Segundo noticiou o blogue da Andréia Sadi no portal de notícias do G1, Michel Temer teria chamado o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para um encontro no sábado a fim de "discutir o cenário político em meio à ameaça de desembarque do PSDB do governo". Contudo, FHC teria dito estar verificando alguma disponibilidade para agendamento até a próxima terça-feira (11/07), devido a uma viagem marcada para a Europa (clique AQUI para ler a matéria).
Fato é que o Partido da Social Democracia Brasileira, sólida agremiação com 46 deputados federais, poderá ser decisivo quanto à aceitação da denúncia por corrupção passiva contra o Presidente da República na Câmara. A sua permanência no governo tem sido questionada por várias lideranças tucanas de peso, dentre as quais o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Segundo ele, não há "nenhuma razão" para o PSDB prosseguir na base do governo Temer após a definição do andamento das reformas trabalhista, previdenciária e política. E, por sua vez, o seu colega João Doria, prefeito da capital paulista, disse não defender que o partido se mantenha na situação.
Outra posição considerável é a do presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati (CE), o qual, como bem analisado por FHC, citado no blogue da Andréia Sadi, "expressou o sentimento da bancada tucana na Câmara e também da sociedade - mas não o de todos os governadores tucanos - ao dizer que a crise estava insustentável a cada dia, e que a saída do PSDB do governo seria inevitável". Ou seja, é possível que os gestores estaduais do PSDB tenham uma visão ainda mais firme em favor do desembarque do governo, como já vem dizendo Geraldo Alckmin.
Amanhã(10/07), o relatório da denúncia contra Temer deve ser lido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Porém, devido ao recesso parlamentar de julho, não se sabe se o Plenário votará este mês, o que só deve acontecer na hipótese de um adiamento. E para o presidente é mais estratégico que tudo se defina na próxima semana pois o Planalto teme pelo agravamento do ambiente político em agosto com o surgimento de fatos novos, como as delações premiadas do deputado cassado Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Funaro.
No atual momento, considerando o adiamento do recesso, pode-se dizer que há incertezas dos dois lados sobre como o Plenário decidirá. Pois para que a denúncia seja processada no Supremo Tribunal Federal, será necessário o consentimento da maioria de 2/3 dos deputados, isto é, 342 dos 513 parlamentares da Casa Legislativa. Porém, se o PSDB votar unido, somando os seus votos com os da oposição, de outros parlamentares independentes, além do próprio DEM, partido do presidente da Câmara, as chances de Temer cair tornam-se possíveis.
De qualquer modo, considero que a melhor solução é aquela defendida por FHC, a qual seria Temer renunciar e antecipar eleições. Só assim seria promovida o que o ex-presidente chamou de uma "trégua nacional" e encontraríamos um pouco de paz em meio a essa crise política que parece nunca ter fim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário