leitura e comentários.

      Talvez a internet contribua mesmo para que boa parte de seus usuários acabe aceitando o modo de expressão da maioria por uma necessidade de aceitação é identificação do próprio ser humano.

      Concordo com o que colocou acerca do hífen. E acho que mudanças precisam ocorrer em prol de uma evolução.

      Mais uma vez agradeço por sua participação e vou colocar seu texto em minha lista de leitura.

      Ótimo descanso noturno!

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  4. Como sempre, esqueço de lhe dizer, que tenho novo poema no blogue. Muito obrigada, desde já, Ricardo!

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    1. Oi, CEU.

      Hoje finalmente pude ler w comentar a postagem do seu blog.

      Parabéns!

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    2. Olá, boa noite RODRIGO (que "bura" eu sou! É tendência minha te chamar (chamar-te) Ricardo)!

      Espero que esteja bem e que o clima, quentinho, em todos os aspetos (ironia) ajude. Estou a usar o Português de Portugal, mas "em Roma, sê romano", diz o provérbio.

      Nada de agradecimentos, pois só venho aqui ler e comentar, porque acho a temática interessante e porque quero.

      A Internet tem des(ajudado) e muito, em todo o mundo, porque tudo está à distância de um clique, e quanto mais rápido e sucinto for o clique, "melhor".

      As mudanças são necessárias, caso não, ainda hoje atiraríamos pela janelo o conteúdo do "penico", dizendo "água vai", como na Idade Média, e naturalmente, em qualquer Idioma, também, como já ambos afirmámos.

      O meu texto? Qual? O poema "Quase"? Sabe que eu fiz este poema em muito pouco tempo e achei que ele não passava de um poemazeco. Não me satisfez, confesso, mas quem o lê tem sempre a última palavra.

      Em relação ao comentário, que deixou no meu blogue, e que li e reli, tenho a certeza que é isso mesmo. Estudei dois anos Psicologia, e talvez esse facto me ajude a compreender algumas coisas que vejo e leio. Queremos, na realidade, harmonia e que não haja "ondas", pelas mais diversas razões, sendo a social, a predominante, mas, aqui pra nós, Rodrigo, que "ninguém" nos lê, ah, bem lá no fundo, quanta vontade de mudança de um dia, de uma semana, de um mês, mas... Sou conservadora, mas cada vez me sinto mais kairós. Amanhã, eu não sei sequer o tempo que irá fazer, o que comerei, o que vestirei, se sairei ou não. Entendes?

      Nós, somos nós, mas estamos envoltos numa capa e com máscara, quase sempre, porque a sociedade a tal nos obriga. Hoje, estou muito sensitiva, filosófica e sensorial, portanto, vou parar por aqui.

      Beijos e uma feliz noite.

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    3. Olá, CEU.

      Realmente o tempo anda bem quente por aqui. Tanto no clima, pois é verão no Hemisfério Sul, quanto na política com as prisões de autoridades e empresários que não param de acontecer.

      Fico indagar por que teria meu nome confundido com algum Ricardo? Como diria Freud, "os esquecimentos são intencionais" (rsrsrs). Ou seja, para aquele que hoje é considerado o pai da psicanálise, haveria uma razão do nosso inconsciente para esquecermos ou confundirmos algo. Um comportamento que seria expressões do desejo talvez. Bem, não sei se ele exagerou em sua leitura do não dito. Kkkkkkk

      Quanto ao que colocou, somos no fundo mais kayros mesmo. Pelo menos em essência ainda que estejamos simultaneamente em movimento como diz a letra de música do Cazuza "o tempo não pára". Em outras palavras, vivemos dois tempos...


      "As mudanças são necessárias, caso não, ainda hoje atiraríamos pela janelo o conteúdo do "penico", dizendo "água vai", como na Idade Média, e naturalmente, em qualquer Idioma, também, como já ambos afirmámos." (CEU)

      Posso dizer que conheci lugares que até o século XXI permanecem assim. Foi o que vi quando estive próximo à virada do milênio em Belém, capital do Estado do Pará, norte do Brasil. Assisti pessoas jogando baldes de água suja pela janela de algumas casas. E quando fui ao tradicional mercado da cidade, o "Ver-o-Peso", era uma quantidade tão grande de lixo e um cheiro de peso que muito me fazia lembrar a Praça XV do Rio de Janeiro até os anos 80. Ou seja, hábitos da Idade Média podem não ter terminado definitivamente em alguns lugares do mundo. Aliás, o costume medieval que expôs ainda continuou ocorrendo até o século XIX no Rio de Janeiro, mesmo depois que D. João e D. Carlota Joaquina mudaram-se para o Brasil. Se bem que limpo aquele rei não era. Kkkkkkk

