"Onde perdemos a luz da alma para a escuridão do ódio?" (Luís Roberto Barroso, Presidente do STF)
Ontem, quarta-feira (13/11/2024), o país ficou perplexo com as explosões ocorridas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, quando o senhor Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, natural de Rio do Sul, Estado de Santa Catarina, disparou uma série de artefatos em frente ao Supremo Tribunal Federal, vindo a ser atingido por uma das detonações.
Lamentavelmente, quase dois anos depois dos ataques à democracia do dia 08/01/2023, o país se deparou com mais uma expressão de ódio contra as suas instituições.
Tal fato mostra o quanto o extremismo político, coisa que não havia até menos de dez anos atrás no país, pode transtornar pessoas e até mesmo uma coletividade. Pois, como bem sabemos, o brasileiro sempre foi pacífico a ponto de não perder a oportunidade de satirizar todos os momento da vida e encarar qualquer questão adversa dentro dos limites de um campo de boa convivência.
Entretanto, os ataques às instituições do Poder Judiciário, como as ofensas feitas pelo ex-deputado Daniel Silveira e as ações de extremistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, vêm mostrando uma face violenta e odiosa até então oculta no nosso país. Ou melhor dizendo, que não estava sendo instigada.
Como bem disse hoje o ministro Gilmar Mendes, o ocorrido na noite passada não se cuida de um fato isolado. Segundo o magistrado, "embora o extremismo e a intolerância tenham atingido o paroxismo em 8 de janeiro de 2023, a ideologia rasteira que inspirou a tentativa de golpe de Estado não surgiu subitamente":
"Pelo contrário: o discurso de ódio, o fanatismo político e a indústria de desinformação foram largamente estimulados no governo anterior. Fruto de um sectarismo infértil, o radicalismo político grassou nas eleições de 2018"
Mais do que nunca , é preciso enfrentar esse ódio que se instalou no país. Porém, o combate a isso não pode consentir com a anistia dos golpistas que participaram dos ataques do dia 08/01/2023, sendo indispensável responsabilizarmos também as lideranças políticas, mesmo que no campo ético-moral, quanto a um suposto envolvimento ou omissão diante dos conflitos, quando deveriam estar promovendo a paz.
Acredito que a nossa democracia que foi sendo restabelecida desde a década de 80 superará acontecimentos como esses, contudo é preciso que haja um esforço da parte de todas as forças políticas para que possamos promover uma cultura pacífica em que o respeito pelas instituições, sobretudo o STF, jamais seja quebrado. Afinal é a essência da República que está em jogo, considerando aqui o que certa vez disso o grande jurista Rui Barbosa que viveu entre os séculos XIX e XX: "A existência das repúblicas se mede pela existência da justiça".
Minha solidariedade ao STF e sem anistia para os golpistas de 08 de janeiro de 2023!
Nenhum comentário:
Postar um comentário