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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Escreva sua história!


"Eu nasci assim, eu cresci assim
Eu sou mesmo assim
Vou ser sempre assim
Gabriela, sempre gabriela (...)"

(Dorival Caymmi)


Muitas das vezes ficamos tristes porque diante de nós há uma montanha. Olhamos para o obstáculo que existe em nossas vidas, desanimamos e aí desistimos de tudo, inclusive de nós.

Uma das piores coisas é alguém achar que nada tem jeito e que jamais sua vida mudará. Trata-se da "síndrome de gabriela", quando compreendida sob este ponto de vista.

Aceitar que as coisas não podem ser mudadas acaba servindo de auto-justificativa para o comodismo. Torna-se uma maneira ao mesmo tempo fácil e difícil de encarar a vida. Digo fácil porque quem diz para si que as cosias não mudarão está optando hoje pela falta de ação diante de um problema. Porém, como consequência da infeliz escolha, a colheita de amanhã poderá ficar bem mais difícil.

Não temos que deixar os outros construírem a nossa realidade. Com exceção da vontade divina que é soberana, os acontecimentos externos não podem determinar como será o nosso futuro.

Ora, o Criador nos deu uma caneta diante de uma folha em branco. O papel é a nossa vida que pertence ao Eterno e a esferográfica representa o nosso poder de decisão dado por Ele. E, mesmo sendo o Todo Poderoso, em momento algum Deus tira de nós a caneta, exceto quando já não há mais papel para escrevermos.

Em seus livros, o terapeuta e escritor Augusto Cury ressalta sobre a importância de sermos autores de nossa própria história. Alguns temas escolhidos por ele para suas obras de auto-ajuda ilustram este pensamento tais como "Revolucione Sua Qualidade de Vida", "Seja Líder de Si Mesmo" e "Treinando a Emoção para Ser Feliz". Porém, os que eu mais aprecio são os cinco exemplares da "Coleção Análise da Inteligência de Cristo", tidos como um best-seller, onde o autor desenvolve suas teorias através de uma abordagem do lado psicológico e comportamental de Jesus.

De fato, Jesus foi livre nas suas escolhas e ninguém neste mundo o moldava. O Mestre dos mestres não era governado por suas emoções, mas desenvolveu a capacidade de refletir antes de tomar cada atitude. Embora pudesse ter todos os motivos para desenvolver um quadro de ansiedade ou de depressão, o Mestre da sensibilidade transmitia alegria, liberdade e segurança aos seus ouvintes. O julgamento injusto não flexibilizou o jeito de ser do Mestre da vida que, utilizando-se do silêncio, de poucas palavras e de seus olhares, gerou grande perplexidade nas pessoas. No auge da dor, quando esteve pregado na cruz, o Mestre do amor conseguiu manifestar o incondicional amor de Deus pela humanidade ao orar para que seus adversários fossem perdoados. E, com seus exemplos incomparáveis, transformou as mentes e os corações de seus discípulos (homens simples e despreparados), tornando-se o nosso Mestre inesquecível.

Em seu texto "Somos a causa e não o efeito", quando escreve acerca do poder do voto, o pensador cabalista Yehuda Berg diz que:

"(...) Tudo na sua vida é de sua responsabilidade. Quando nós não agimos proativamente diante de uma determinada questão, algo em nossa alma se fecha; nós nos tornamos abertos para a depressão, raiva e engano. Em outras palavras, nós acabamos sendo efeitos da situação. Este é o momento mais importante do ano para estar consciente de nosso poder de nos tornarmos a causa em cada aspecto de nossa vida (...)"

De 2006 para cá, divulgou-se intensamente pela internet um vídeo chamado "O segredo" que se tornou depois um filme. A mensagem teve como foco a "lei da atração", uma ideia que já havia sido exposta há mais de um século pelo escritor norte-americano Wallace Delois Wattles (1860-1911), autor do livro "A Ciência para ficar Rico". Várias pessoas então se sentiram entusiasmadas com o que ouviram. Só que, pouco tempo depois daquela grande divulgação sobre o "segredo revelado", uma boa parte do público já se encontrava frustrada e procurando cegamente um sentido para viver. Alguns até foram capazes de mudar hábitos e a maneira de encarar situações, mas ainda assim continuaram carentes de uma motivação maior, pois colocaram como alvos de vida o dinheiro, o sucesso profissional ou artístico, conseguir fama e outras coisas perecíveis, mas que não são eternas.

Jamais desprezo qualquer mensagem de auto-ajuda. Acredito, no entanto, que Deus deve estar no centro de toda pregação, pois sem Ele nada podemos fazer de modo que os nossos alvos pessoais precisam ser também os Dele. Abandonar a "síndrome de gabriela", é um passo importante pois significa supultar a mentalidade reativa de que continuaremos sempre condicionados pelas situações. Então, quando assumimos uma postura pró-ativa, torna-se indispensável ter como base os valores divinos, com uma fé focada em Jesus e sem medo dos desafios. É o que nos ensina esta famosa citação encontrada Mateus 17.20, quando o Senhor fala:

"Eu lhes asseguro que se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte": 'Vá daqui para lá', e ele irá. Nada lhes será impossível.". (Nova Versão Internacional - NVI)

Que a exemplo de Davi, não nos acovardemos diante dos gigantes que se levantam em nossas vidas.

Um ótimo final de semana para todos!


Em Cristo,

Rodrigo Phanardzis Ancora da Luz

Um comentário:

  1. Embora tenha sido eu o autor do texto, aproveito para comentar uma das citações que coloquei no próprio texto e questionar o que disse o rabino Yehuda Berg.

    Será que tudo na vida é mesmo de nossa responsabilidade?

    Até onde se aplica de maneira imediata a teoria de causa e efeito?

    Lendo o Livro do Pregador (Eclesiastes) e a história de Jó, encontro uma exceção à teoria da causa e efeito. Trata-se das não causalidades imediatas:

    "Vi ainda, debaixo do sol, que não é dos ligeiros o prêmio; nem dos valentes, a vitória; nem tampouco dos sábios, o pão; nem ainda dos prodentes a riqueza; nem dos inteligentes, o favor; porém tudo depende do tempo e do acaso. Pois o homem não sabe a sua hora. Como os peixes que se apanham com a rede traiçoeira e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enredam também os filhos dos homens no tempo da calamidade, quando cai de repente sobre eles."

    Tal passagem, ao falar do "acaso" trás uma ideia de ausência de causa. Pelo menos aos olhos humanos, já que não somos conhecedores de todos os propósitos divinos.

    Sendo assim, acredito que devemos buscar escrever a nossa história, mas sempre considerando a sorte do acaso. Ou melhor, a soberana vontade divina.

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