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quarta-feira, 12 de março de 2014

Disciplina profética amorosa



"Ouvi e atentai: não vos ensoberbeçais; porque o SENHOR falou. Dai glória ao SENHOR, vosso Deus, antes que ele faça vir as trevas e antes que tropecem vossos pés nos montes tenebrosos; antes que, esperando a luz, ele a mude em sombra de morte e a reduza à escuridão. Mas, se isto não ouvirdes, a minha alma chorará em segredo por causa da vossa soberba; chorarão os meus olhos amargamente e se desfarão em lágrimas, porquanto o rebanho do SENHOR foi levado cativo." (Jeremias 13:15-17; versão e tradução ARA)

Quem lê o livro bíblico de Jeremias sem procurar conhecimento pode pensar erroneamente que o profeta apresenta Deus de uma maneira um tanto infantil e, por isso, acabar desprezando o estudo desse maravilhoso texto sagrado. Devido à incompreensão, muitos costumam dizer temerariamente que o Deus do Antigo Testamento seria "iracundo", "ciumento" bem como "vingativo" e que a sua retratação nas Escrituras corresponderia a uma consciência menos evoluída do que a nossa.

Não nego que a Bíblia foi escrita por homens mas que, estando espiritualmente inspirados, esforçaram-se por entender Deus. Tentaram eles transmitir uma mensagem de edificação a um povo dentro de seus limites humanos (tanto do emissor como do receptor), porém agiram motivados por um forte sentimento de compaixão. E vale dizer que, portando-se assim, tornaram o Altíssimo de um certo modo mais acessível aos destinatários de suas cartas já que as pessoas envolvidas por suas compulsões pecaminosas não são capazes de alcançar as coisas elevadas.

Nos tempos de Jeremias, a nação de Judá foi quase que inteiramente destruída. A História pode nos contar que a explicação da queda de Jerusalém no século VI a.C. teria sido devido às invasões militares de Nabucodonosor. Entretanto, a Bíblia vem nos mostrar uma outra leitura do ponto de vista espiritual em que os israelitas antigos teriam sido a própria causa da tragédia. Pois uma vez que o povo e seus líderes entregaram-se à maldade cometendo as piores injustiças contra o seu próximo juntamente com a prática abominável da idolatria, eis que a corrupção lhes cegou os olhos. Assim sendo, eles passaram a tomar decisões erradas e não souberam mais se conduzir politicamente diante de um momento tão delicado quando duas super potências da época lutavam pela hegemonia do Oriente Próximo. Ou seja, a Palestina encontrava-se no meio da disputa entre o Império Babilônico e o decadente Egito dos faraós.

"Quando disseres contigo mesmo: Por que me sobrevieram estas coisas? Então, sabe que pela multidão das tuas maldades se levantaram as tuas fraldas, e os teus calcanhares sofrem violência. Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal?" (versos 22 e 23 do cap. 13)

Pensando nos dias de hoje, vejo não só o Brasil como muitas outras nações andando na corda bamba. Talvez o mundo inteiro esteja vivendo nessa situação, o que pode atrair consequências terríveis relacionadas ao meio ambiente e ao caos social cada vez mais incontrolável. Pois, na verdade, temos destruído a nós mesmos pela ganância desmedida dos políticos, dos empresários e até dos líderes religiosos que nem sempre estão pregando corretamente a Palavra de Deus. E, igualmente, o próprio povo vai também caminhando rumo ao abismo com a prática cada vez mais banalizada da violência, faltando com o amor pelas crianças, abandonando os idosos e fraudando cada um o seu próximo nos negócios. Isso sem falarmos nos assassinatos hediondos, nas meninas defloradas dentro de casa por seus pais ou padrastos, no tráfico de seres humanos, na morte de pessoas durante os rituais macabros de magia negra em que até autoridades se deixam envolver, dentre outras coisas abomináveis.

Portanto, meus leitores, há que se levantar novamente a voz profética! Como Jeremias e tantos homens de Deus no velho Israel, precisamos hoje denunciar os erros cometidos em nossa nação, pregarmos o arrependimento e uma volta sincera do homem para o Deus Eterno, como muito bem ensinam as Escrituras Sagradas nesta passagem que é frequentemente citada mas nem sempre acolhida nos corações:

"se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra." (2Cr 7:14)

Desperta, ó gigante adormecido! Voltemos para Deus enquanto há tempo e vamos começar a praticar obras dignas de arrependimento dando ouvidos à voz profética, a qual nunca cessou de clamar em nossas ruas por justiça.


OBS: A ilustração acima refere-se ao profeta Jeremias segurando o rolo da Lei, ao lado da Arca da Aliança, conforme um afresco oriundo da antiga sinagoga de Dura Europos, sudeste da Síria. Acredita-se que a obra seja de meados do século III de nossa era. Extraí a imagem do acervo virtual da Wikipédia segundo consta em http://commons.wikimedia.org/wiki/File:DuraSyn-III-Jeremiah.jpg

5 comentários:

  1. Verdade que Jeremias relata em seu livro que acontecimentos infelizes vão fazer parte do palco de nosso mundo. Deus é bom, mais Deus é Deus, por hora ainda está nas mãos dos homens o poder de ter liberdade de fazer e acontecer, mais o chamado dos eleitos daqueles que guardam verdadeiramente a Lei se fará ouvir, e ranger de dentes serão ouvido por todos dos que foram desobedientes e rebeldes. Nada destas coisas acontecerá como um passe de mágica, ou como algo que deixe a todos abismados, certamente que não, mais a Mãe Terra será a executora de mais da metade das ações divinas.

