"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu:
há tempo de nascer e tempo de morrer;
tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
tempo de matar e tempo de curar;
tempo de derribar e tempo de edificar;
tempo de chorar e tempo de rir;
tempo de prantear e tempo de saltar de alegria;
tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras;
tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;
tempo de buscar e tempo de perder;
tempo de guardar e tempo de deitar fora;
tempo de rasgar e tempo de coser;
tempo de estar calado e tempo de falar;
tempo de amar e tempo de aborrecer;
tempo de guerra e tempo de paz."
(Eclesiastes 3:1-8; ARA)
Estamos diante de uma das mais comentadas passagens da Bíblia muito citada nas pregações religiosas e na literatura em geral devido à grande sabedoria contida em tais palavras. Porém, também é um texto que nos leva a concluir sobre a limitação do nosso conhecimento acerca da própria existência de modo que sentimos dificuldades para compreender qual o "tempo determinado" ou "apropriado".
Muitas vezes erramos por ignorar as estações da vida sendo hoje grande o número de pessoas frustradas por conta disso. Numa época em que a juventude é excessivamente valorizada (por causa dos padrões de beleza estabelecidos pela sociedade e sua mídia), há quem acabe não cultivando corretamente a maturidade que chega no decorrer dos anos.
Talvez ainda se encontre bem distante do alcance humano estabelecer tendências para todas as coisas pois isso importaria em controlar a dimensão do tempo. Mal conseguimos descobrir quando é a época adequada para certas atitudes. Ou melhor, nem sempre somos capazes de definir a conduta correspondente ao momento atual. Seja em relação à nossa idade, ao contexto histórico e aos diversos períodos de crise que atravessamos, bem como das coisas pertinentes ao nosso próximo.
Por outro lado, tal dificuldade pode estar relacionada com a nossa falta de sensibilidade e até mesmo com a ideia equivocada de que iremos determinar os acontecimentos futuros. Pois, embora dotados do livre arbítrio, nem sempre podemos modificar conforme o nosso bem querer toda a realidade que há em volta. Às vezes seremos mais felizes aceitando alguns fatos superiores à nossa vontade do que passarmos a vida lutando contra eles.
Assim, creio que essa limitação de certa maneira ajuda a nos aproximar de Deus. Pois desconhecendo o homem o seu futuro (Ec 3:11), ele passa a desenvolver uma atitude de reverência para com o Eterno (3:14). Com isso, temos a oportunidade de nos arrepender dos pretensiosos erros e trilharmos o caminho de retorno para o Criador bendito.
Acredito que é andando com Deus e cultivando uma espiritualidade autêntica que conseguimos entender melhor o tempo. Seguindo pelas veredas de luz de sua Palavra, podemos ver claramente onde os pés estão pisando. Então, quando chega cada estação da vida, sentimo-nos mais preparados para enfrentar os desafios que se apresentam e encontramos o verdadeiro propósito existencial capaz de proporcionar satisfatória realização ao nosso espírito. E, como disse o salmista, "nas Tuas estão os meus dias" (Sl 31:15a).
Enfim, você pode aceitar as condições do tempo ou ser esmagado por ele! E esta escolha sábia cabe a cada um fazer e não podemos tomar decisões por ninguém.
Que o Eterno ilumine os nossos caminhos e sejamos guiados pelo seu Santo Espírito!
OBS: Ilustração acima extraída do acervo virtual da Wikipédia sendo a autoria do trabalho atribuída a Meinolf Wewel, conforme consta em http://en.wikipedia.org/wiki/File:Jahreszeiten_Jahresringe.jpg
Boa reflexão, Rodrigo!
ResponderExcluirSaber qual a melhor hora para a melhor atitude, para a ação necessária a ser feita, requer sabedoria e análise "dos tempos"
Bom dia, Eduardo!
ExcluirUma das reflexões que cheguei a fazer com essa leitura foi a seguinte:
Devo preocupar-me mais em descobrir qual a melhor hora para a atitude que devo fazer ou empenhar-me por saber a atitude correspondente ao tempo que se chama hoje?
Cheguei à conclusão que, tendo em vista à minha impotência no controle do tempo (nem sei se estarei vivo amanhã), mais importante seria a atitude correta para o momento em que se vive.
Quando devo abrir minha boca e falar? Não sei. Mas no momento devo dizer algo sobre um assunto ou permanecer calado? Certamente que este é um dos maiores desafios, meu amigo. Pois, como escreveu Tiago em sua epístola do Novo Testamento, nenhum homem é capaz de domar a língua.
Obrigado pela leitura e comentários. Tenha uma ótima terça-feira!