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quarta-feira, 5 de março de 2014

Oito anos e quinze carnavais...



"Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula" (Hebreus 13:4a; ARA)

Na data de ontem (04/03/2014), eu e Núbia completamos nossos oito anos de casamento.

Dessa vez, estando eu super envolvido com o meu trabalho e aproveitando o importante movimento da alta temporada turística nesta época de Carnaval, cá em Muriqui, não tivemos tanto tempo e nem condições para celebrarmos as comemorações no mesmo dia. Resolvemos, num comum acordo, agendar para a semana que vem (ou pra esta sexta, caso chova) a prometida ida a um restaurante. Aliás, não seria algo inteligente fazermos isso com os estabelecimentos comerciais daqui lotados de frequentadores em que, dificilmente, seríamos bem atendidos. Também tendo eu trabalhado parte da manhã e a tarde quase toda na praia, bem como precisando poupar energia para o labor no resto da semana, a última coisa que desejava era sair de casa à noite.

Se não fosse pelo meu trabalho, o dia de ontem até que valeria uma dupla comemoração. Isto porque eu e Núbia nos conhecemos no sábado de Carnaval de 1999, num lindo lugar situado nas serras de Macaé identificado como Arraial do Sana (ou simplesmente Sana). Na época, ainda estudante de Direito no campus da Estácio de Sá de Nova Friburgo, fui caminhando pela poeirenta rodovia Serramar, a RJ-142, deixando para trás o distrito de Lumiar e seguindo rumo a Casimiro de Abreu. Andando a pé uns trechos e pegando carona em outros, finalmente cheguei lá. Por indicação, resolvi conhecer a decoração do Bar do Jamaica onde acabei conhecendo Núbia e apenas conversamos brevemente naquela ocasião. Pretendia retornar no mesmo dia para casa, mas, como foi ficando tarde, acabei me hospedando numa simples pousada custando-me a diária uns acessíveis R$ 15,00 naqueles bons tempos de inflação baixa. Quando foi de noite, saí para dar um rolé e a reencontrei na praça do povoado. Naquele local começou então o nosso namoro confirmado pelos intensos momentos que passamos juntos durante todo o feriado. A partir daí, a maioria dos nossos finais de semana seguintes seriam marcados por novos encontros, os quais ocorreram em Nova Friburgo ou na cidade de Niterói onde Núbia morava com os pais.

E pra quem acha que paixão de Carnaval não dura, eis que estamos juntos há mais de quinze anos e passamos a maior parte desse tempo casados. Nossas núpcias foi celebrada no sítio do Hugo, um lugar nas proximidades da rodovia RJ-130 que liga Nova Friburgo a Teresópolis, mas que veio a ser devastado pela terrível enchente de janeiro de 2011. Contudo, com a graça de Deus, o nosso amor tem sobrevivido a essa e muitas outras águas. Lembro que, na ocasião, Núbia entrou no auditório ao som da música do filme Titanic, isto é, aquela trilha sonora composta por James Horne e que fez bastante sucesso. Atento a este detalhe, o celebrante pastor Renato Gonçalves da Igreja Evangélica Maranata de Nova Friburgo soube muito bem emendar:

"Que o casamento de vocês não seja um naufrágio como foi o Titanic!"

Glória a Deus pois o Eterno tem salvado agente das diversas tempestades às quais até aqui sobrevivemos. Aliás, posso testemunhar dizendo que as dificuldades vieram fortalecer a nossa relação hoje bem mais madura do que quando nos casamos. Ter cuidado de Núbia nas ocasiões em que ela ficou doente ensinou-me a amá-la melhor. Todo o esforço feito para permanecer fiel, não arranjando nenhuma amante ou praticando sexo descompromissado com outras pessoas, contribuiu para a elevação do meu caráter. E não falo disso como um troféu moral hipócrita pois é pela graça divina que eu, um pecador mortal, vou caminhando. Todavia, creio que o Espírito Santo trabalha simultaneamente em todas as áreas das nossas vidas e que, quando nos esforçamos para seguir a Palavra do Senhor, o coração vai sendo sobrenaturalmente lapidado. Falo isso sabendo o quanto ainda preciso ser mudado para tornar-me uma pessoa melhor.