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    4. Em tempo! Não poderia deixar de comentar:

      "Nós, somos nós, mas estamos envoltos numa capa e com máscara, quase sempre, porque a sociedade a tal nos obriga. Hoje, estou muito sensitiva, filosófica e sensorial, portanto, vou parar por aqui." (CEU)

      São a meu ver muitos os motivos que nos leva a por máscaras. Realmente o ambiente externo (o meio social) por ser ainda hostil obriga muitos a se fecharem dentro de si ou disfarçarem seis gostos, interesses, desejos e vontades, bem como nossas mais sinceras expressões.

      Entretanto, se tenho a consciência de que estou usando uma máscara, penso que fica mais fácil lidar com ela. Pois, neste caso, acaba sendo um personagem criado para com ele interagir com o mundo seja na esfera política, artística, comercial, etc. Problema é quando a máscara é criada pelo nosso inconsciente e já não sabemos mais o porquê de termos adotado um determinado comportamento.

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  5. Olá, RODRIGO!

    Pois, por aí, "tudo e todos" quentes, contrariamente ao clima atmosférico (frio e chuva) e político (tudo na paz dos anjos)por cá.

    Também não te sei explicar, mas creia que embora conheça alguns "Ricardos", não tive, nem tenho com nenhum deles grandes proximidades e nem sequer namorei ou estive apaixonada por nenhum Ricardo, portanto, Freud, que mto admiro, no meu caso, falhou redondamente.

    Falando sério? Não posso, não gostaria de acreditar. Pensei k o teu gigantão já estivesse vivendo na Idade Contemporânea (rs), pke o porco e o tosco de D. João VI já aí não está (rs). Os reis, em geral, não se lavavam regularmente e não entendo como se relacionavam intimamente e fizeram tantos filhos legítimos e bastardos.

    Claro que sim, mas a sociedade, a componente social é a determinante. Naturalmente, k como "bons" atores e atrizes, temos que a saber usar no "palco da vida", mas depois de terminar a "atuação", somos iguais a nós mesmos.

    Beijos e dias bem felizes.

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    1. "Falando sério? Não posso, não gostaria de acreditar. Pensei k o teu gigantão já estivesse vivendo na Idade Contemporânea (rs)" - CEU


      Olá, amiga.

      Posso lhe dizer que uma parte do Brasil vive no século XXI. Isto é, os ricos. Mas a maior parte da população ainda não desfruta plenamente dos avanços dos últimos tempos. Exceto os produtos que muitos consumidores almejam comprar se esquecendo de que mais importante é ter acesso com qualidade a saúde, educação, moradia e trabalho digno. Não foi por menos que décadas atrás um estudioso chamou o Brasil de uma "Belindia" que seria a mistura da Bélgica com a Índia.

      Com o Lula, se ele tivesse feito um governo sério e sem uma corrupção tão escandalosa, talvez chegaríamos ao primeiro mundo na próxima década já que não basta torna-se umas das maiores economias sem proporcionar um grau de desenvolvimento à nação. E foram 13 anos que o partido dele esteve no poder para melhorarmis muito pouco perto do que poderia ter avançado.

      Esta semana um poderoso empresário brasileiro foi preso e pelo que ele disse em sua entrevista ao repórter da TV Globo, as investigações estaruam gerando "um novo Brasil". Eu, porém, fico bem cético já que hoje mesmo aqui em meu estado do Rio de Janeiro de seus 43 Km2 (menos da metade territorial de sei país), os deputados regionais reelegeram para Presidência da Assembléia Legislativa alguém muito ligado ao ex-governador que se acha preso e ao atual. E olgevqye esse estado do Rio de Janeiro já foi regado a muito petróleo nos anos em que o preço do barril estava mais alto...

      Enfim, o Brasil é um país rico mas com uma população ainda pobre. A esquerda que poderia ter feito bem mostriu-se tão corrupta quanto os grupos políticos que antes Lula dizia combater, mas que acabou se aliando depois.

      Para concluir, digo que gosto apenas de um tipo de esquerda que é aquela esquerda seria e comprometida com o bem estar social, sem tender para rupturas violentas e sem se deixar levar pela corrupção. É de um governo com uma tendência progressista que hoje o Brasil necessita para ter uma inserção plena no novo milênio.

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