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  2. Verdade que Jeremias relata em seu livro que acontecimentos infelizes vão fazer parte do palco de nosso mundo. Deus é bom, mais Deus é Deus, por hora ainda está nas mãos dos homens o poder de ter liberdade de fazer e acontecer, mais o chamado dos eleitos daqueles que guardam verdadeiramente a Lei se fará ouvir, e ranger de dentes serão ouvido por todos dos que foram desobedientes e rebeldes. Nada destas coisas acontecerá como um passe de mágica, ou como algo que deixe a todos abismados, certamente que não, mais a Mãe Terra será a executora de mais da metade das ações divinas.

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  3. Bom dia, Francisco.

    Primeiramente obrigado por sua leitura e comentários.

    É certo que o homem colhe aquilo que planta e hoje a ambição humana está destruindo o planeta atraindo consequências contra toda a coletividade. Não foi por menos que, em Gênesis, constam essas palavras do Eterno a Adão: "maldita é a terra POR TUA CAUSA" (Gn 3:17; destaques meus)

    Concordo quando o irmão fala que os acontecimentos relatados em Jeremias fazem parte do "palco de nosso mundo" pois realmente extraímos dali lições para muitas gerações. Mas não concordo muito com o termo "eleitos" porque afinal de contas o Criador não fez nenhum de nós para a ira e nos dotou de liberdade para fazer escolhas para optarmos entre o bem e o mal sendo certo que o chamado livre curso das ações não é de modo algum agradável ao Eterno.

    Realmente não há "passe de mágica" como o irmão acima expôs. Estamos sim vivendo um processo de auto-destruição sendo que a cegueira espiritual encobre os olhos dos líderes da humanidade e dos homens mais ricos. Até mesmo um tremor de terra que deixa muitos abismados sem ter causa com as vergonhosas emissões de CO² na atmosfera terrestre pode ter hoje em dia como causa as más construções e o fato de não respeitarmos a instabilidade de determinados ambientes. Aliás, no caso da tragédia que ocorreu esta década no Japão mostra o quanto eles brincaram com a vida ao construírem lá a usina nuclear de Fukushima havendo na história o desastre marcante de Chernobyl (1986).

    Diante de tudo isso, amigo, só lamento o fato de que muitos pobres inocentes acabem pagando pelas inconsequências dos ricos, mas cabe aos homens de bem promoverem a solidariedade em meio às tragédias que acompanham a humanidade. Com o mundo coexiste a realidade alternativa e vencedora do Reino de Deus da qual nosso Senhor Jesus Cristo pregou.

    Um abraço.

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  4. Por mais que o Irmão não concorde, a de convir comigo que nem todos estarão na presença de Deus, não fazemos isso nem com nossos filhos quando se desviam e se tornam renitentes. Os Livros sagrados falam dos "eleitos", dos que perseveram até o fim, isto encontra-se escritos no NT, nos apócrifos e no VT em várias partes nas suas palavras replico. "não concordo muito com o termo "eleitos" porque afinal de contas o Criador não fez nenhum de nós para a ira e nos dotou de liberdade para fazer escolhas para optarmos entre o bem e o mal". No final da frase você coloca Bem e Mal, veja só os homens morreram e serão punidos por suas escolhas Ancora e nada e nem ninguém impedira que os Eleitos, estejam nas proximidades do Trono do Todo Glorioso assim como Enoch esteve, Vejamos Deus pune severamente até seus anjos que dirá da misera e desobediente raças da terra.

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  5. Bom dia, Francisco.

    Bem sei que o termo "eleitos" aparece na Bíblia, mas sempre precisamos interpretá-lo com a devida cautela por causa dos enganos doutrinários sobre predestinação, como se uns fossem escolhidos por Deus para herdarem a vida enquanto outros são destinados para a morte sem que haja qualquer explicação que justifique os supostos critérios de eleição do Eterno. Verdade é que todos pecam e que a salvação se dá unicamente por graça sendo que os frutos de justiça quando aparecem em nossas vidas tornam-se consequências da indispensável conversão. Eis aí a diferença entre os que permanecem no pecado e os que se voltam para Deus mesmo tendo passando aqui por conflitos com sua natureza humana corrompida. Por isso é que nem sempre fazemos o bem que gostaríamos, endo certo que as falhas cometidas não nos excluem da maravilhosa graça. Já quem vive entregue absolutamente à prática do pecado ainda não entendeu o chamado da graça. Oremos, portanto, para um número maior de pessoas aceitem a misericórdia divina e as oportunidades que o Eterno têm dado afim de que todos se arrependam. Abraços.

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