Para muitos o Natal é um momento de alegria e de confraternização, porém, isso não ocorre com todos. Pois, apesar das felicitações formais típicas da época, há quem se sinta triste.
Se procurarmos entender a vida dessas pessoas deprimidas no período natalino (leia AQUI o artigo que escrevi sobre o assunto em 2013), descobriremos os mais diversos motivos. Uns porque estão sem dinheiro. Outros por se sentirem solitários em razão da ausência de pessoas queridas ao seu lado. E ainda tem aqueles que, apesar da companhia da parentela e dos amigos próximos, perdem-se nas próprias lembranças guardadas do passado e se esquecendo das oportunidades de convivência do presente.
Eu poderia mencionar ainda mais motivos de entristecimento no Natal, mas prefiro trazer à memória como os personagens bíblicos teriam festejado o nascimento de Jesus segundo os evangelhos. Pois, se pararmos para refletir sobre o contexto da maioria dos israelitas do começo do primeiro século da era comum, ninguém teria razões para comemorar nada tendo em vista a vida dura que os pobres judeus levavam debaixo da opressão romana, precisando pagar elevados tributos ao imperador e passando pelas mais diversas necessidades.
Todavia, o livro de Lucas revela que os primeiros celebrantes do Natal resolveram não atentar para as circunstâncias materiais nas quais viviam. Maria e seu esposo José, por exemplo, pouco se importaram por terem precisado se alojar naquela manjedoura. Pois, devido à indisponibilidade ou recusa dos moradores de Belém no oferecimento de hospedagem, presenciaram o nascimento da prometida criança num curral de animais.
Por sua vez, também os pastores nada vieram a receber de presente material quando foram se encontrar com o Messias naquele lugar humilde e certamente inferior às suas residências. Aliás, eles apenas receberam uma promessa do anjo que lhes aparecera no campo e tiveram como um sinal confirmatório algo simples e talvez comum em meio à tanta miséria naqueles dias dolorosos.
Finalmente, temos os casos de Simão e de Ana que eram duas pessoas sem expectativa de viverem por muitos anos sobre a Terra. Assim, ambos já não esperavam nada em benefício de si mesmos, porém, ao verem o menino com seus pais no Templo, semanas depois do nascimento, alegraram-se pela futura redenção da humanidade. E, diante dos seus olhos, contemplaram apenas uma potencial semente amorosa quanto aos novos tempos.
Tenho pra mim que aqueles que cultivam tristezas no Natal podem estar desconhecendo ou ignorando o belo significado dessa época. Pois essas pessoas, independentemente de suas crenças religiosas, perdem a noção de que a fartura de alimento, de dinheiro ou o mero ganho de presentes em nada corresponde à simplicidade ensinada por um estábulo cujo teto fora dividido com desnudos animais. Um lugar sem riquezas de ouro ou de prata, porém repleto de vida e da confraternização humana.
Deste modo, meus amigos, desejo que, nesse Natal, não permitamos que o nosso sentimento de alegria seja influenciado pelas circunstâncias do momento atravessado, quer sejam boas ou más. Mas que possamos reencontrar a felicidade genuína na manjedoura da vida, buscando satisfação interior em algo que não é passageiro e nem perecível, porém indestrutível.
Portanto, desejo convictamente um feliz Natal a todos meus leitores e que vocês celebrem excelentes festas juntamente com os seus.
OBS: A ilustração acima refere-se à obra O Nascimento de Jesus, pintada, cerca do ano de 1325, pelo artista italiano Bernardo Daddi (1280 — 1348), conforme extraído do acervo virtual da Wikipédia
Olá, Rodrigo!
ResponderExcluirSão inúmeras as causas da tristeza nessa época, mas Jesus nasceu humildemente, numa manjedoura, sem luxos, nem comodidades e presentes quase zero, portanto, não entendo, a necessidade, a mania de dar presente nessa época. Eu não dou, nem recebo.
Este texto não serve, ou talvez sirva para ateus ou agnósticos, k são ateus envergonhados ou k ainda, e como eles dizem, não atingiram esse patamar elevado, mas é motivo de reflexão, acho mesmo
Natal está quase findando e um Novo Ano nos espera. SAÚDE, PAZ, HUMILDADE E GRATIDÃO para você e toda a gente.
Aquele abraço!
Oi, CEU.
ExcluirObrigado por sua visita e comentários.
Sobre dar presentes nessa época, vejo isto mais como um costume da sociedade mas que, de fato, pouco tem a ver com o contexto da manjedoura mencionada no Evangelho de Lucas. Se bem que, na versão de Mateus, Jesus teria ganho presentes dos reis. Porém, são tradições diferentes em que o episódio da visita dos magos do Oriente pode ter si dado já quando o menino tinha meses ou mais de ano, não vivendo mais na manjedoura. Pois não há no primeiro Evangelho relato do testemunho desses visitantes na ocasião do nascimento. Quem presenciou teriam sido os pastores mencionados em Lucas.
Sobre ateus e agnósticos, vejo uma diferença significativa. Enquanto aqueles são capazes de afirmar a inexistência de Deus, estes optam sabiamente por dizer nem que sim ou não. Logo, somente confessam não conhecerem Deus ou a realidade completa do Universo, admitindo que são limitados e despossuídos de uma fé ou de crença religiosa.
Esta é a última semana do ano e fico grato em estarmos fazendo contato. Desejo-lhe um feliz 2017 também com muita paz, saúde e alegria extensivo aos seus.
Abraços