A essa altura, quem conhece um pouco de Botânica deve estar se perguntando por que ilustrei esse artigo com uma flor de papoula. Mas é que os oito anos de casamento são chamados de bodas de papoula ou de barro. Então, como a argila me lembra a fragilidade, preferi focar naquilo que considero belo. E, no caso da tal planta, embora usada indevidamente como um alucinógeno, ela serve também para fins medicinal, alimentício e de ornamentação. Daí, se pensarmos bem, todas essas características podem vir a integrar o matrimônio em que um cônjuge passa a contribuir para a cura e o bem estar do outro. Pode ainda o marido nutrir espiritualmente a sua esposa por meio de palavras de doçura, de elogios e de motivação enquanto Deus vai colorindo com indescritível beleza a vida do casal manhã após manhã.


OBS: A autoria da foto acima é atribuída a ACS Costa, conforme consta no acervo virtual da Wikipédia em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Papoila.jpg

6 comentários:

  1. Desde o segundo semestre de 2012 que eu e Núbia estamos morando em Muriqui, litoral sul do Rio de Janeiro. Nossa vida mudou radicalmente se comparada com a época em que vivíamos na Região Serrana, em Nova Friburgo (saímos de lá em dezembro/2011). Atualmente a advocacia já não é mais a minha atividade principal e ganho o meu pão com o comércio. No começo da mudança, passamos por muitas dificuldades, mas agora Deus tem nos abençoado com dias melhores. Louvado seja o Senhor!

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  2. Parabéns pelos quinze anos. Faço votos que complete os cinquenta que vou completar em maio.
    Uma ressalva para o seu texto. O ano de 1999 não foi um tempo de inflação baixa como o que vivemos agora. Veja o que li neste link http://www1.an.com.br/1999/dez/30/0eco.htm:
    "Inflação acumulada em 99 bate recorde do real
    IGPM atingiu 20,10% no ano e subiu 1,80% em dezembroRio - A inflação deste ano foi de 20,10%, segundo o Índice Geral de Preços ao Mercado (IGPM) da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ), que mediu o custo de vida entre o dia 21 de dezembro de 98 e o dia 20 deste mês. Foi o maior índice desde o início do Plano Real. A taxa mais alta anterior era de 15,25%, registrada em 1995. O IGPM de dezembro foi de 1,81%."
    Um grande abraço,
    Lacerda

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  3. Medida pelo IPCA, a inflação de 1999 ficou em 8.94%. Já em 2013 foi de apenas 5.91%.
    Outro abraço,
    Lacerda

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  4. Prezado Lacerda,

    Muito obrigado por suas felicitações e já me antecipo em lhe transmitir meus parabéns pelas bodas de ouro que completa este ano.

    Bem lembrado o dado sobre a inflação de 99 pois aquele foi o ano da máxi-desvalorização do real já que o nosso câmbio vinha se arrastando com um sobrepreço durante o primeiro mandato de FHC. Então, como as eleições ocorreram em 98, o então presidente permitiu que a bomba estourasse logo no primeiro ano de seu segundo mandato.. Porém, em fevereiro de 99, ainda não havia todo aquele acúmulo e, salvo engano, acho que o salário mínimo estava ainda em torno de uns R$ 100,00 ou R$ 130,00, um valor que, se comparado ao dólar, seria bem menos do que atualmente é.

    Mais uma vez agradeço pelos comentários e desejo um ótimo fim de semana.

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    1. Recebeu meu e-mail? É algo aproveitável para a Confraria?

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    2. Prezado Lacerda,

      Recebi seu e-mail sim, já te respondi e compartilhei o texto que me enviou via Facebook para quem administra o blogue visto que sou apenas um dos colaboradores. Recentemente eu já havia publicado lá um artigo de minha autoria, o que não me impede de, numa oportunidade futura (talvez depois de um ou outro autor), colocar seu texto lá. Apenas quero dar um tempinho porque fui eu quem fiz a última postagem e que versa sobre os temas de racismo e Carnaval. Se puder, comenta lá:

      http://cpfg.blogspot.com.br/2014/03/racismo-de-carnaval-perdoado.html

      Paralelamente, enviei para o seu email o convite para participar coo autor/colaborador do blogue Propostas para uma Mangaratiba melhor. Tendo interesse basta aceitar.

      Abraços.

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