Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, atravessando as regiões altas, chegou a Éfeso. Ali encontrou alguns discípulos e lhes perguntou: “Vocês receberam o Espírito Santo quando creram? Eles responderam: “Não, nem sequer ouvimos que existe o Espírito Santo”. (Atos dos Apóstolos 19.1-2; Nova Versão Internacional – NVI)
Não muito diferente desses discípulos de Éfeso, assim muitos de nós, cristãos do século XXI, temos caminhado ao sermos negligentes quanto ao nosso relacionamento com o Espírito Santo. E tanto os considerados "tradicionais" quanto os que se denominam "pentecostais" (ou "carismáticos") têm ignorado sua voz.
Mesmo numa época onde há belíssimos louvores com melodias que despertam as mais fortes emoções nas nossas mentes, a maioria da Igreja ocidental está preferindo substituir o relacionamento com o Espírito por rentáveis espetáculos gospelizados que, na prática, são mais voltados para a satisfação dos próprios frequentadores de determinadas “igrejas”, os quais comparecem aos eventos evangélicos na expectativa de sentirem algo ao invés de focarem numa autêntica adoração.
Contudo, a verdade é que, por trás de muitos comportamentos da moda Gospel, faltam frutos que caracterizam um andar cheio do Espírito Santo. Uma pessoa pode participar de um show de música crente, pular, dançar, aderir a certas gírias próprias da comunicação utilizada hoje pelos evangélicos, mas ainda assim não estar vivendo um relacionamento contínuo com o Espírito.
Momentos antes de ser preso, Jesus falou com seus discípulos acerca do envio de um outro Conselheiro (gr. Parakletos), conforme pode ser lido em diversas passagens do Evangelho de João. Naqueles últimos ensinamentos, o Senhor estava dizendo que a sua ausência física seria suprida pela presença de um outro Ajudador assim como Ele foi nos tempos de seu ministério.
Jesus falou de Alguém que de fato veio da parte de Deus para ensinar seus discípulos e que passaria a habitar neles, dando testemunho a respeito do Messias. Por isso, o Senhor O chama de Espírito da verdade que "o mundo não pode receber" (conferir com Jo 14.16-17).
Após ter ressuscitado, Jesus apareceu aos seus discípulos, soprou sobre eles e disse: “Recebam o Espírito Santo” (Jo 20.22).
Já em Atos dos Apóstolos, antes de subir aos céus, o Senhor deu-lhes a instrução para que permanecessem em Jerusalém até que recebessem a promessa do Pai – o batismo no Espírito Santo (At 1.4-5).
Através do Espírito Santo foi que a Igreja lutou e venceu naqueles primeiros anos apostólicos. Pedro, João, Tiago, Estêvão, Filipe e Paulo não estiveram sós quando propagaram a fé em Jesus em Jerusalém e por toda aquela região oriental do Império Romano. Inclusive, alguns teólogos chegam comentar que o nome do quinto livro do Novo Testamento poderia muito bem chamar-se Atos do Espírito. Senão vejamos estas passagens a seguir transcritas da NVI:
E o Espírito disse a Filipe: “Aproxime-se dessa carruagem e acompanhe-a”. (At 8.29)
Enquanto Pedro ainda estava pensando na visão, o Espírito lhe disse: “Simão, três homens estão procurando por você. Portanto, levante-se e desça. Não hesite em ir com eles, pois eu os enviei”. (At 10.19-20)
Enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: “Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado”. Assim, depois de jejuar e orar, impuseram-lhes as mãos e os enviaram. Enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.” (At 13.2-4)
Quando chegaram à fronteira da Mísia, tentaram entrar na Bitínia, mas o Espírito de Jesus os impediu. (At 16.7)
Como se pode ver, o relacionamento dos discípulos com a pessoa do Espírito era tão íntimo que a sua Divina Presença no comando da obra do Messias foi muito bem percebida e obedecida naquelas primeiras missões da Igreja. Tratava-se de uma relação real, baseada na dependência exclusiva do Espírito Santo, de maneira que eles compreendiam qual a vontade do Espírito diante das inúmeras situações enfrentadas.
Por esta semana, eu estava numa livraria evangélica aqui de minha cidade quando fixei os olhos num livro do pastor Francis Chan, “O Deus esquecido” (editora Mundo Cristão), o qual fora colocado numa das mais baixas prateleiras, num local onde dificilmente iria ser visto pela maioria dos compradores. Contudo, o tema logo me atraiu e, dentro de poucas horas, estava eu iniciando a deliciosa leitura dentro da minha casa e confrontando o texto, enquanto a esposa assistia TV na sala. Foi então que resolvi destacar este trecho em que o autor encoraja seus leitores a buscarem o Espírito Santo:
“Se empreendermos essa jornada de um modo honesto, tenho a esperança de que poderemos ir além de nossa atual compreensão do Espírito Santo; de que daremos início a uma comunhão mais aberta, vivendo com ele uma experiência a cada dia, ou mesmo a cada momento; de que entraremos em sintonia com ele muito mais em função das coisas que está fazendo agora do que das que ele fez há meses ou anos. Seremos lembrados da força e da sabedoria que o Espírito Santo nos disponibiliza e oraremos diligentemente por mais. À medida que confiamos nas promessas do Espírito, distanciamo-nos do desânimo e passamos a viver uma vida caracterizada pela confiança, pela manifestação do poder de Deus em meio às nossas fraquezas e pelo fruto do Espírito.”
Pergunto: o que significa experimentarmos o Espírito?
Eu diria que isto tem a ver com o nosso crescimento espiritual, em sermos usados por Deus para a sua obra. Para tanto, é necessário desenvolvermos um relacionamento! Aprendermos a ser intensos em tudo aquilo que fazemos, perseverantes na oração e consistentes em cada ato praticado são posturas condizentes com uma vida de relacionamento com o Espírito de Jesus, crendo se tratar da presença do nosso Mestre e Senhor no nosso meio (e em nós).
Não podemos permitir que as coisas ocorram dentro de uma rotina religiosa com palavras ou rituais vazios. Nossa amizade com a pessoa do Espírito deve ser comparada à força de um primeiro encontro amoroso entre dois novos namorados, quando ainda estão motivados por um ter descoberto o outro, sentindo-se verdadeiramente completos por terem descoberto a outra metade com a qual passarão o resto de suas vidas.
Ora, será que o nosso amor em relação a Deus (com quem passaremos toda a eternidade), não pode ser assim?
Para concluir, não acredito que através de uma compreensão meramente intelectual conseguiremos estabelecer algum relacionamento com o Espírito. Creio que se trate de algo que depende de um querer diário da Igreja, incluindo fé, uma vida de entrega, de oração, de meditação na Palavra e de um verdadeiro envolvimento. E, portanto, torna-se necessário praticar uma conduta diária de busca.
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Há 7 horas
A fé é uma coisa curiosa, não?
ResponderExcluirNos menores com a possibilidade de sermos maiores, ao invés de sermos apenas grandes.
Nos limita e nos expande ao mesmo tempo.
Fé é algo que nossa razão não alcança e que pela lógica não se explica.
ResponderExcluirBiblicamente é "a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos" (Epístola aos Hebreus 11.1; NVI)
Pela fé, chega-se onde a razão jamais pode levar.
Pela fé, contraria-se até a moral!