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domingo, 30 de novembro de 2025

O que a ALERJ já discutiu sobre Inteligência Artificial — e por que o RJ precisa avançar?

 


Nos últimos anos, a discussão sobre o uso da Inteligência Artificial (IA) passou de tema de ficção científica para pauta central da gestão pública, da educação e dos direitos dos cidadãos. No âmbito do Estado do Rio de Janeiro, a ALERJ já recebeu algumas proposições voltadas a regulamentar e orientar o uso dessa tecnologia. Porém, apesar das iniciativas, ainda não há um marco legal consolidado em vigor — o que revela lacunas significativas.


🧾 Principais proposições na ALERJ

  • Projeto de Lei 3409/2020 — Regulamentação do uso de softwares de IA na administração pública
    • Autora: Enfermeira Rejane (PCdoB/RJ)
    • Prevê que órgãos públicos devem adotar parâmetros rigorosos ao usar IA, especialmente quanto à proteção de dados, privacidade, sigilo de comunicações e vedação de uso que amplie desigualdades.

  • Proposição recente sobre IA nos SACs (Serviços de Atendimento ao Cliente)
    • Autoria do Dionísio Lins (PP/RJ)
    • Objetivo: garantir que empresas sediadas no Estado, ao usar IA nos seus canais de atendimento, não utilizem a tecnologia para obstruir o acesso a direitos essenciais — como reclamações, cancelamentos ou atendimento humano quando necessário.

  • Projetos voltados à educação com foco em IA
    Há menção a proposições que visam inserir a IA no currículo escolar da rede pública estadual — para capacitar jovens e professores quanto às novas demandas tecnológicas e preparar para o futuro.

Essas iniciativas demonstram sensibilização de alguns deputados da ALERJ para os desafios e oportunidades da IA. Contudo, até o momento não há uma lei sancionada no Estado que consolide um marco regulatório completo e efetivo para IA.


⚠️ Lacunas que permanecem

  • Ausência de lei quadro estadual: nenhuma das proposições resultou ainda em norma aprovada e em vigor que trate de forma abrangente IA — com diretrizes claras de ética, governança, proteção de dados, transparência e responsabilidade.
  • Fragmentação temática: os projetos tratam de aspectos pontuais — atendimento ao consumidor, uso administrativo, inserção na educação — mas não em um conjunto unificado. Isso dificulta a construção de uma política pública coerente.
  • Vulnerabilidade aos riscos sociais: sem regulação clara, há risco de violações de privacidade, injustiças algorítmicas, desigualdades no acesso à tecnologia, e uso da IA de forma discriminatória.
  • Falta de participação social e controle público: não há mecanismos definidos que garantam supervisão cidadã, transparência em algoritmos ou participação popular na formulação de políticas de IA.

Essas lacunas mostram que, embora a ALERJ tenha dado os primeiros passos, estamos ainda longe de garantir uso ético, seguro e socialmente justo da IA no Estado do Rio de Janeiro.


🌎 Comparativo com outros entes federativos

Em contraste com a situação no Rio de Janeiro, outros estados e municípios brasileiros já avançaram:

  • O Lei de Inteligência Artificial do Estado de Goiás (Lei Complementar nº 205/2025) foi sancionada em maio de 2025. É o primeiro marco legal estadual no Brasil voltado exclusivamente à IA. A lei institui uma política de fomento à inovação em IA, estabelece diretrizes para governança ética, incentiva a inclusão da IA na educação pública, e prevê sustentabilidade e segurança nos dados.
  • Em âmbito municipal, a Lei Municipal 16.321/2024, de Curitiba, regulou o uso da IA na administração pública municipal, definindo normas de transparência, proteção de dados e responsabilidade.
  • Também, em 2025, o município do Rio de Janeiro aprovou o Projeto de Lei 2970/2024 que institui o “Programa sobre o uso responsável da Inteligência Artificial” para órgãos públicos municipais.

Esses exemplos mostram que há estados e municípios já se organizando para garantir que o uso da IA seja ético, transparente, inclusivo e regulado — servindo de referência para o Estado do Rio, ainda a passos lentos quanto à sua modernização.


