"É preciso prosseguir ainda quando se saiba que os outros não estão preparados para a nossa generosidade." (Artur da Távola)
Houve um tempo em que a população do Estado do Rio de Janeiro votava um pouco melhor do que atualmente e elegia pessoas mais interessantes. Era o caso do jornalista, advogado, escritor e professor Paulo Alberto Moretzsonh Monteiro de Barros, conhecido pelo pseudônimo de Artur da Távola que, se estivesse ainda entre nós, completaria 85 anos em 03/01/2021.
Tendo iniciado a sua vida política em 1960, no extinto Estado da Guanabara, Artur da Távola chegou a ser deputado, mas foi cassado da Assembleia Legislativa pelo regime militar, precisando deixar o país para escapar da perseguição ideológica. E chegou a viver na Bolívia e no Chile, retornando depois à vida pública de modo que foi um dos nossos constituintes em 1988.
Artur da Távola nunca foi eleito prefeito, porém exerceu mandatos de deputado federal de 1987 a 1995 e, depois, de senador de 1995 a 2003, além de atuar secretário da Cultura na cidade do Rio por nove meses em 2001. E foi ainda um dos fundadores do PSDB, o qual veio a presidir entre 1995 e 1997, numa época em que o partido ainda preservava um pouco de suas características originais.
Todavia, desde o começo do presente século XXI, parece que os eleitores do Rio de Janeiro retrocederam. O cargo ocupado por Artur da Távola veio a ser, nas legislaturas seguintes, de Marcelo Crivella, o qual teve dois mandatos de senador e, em 2016, foi eleito prefeito da capital estadual, tornando-se um dos piores governantes da história da cidade.
Dizer que antes o brasileiro sabia votar não é verdade pois os resultados das nossas escolhas, na maioria das vezes, foram negativos. Porém, a política tinha um espaço maior para pessoas inteligentes e capacitadas, com menos influência das lideranças religiosas obscurecedoras ou do crime organizado. Afinal, as pessoas liam e pensavam um pouco mais...
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