Estava vendo essa foto acima na página do Arquivo Nacional, no sítio de relacionamentos Facebook, referente ao fim de ano em 1969, num dos piores momentos da ditadura militar, e me recordei dos meus tempos de menino.
Nasci quase sete anos depois desse Reveillon, vindo ao mundo mais precisamente em abril de 1976. Porém, desde quando passei a me entender por gente, cheguei a pegar as chuvas de papel picado até a década de 80, quando ainda era criança e me tornei um adolescente já na redemocratização do país.
Ora, lembro muito bem que, tanto na véspera do Ano Novo quanto em outras comemorações festivas, inclusive nos dias dos jogos da seleção brasileira no Mundial, o nosso povo ainda brincava desse jeito de modo que seria hipocrisia dizer que não gostava da farra. Aliás, confesso que, com meus nove anos de idade, morando no décimo quarto andar de um apartamento na Avenida Rio Branco de Juiz de Fora (MG), na casa de meu saudoso avô paterno, curtia muito jogar as tiras de jornal velho lá de cima e vê-las caindo lentamente conforme o mover do vento...
Contudo, por mais que isso fosse bonito de se ver e se tornasse uma distração para a criançada, não era algo educativo sendo que os varredores, certamente, sofriam no dia seguinte quando tinham que limpar todo esse lixo que ficava depositado nas vias públicas com o risco de entupir os bueiros das cidades. Aliás, o funcionário do edifício onde eu morava precisava depois subir na marquise, que ficava sobre a portaria do prédio (e de um antigo cinema de rua), para então catar toda aquela papelada acumulada que os residentes das várias unidades habitacionais lançavam de suas janelas nbos momentos de euforia.
Felizmente, evoluímos um pouco neste aspecto de maneira que determinados acontecimentos ficaram apenas no nosso álbum de fotografias, tornando-se hoje uma novidade para as gerações mais jovens nascidas da década de 90 para cá. Porém, mesmo tendo o povo abolido o costume de fazer a tradicional chuva de papel picado na passagem de ano, muitas pessoas no Brasil ainda não sabem (ou não querem) descartar o lixo corretamente, esteja o serviço de coleta domiciliar funcionando bem ou precariamente...
Em todo caso, espero que, amanhã, sejamos mais cuidadosos com o ambiente onde vivemos e que, num futuro próximo, algo semelhante ocorra com a desnecessária pirotecnia que nos causa poluição sonora durante essa época, a qual pouco aprecio. Pois, embora a queima de fogos ainda seja muito apreciada nos nossos dias, trata-se de outra estupidez humana que afeta prejudicialmente o sossego dos idosos, dos bebês, das pessoas autistas, dos enfermos e dos animais.
Mudemos nossos hábitos!
Aproveito para desejar meus votos de boas festas a todos.
OBS: A imagem cima mostra a chuva de papel picado nas ruas do Rio de Janeiro (acredito que na Avenida Rio Branco da Cidade Maravilhosa), em comemoração ao Reveillon, em 31 de dezembro de 1969, sendo a imagem pertencente ao Arquivo Nacional, fundo Correio da Manhã, código BR_RJANRIO_PH_0_FOT_01812_0113, conforme foi extraído por mim na presente data de https://www.facebook.com/arquivonacionalbrasil/photos/a.646412452119303/3593432810750571
Adorei! Voltei ao passado...👏👏👏👏
ResponderExcluirSempre é proveitoso relembrar as coisas boas.
ExcluirFeliz 2021, mãe!
ExcluirFato !
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