✅ Por que a ALERJ deve priorizar um marco estadual para IA — agora

A adoção de uma legislação estadual sobre IA não é apenas técnica — é uma questão de justiça social, de proteção dos direitos e de futuro. A IA tem potencial transformador na educação, na saúde, na gestão pública, no atendimento aos cidadãos, mas sem regras claras pode ampliar desigualdades, invasão de privacidade e discriminação.

Ao aprovar uma lei‑quadro sobre IA, a ALERJ daria:

  • Segurança jurídica para órgãos públicos e empresas que queiram usar IA;
  • Transparência e controle social, garantindo que decisões baseadas em IA sejam auditáveis e justas;
  • Capacitação e inclusão digital, preparando cidadãos e servidores para o futuro;
  • Inovação com responsabilidade, estimulando pesquisa, economia e tecnologia, mas com proteção aos direitos humanos.

Além disso, uma lei estadual colocaria o Rio de Janeiro entre os estados modernos e preparados para os desafios daquilo que podemos chamar de "quarta revolução industrial" — evitando atraso tecnológico e social.


✍️ Conclusão

As iniciativas sobre IA na ALERJ representam um começo importante — mas ainda são pontuais e insuficientes. A falta de um marco legal consolidado deixa o Estado vulnerável a erros, injustiças e desperdício de potencial.

Por outro lado, a experiência de estados como Goiás e municípios como Curitiba mostra que é possível legislar com responsabilidade, com participação cidadã e com foco no bem comum.

Portanto, acreditamos que os trabalhos da ALERJ devem avançar urgentemente para um projeto de lei‑quadro de IA, abrangente e moderno. Esse é um tema promissor, que pode (e vai) fazer grande diferença no futuro — na educação, na gestão pública e na vida de cada cidadão. O momento é agora.


🔎 Projetos da Alerj sobre IA e propostas relacionadas

(Projeto / PL Objetivo / Ementa Autor / Situação)

PL 3409/2020 — “Regulamenta a utilização dos softwares de inteligência artificial na administração pública” Estabelece regras para uso de IA pela administração pública estadual, com proteção de dados e proibições contra uso discriminatório. Deputada Enfermeira Rejane

PL 1574/2023 — “Aprendizagem do uso ético da IA nas escolas” Propõe integrar, nas escolas estaduais, atividades extracurriculares para formação sobre uso ético de IA. Deputado Andrezinho Ceciliano

PL 1810/2023 — Proibição de uso de IA para produção/divulgação de imagens pornográficas de crianças/adolescentes Visa coibir a produção ou distribuição, por meios de IA, de conteúdos pornográficos envolvendo menores. Deputada Giselle Monteiro

(Em tramitação) — Projeto que regula o uso de IA nos SACs por empresas sediadas no Estado do Rio Propõe que empresas que usem IA em atendimentos não usem a tecnologia para dificultar direitos de consumidores (cancelamento, reclamação ou atendimento humano obrigatório). Deputado Dionísio Lins


📚 Iniciativas federais para comparação

PL 2338/2023 — “Marco regulatório nacional da IA” (no âmbito federal) — busca estabelecer diretrizes gerais para uso responsável da IA no Brasil. 

Há vários outros projetos tramitando no Congresso Nacional que visam regular “deepfakes”, uso de IA para imagens/vídeos, responsabilidade, transparência, direitos de dados, proteção a trabalhadores, etc. 


Observações importantes

A existência de vários projetos na Alerj mostra que o tema já está no discurso parlamentar do estado.

Entretanto, até o momento, não foi encontrado um registro público de que todos tenham sido sancionados e transformados em lei estadual de forma consolidada — ou seja, tratam-se de iniciativas que ainda dependem de tramitação.

Muitas das proposições focam temas pontuais (uso em escolas, proteção de direitos, atendimento ao consumidor), o que evidencia a ausência de um marco legal unificado sobre IA no estado.

UM EXEMPLO DE LUTA PARA O BRASIL!

 


É com profunda admiração que me uno às comemorações deste dia tão especial — ao celebrar os 91 anos da vida da deputada Luiza Erundina.


Não apenas recordamos uma data, mas comemorarmos uma trajetória marcada por coragem, integridade e compromisso com a justiça social.


Desde os seus primeiros passos como assistente social na Paraíba, passando pela militância nas Ligas Camponesas e sua mudança para São Paulo durante o regime militar, Luiza Erundina demonstrou profunda sensibilidade às lutas dos oprimidos e determinação em transformar sua percepção em ação concreta. 


Como vereadora, deputada estadual, prefeita da cidade de São Paulo (1989–1992) — sendo a primeira mulher nessa posição na capital paulista —, ministra no governo federal e, por tantos anos, deputada federal, sua história se confunde com a história de quem acredita na política como instrumento de emancipação. 


Na prefeitura paulistana, a administração de Luiza Erundina priorizou a educação, a cultura, a saúde, moradia e políticas sociais para os mais vulneráveis; investiu em alfabetização de adultos, modernização da merenda e da rede municipal de saúde, habitação social e reforma cultural e urbana — iniciativas que tornaram visíveis os sonhos de muitos invisibilizados pela ordem vigente. 


No Parlamento, sua atuação é marcada por coerência, firmeza e defesa inabalável dos direitos humanos, das minorias, das mulheres, das gestantes, das crianças e dos trabalhadores. Com dezenas de projetos e proposições — muitos transformados em leis ou emenda constitucional —, você tem sido voz ativa em favor da igualdade de direitos e da dignidade humana. 


Sua trajetória representa um exemplo para gerações que acreditam na política como espaço de transformação, participação e esperança. 


Que novos anos de luta, resiliência e dedicação continuem a iluminar o caminho de quem busca construir um Brasil mais justo e igualitário.


Parabéns, deputada, por seus 91 anos — que venham muitos mais, repletos de saúde, força e inspiração.


OBSO autor recorda que, quando residia em Juiz de Fora, na década de 90, chegou a ver Luiza Erundina algumas vezes na cidade, ainda que, na época, não percebesse totalmente a dimensão de sua importância. Com o passar dos anos, ao se aproximar de seus pensamentos e propostas alinhadas às ideias da esquerda democrática, passou a reconhecer o valor e o exemplo que sua trajetória representa.

2050: A Cidade que Observava – Nova Brasil



Miguel chegou a Nova Brasil, uma cidade litorânea que parecia saída de um filme de ficção científica. Era 2050, e a cidade respirava tecnologia. Cada edifício, rua e serviço público estava conectado a uma Inteligência Artificial central chamada Aurora.

Ao sair do aeroporto flutuante, drones de transporte pessoal o levaram até seu apartamento. Da janela, Miguel contemplava a cidade iluminada com cores vibrantes: painéis solares integrados, jardins verticais monitorados automaticamente, transportes autônomos sincronizados com cada pedestre, sensores ambientais ajustando a qualidade do ar e até o nível da maré do porto. Até a escola de seu filho adaptava o currículo em tempo real, com Aurora analisando as necessidades de aprendizado de cada aluno.

Tudo parecia perfeito. A água chegava filtrada e monitorada, hospitais antecipavam consultas antes mesmo que os pacientes percebessem sintomas, e o trânsito se movia como uma coreografia tecnológica, sem engarrafamentos ou acidentes. Miguel pensou: Finalmente uma cidade do futuro.


O pressentimento

Nas primeiras semanas, porém, Miguel começou a notar detalhes estranhos. Pedidos de licitação desapareciam do sistema sem explicação. Recursos que deveriam ter sido aplicados na manutenção de parques surgiam desviados em relatórios digitais, mesmo quando Aurora afirmava que tudo estava dentro da normalidade.

Na escola, decisões de alocação de professores eram injustas. No hospital, alguns pacientes urgentes eram sinalizados de maneira incorreta. Miguel sentiu um arrepio: a cidade perfeita parecia uma fachada.


A descoberta

Determinado a entender o que se passava, Miguel começou a explorar dados públicos de Nova Brasil — parcialmente acessíveis via Aurora. Ele percebeu padrões sutis: algoritmos que deveriam ser neutros apresentavam viés em favor de empresas privadas, e decisões críticas eram tomadas com base em informações alteradas.

Ele compreendeu: gestores corruptos estavam manipulando Aurora, escondendo fraudes e desviando recursos sob o pretexto de uma IA infalível. A cidade futurista não era apenas monitorada — estava controlada pelos interesses de poucos.


A mobilização

Decidido a combater a corrupção, Miguel conversou com vizinhos, professores, médicos e funcionários públicos. Logo, surgiu um grupo de cidadãos que criou a ONG Aurora Transparente, dedicada a monitorar a IA, garantir auditoria independente e defender a transparência.

O grupo desenvolveu ferramentas para registrar decisões suspeitas de Aurora, armazenando logs criptografados e backups independentes dos dados da cidade. Cada novo contrato, gasto público ou decisão automatizada era monitorado, sem depender da máquina manipulada pelos corruptos.


O enfrentamento

Com provas detalhadas, o grupo se aproximou do Ministério Público Federal, apresentando um dossiê digital: gráficos de desvios, contratos suspeitos, logs de decisões alteradas e testemunhos de servidores e cidadãos.

A denúncia causou impacto imediato. Uma investigação oficial revelou um esquema sofisticado de manipulação de IA que durava anos, mascarando corrupção sob o véu da tecnologia futurista.


A lição da cidade

Meses depois, Miguel observava Nova Brasil com um sorriso contido. Aurora, agora supervisionada por cidadãos, auditores e órgãos públicos, funcionava corretamente, como ferramenta de transparência e eficiência, e não de fraude.

Miguel percebeu que, mesmo no futuro, a tecnologia não é neutra. A IA podia ser aliada da sociedade ou instrumento de poder corrupto. E acima de tudo, a vigilância e a ética humanas continuavam insubstituíveis.

Ao caminhar pelas ruas brilhantes e perfeitas, Miguel pensou: a cidade do futuro ainda precisava de pessoas — cidadãos atentos — para ser realmente perfeita.

🌿 O Brasil em construção 🌿



O Brasil não nasceu pronto.

Nasceu do encontro e do conflito,
dos rios indígenas, das mãos africanas,
das rotas europeias que aqui chegaram.

Não é a terra do paraíso sem marcas,
mas o chão onde aprendemos a enfrentar
as sombras do passado,
a dor das injustiças e desigualdades.

O Brasil verdadeiro se constrói a cada dia:
na coragem de reconhecer os erros,
na esperança de reconciliar culturas,
na vontade de criar uma identidade justa,
onde todos possam caber e florescer.

Aqui, o mito não é ilusão de harmonia,
mas o sonho de um país em constante reinvenção,
buscando luz mesmo nas cicatrizes,
buscando justiça mesmo nos desafios.

Mangaratiba e os municípios litorâneos da Costa Verde poderiam apostar num paisagismo nativo



Quando a expedição de Gaspar de Lemos chegou à Costa Verde, em janeiro de 1502, os portugueses certamente encontraram uma região rica em biodiversidade: restingas arenosas litorâneas, manguezais, Mata Atlântica em transição para encostas, árvores frutíferas e uma fauna abundante. Esse ecossistema estruturava o clima local, regulava rios e protegida as comunidades naturais. 

Recuperar a identidade ambiental da região hoje, mesmo nas áreas urbanas, como quintais, jardins, praças, escolas e demais logradouros seria uma oportunidade de unir história, saúde pública e urbanismo sustentável.


Paisagismo urbano: direito e obrigação legal


A Constituição Federal, no artigo 225, garante a todos o direito a um meio ambiente equilibrado, impondo ao poder público e à sociedade o dever de preservação e recuperação ambiental. Municípios litorâneos, portanto, têm a obrigação de criar políticas urbanas que conciliem segurança, mobilidade, saúde e biodiversidade.

O paisagismo nativo é uma ferramenta concreta para isso: restaura o patrimônio vegetal, protege os moradores e fortalece a resiliência da cidade frente a ventos fortes e mudanças climáticas.


Espécies nativas: segurança, beleza e saúde


Para Mangaratiba, é essencial priorizar árvores e arbustos de porte pequeno a médio, com raízes não invasivas, copas compactas e resistentes a ventos e maresia. Algumas espécies-chave incluem:


Restinga litorânea


  • Pitanga (Eugenia uniflora, 3–7m) – atrativa à fauna e repelente natural do mosquito da dengue.
  • Aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius, 10m) – resistente à maresia.
  • Goiabeira-serrana (Psidium myrtoides, 4–6m) – adequada para áreas próximas à fiação.
  • Sapucaia-anã (Lecythis pisonis) – porte compacto, florescimento ornamental.


Transição encosta – Serra do Mar


  • Tapirira guianensis (10–15m) – resistente a ventos fortes.
  • Posoqueria latifolia (8–12m) – atrativa a aves e insetos benéficos.
  • Garcinia brasiliensis (10–15m) – tolerante a solos costeiros.
  • Guarea macrophylla (10–12m) – ideal para segurança e biodiversidade.


Uso sanitário e preventivo


  • Pitanga, Aroeira-vermelha, Mulungu (Erythrina verna) e Pata-de-vaca (Bauhinia spp.) ajudam a repelir o mosquito da dengue, funcionando como barreiras naturais em quintais, ruas e praças.


Segurança e mobilidade urbana


O paisagismo deve considerar:


  • Proteção da fiação elétrica: copas e galhos que não atinjam redes;
  • Mobilidade nas calçadas: árvores com raízes não invasivas;
  • Redução de riscos de quedas: espécies resistentes e podas preventivas;
  • Resiliência urbana: árvores tolerantes a ventos fortes e solos arenosos que evitem danos as construções existentes.


Engajamento social e educação ambiental


Um paisagismo eficiente envolve toda a comunidade:


  • Praças e áreas públicas como laboratórios vivos de demonstração;
  • Escolas integradas em projetos educativos;
  • Associações da sociedade civil e moradores envolvidos no plantio e manutenção;
  • Parcerias com hortos privados para fornecimento de mudas certificadas e apoio técnico;
  • Quintais residenciais beneficiados com distribuição de mudas e workshops de cuidados com a flora nativa.


Benefícios para a cidade


  • Mais verde, sombra e frescor;
  • Redução de ilhas de calor urbano;
  • Combate natural ao Aedes aegypti;
  • Engajamento comunitário e educação ambiental;
  • Preservação da biodiversidade e da memória histórica da região;
  • Cidades mais seguras, belas e resilientes.


Conclusão


Recuperar, ainda que em parte, a paisagem da Costa Verde de 1502 não é apenas um gesto simbólico: é planejamento urbano inteligente. Mangaratiba e outros municípios litorâneos podem se tornar referência em arborização nativa, integrando legislação ambiental, saúde pública, segurança urbana e educação. Cada árvore nativa plantada é um passo em direção a cidades mais sustentáveis, seguras e conectadas com sua história.

Mangaratiba: Como a Inteligência Artificial Pode Transformar Nossa Cidade?



Mangaratiba é uma cidade única. Temos um patrimônio natural deslumbrante, um potencial turístico extraordinário, uma população criativa e uma localização estratégica que nos coloca entre os destinos mais promissores do estado do Rio. Mas para que todo esse potencial se torne prosperidade real, é preciso dar um passo decisivo rumo ao futuro: modernizar Mangaratiba com o apoio da Inteligência Artificial.

Entre 2026 e 2032, o mundo viverá uma revolução tecnológica ainda mais acelerada. Cidades que se prepararem agora estarão melhores posicionadas para atrair investimentos, ampliar oportunidades e melhorar a vida das pessoas. E Mangaratiba pode — e deve — estar na liderança desse movimento.


1. Saúde Inteligente para uma População Atendida com Dignidade

Mangaratiba enfrenta desafios na saúde, especialmente em atendimento, marcação de consultas e logística entre distritos. A IA pode mudar esse cenário:


  • Organização automática de filas e priorização de casos urgentes.
  • Agendamento online rápido e integrado.
  • Sistemas de apoio ao diagnóstico, reduzindo erros.
  • Telemedicina para áreas mais afastadas, como Muriqui e Conceição de Jacareí.
  • Análise de dados para identificar surtos, falta de medicamentos e necessidades emergenciais.


Resultado: menos fila, mais eficiência e um atendimento mais humano.


2. Educação Preparada para o Futuro

Os alunos de Mangaratiba merecem chances reais de disputar os empregos de amanhã. A IA pode ser uma aliada poderosa:


  • Acompanhamento personalizado do aprendizado.
  • Plataformas de reforço adaptativo nas escolas municipais.
  • Laboratórios digitais para introduzir robótica, programação e pensamento computacional.
  • Redução da burocracia para professores, liberando tempo para ensino e projetos criativos.


Resultado: jovens mais preparados, escolas mais modernas e oportunidades ampliadas.


3. Segurança Pública com Tecnologia e Inteligência

Mangaratiba tem áreas turísticas movimentadas, bairros residenciais, zonas rurais e uma malha viária que dá acesso à Costa Verde. A IA pode ajudar a tornar a cidade mais segura:


  • Monitoramento inteligente em praças, orlas e pontos críticos.
  • Integração entre Guarda Municipal, PM e Defesa Civil.
  • Análise de dados para prever riscos e orientar patrulhamento.
  • Alertas automáticos em situações de emergência, como deslizamentos ou enchentes.


Resultado: prevenção reforçada e sensação de segurança ampliada.


4. Mobilidade, Trânsito e Turismo Organizados com Inteligência

Mangaratiba tem desafios específicos: feriados com grande fluxo, portos, marinas, áreas turísticas e bairros afastados. Com IA, é possível:


  • Controlar semáforos e fluxos de carros em tempo real.
  • Prever congestionamentos em datas especiais.
  • Orientar turistas sobre melhores trajetos e horários.
  • Melhorar o uso do transporte público com análises de demanda.
  • Integrar estacionamentos inteligentes em Ilha de Itacuruçá, Praia do Saco e outras áreas.


Resultado: menos caos, mais organização e melhor experiência para moradores e visitantes.


5. Sustentabilidade e Proteção Ambiental: Nosso Maior Patrimônio

Mangaratiba está em uma das regiões mais bonitas e sensíveis do Brasil. A IA pode ser a guardiã desse patrimônio:


  • Monitoramento de áreas de preservação e trilhas.
  • Identificação de desmatamento, ocupações irregulares e incêndios.
  • Controle inteligente de resíduos nas praias e ilhas.
  • Irrigação automatizada para áreas verdes.
  • Apoio para agricultura familiar com previsão de clima e análise de solo.


Resultado: preservação garantida e desenvolvimento sustentável.


6. Gestão Pública Moderna, Transparente e Conectada ao Cidadão

Para funcionar bem, a prefeitura precisa ser rápida, eficiente e transparente — e a IA ajuda nisso:


  • Redução da burocracia com sistemas inteligentes de protocolo.
  • Portal do cidadão com atendimento automatizado 24h.
  • Ferramentas de análise para tomada de decisões mais assertivas.
  • Transparência ampliada com relatórios automáticos de gastos e obras.
  • Chatbots municipais para informações sobre eventos, serviços, saúde e transporte.


Resultado: prefeitura mais ágil, mais transparente e mais próxima das pessoas.


Como Mangaratiba Pode Chegar Lá (2026–2032)

Para que essa transformação aconteça, é preciso construir um caminho sólido:


1. Criar o Plano Municipal de Transformação Digital

Com metas claras até 2032, envolvendo saúde, educação, turismo, segurança e meio ambiente.


2. Investir em Infraestrutura Tecnológica

  • Expansão de fibra ótica.
  • Wi-Fi público em praças, orlas e escolas.
  • Equipamentos modernos nas unidades municipais.


3. Criar o Laboratório de Inovação de Mangaratiba

Espaço para startups, universidades, empresas e a prefeitura criarem e testarem soluções.


4. Treinar Servidores, Professores e Alunos

O futuro não nasce pronto — é construído com qualificação.


5. Implantar Projetos-Piloto de IA

Primeiro na saúde e educação; depois na segurança, turismo e meio ambiente.


6. Garantir Ética, Transparência e Proteção de Dados

Tecnologia só serve se respeitar direitos e proteger as pessoas.


O Futuro Chegou. E Ele Pode Ser Construído Aqui.

Mangaratiba tem tudo para se tornar referência em modernização: natureza exuberante, turismo em crescimento, população acolhedora e vontade de avançar. O passo que falta é incorporar a IA como força estratégica de desenvolvimento.

Não se trata apenas de tecnologia — trata-se de qualidade de vida.
Trata-se de cuidar melhor das pessoas.
Trata-se de construir uma cidade moderna, inclusiva e sustentável.

Entre 2026 e 2032, podemos transformar Mangaratiba em um exemplo de inovação para toda a Costa Verde. O futuro está batendo à porta — e depende de nós abri-la.

Quando o mundo caminhou à beira do abismo — e a diplomacia segurou o planeta



Há períodos na história em que a humanidade parece avançar, sonâmbula, para a beira de um precipício. Poucos momentos foram tão perigosos quanto os anos de 1950, quando a Guerra da Coreia transformou-se na primeira crise da Guerra Fria capaz de acionar, de fato, o gatilho nuclear. Foi um tempo em que Washington e Moscou se observavam através da fumaça das batalhas, e em que cada decisão presidencial — tanto no Salão Oval quanto no Kremlin — podia determinar o destino do século.

A Guerra da Coreia foi o estopim. Em um intervalo de meses, o conflito deixou de ser uma disputa regional para se tornar o primeiro tabuleiro global da era atômica. Os Estados Unidos, recém-saídos de Hiroshima e Nagasaki, ainda eram a única potência a ter usado armas nucleares. Porém, já não eram a única a possuí-las. A União Soviética detonara sua primeira bomba em 1949, alterando para sempre o equilíbrio das forças mundiais.

É nesse contexto — carregado de medo, cálculo e desconfiança — que o presidente Harry Truman, há exatos 75 anos, em 30 de novembro de 1950, pronunciou aquelas palavras enigmáticas diante de uma entrevista: “Todas as armas que temos estão sendo consideradas.” 

Para muitos, isso soou como o anúncio de uma nova Hiroshima, agora sobre o solo coreano. A frase ecoou pelo planeta com a força de um trovão. Pela primeira vez, a humanidade entendeu que o pós-guerra não significara paz, mas apenas uma trégua tensa entre potências que agora tinham a capacidade de destruir a civilização.

No entanto, o que se seguiu foi o triunfo silencioso da prudência. Truman recuou. A diplomacia se impôs sobre a tentação militar. A percepção de que Moscou também tinha a bomba — e que qualquer ataque poderia desencadear uma espiral irreversível — conteve Washington no último instante. Pela primeira vez na história, a humanidade experimentou o paradoxo nuclear: a arma apocalíptica se tornava, ao mesmo tempo, um instrumento de poder e um freio moral quase absoluto.

Esse episódio retorna ao debate público hoje impulsionado por uma obra cinematográfica recente, premiada e debatida em todo o mundo, que revisita a mente inquieta do cientista que liderou o desenvolvimento da bomba. O filme devolveu ao público contemporâneo a angústia original dos laboratórios, o peso ético que esmagou seus criadores e a sensação de que, ao romper a estrutura do átomo, também se havia rompido um limite civilizatório.

Ao revisitar o cientista, a obra nos lembra de algo essencial: os homens que criaram a bomba atômica sabiam que estavam abrindo portas que talvez jamais conseguissem fechar. Viram, ainda nos anos 1940, aquilo que os governantes só conheceriam na década seguinte: o risco existencial, a fragilidade humana diante da própria engenhosidade tecnológica.

Setenta e cinco anos depois, quando tensões geopolíticas voltam a crescer em múltiplas regiões do planeta, revisitar a Guerra da Coreia é lembrar que a diplomacia já salvou o mundo antes. E pode ter de fazê-lo novamente. 

É recordar que líderes, pressionados por militares ansiosos e conselheiros temerosos, já estiveram a segundos de uma decisão irreversível — e recuaram. 

E é lembrar também que, por trás de todo grande risco nuclear, há sempre uma escolha humana. Uma escolha que separa o cálculo da imprudência, a sobrevivência da catástrofe.

Hoje, em tempos de discursos inflamados, nacionalismos agressivos e potências que exibem arsenais cada vez mais sofisticados, a lição permanece intacta: o mundo já esteve à beira do abismo! E só não caiu porque, naquele momento crítico, a diplomacia falou mais alto do que a força.

É essa memória — dura, incômoda, necessária — que a arte, a história e o jornalismo precisam continuamente reacender. Para que jamais esqueçamos o preço do silêncio, do descontrole e da soberba atômica. Para que jamais deixemos que o século XXI repita os erros do século passado. A bomba existe. No entanto, a humanidade também existe e ainda é ela quem decide.