É um erro nosso valorizarmos apenas quem está aparecendo na mídia como os jogadores de futebol, políticos de expressão, lideranças religiosas de destaque na mídia, atores, cantores e outras personalidades famosas. Não que, às vezes, tais pessoas não mereçam ser reconhecidas. Porém, falhamos por deixar de enxergar quem está justamente ao nosso lado ou bem na frente fazendo algo de bom pelo seu próximo.
A matéria do jornal mineiro "O Tempo", de onde extraí a imagem ilustrativa desta publicação, fala um pouco da dedicação diária de mais ou menos 400 funcionários da Santa Casa de Belo Horizonte no cuidado contínuo com os seus pacientes. E não são poucos os que passam por aquele hospital tratando-se muitas das vezes de dezenas de milhares por mês! Segundo a reportagem,
"(...) cerca de 400 pessoas trabalham sob anonimato e garantem não apenas o funcionamento da Santa Casa BH, como a assistência aos 51.206 pacientes atendidos por mês no maior complexo hospitalar da capital mineira. São auxiliares de serviços gerais, profissionais de limpeza, cozinheiros, entre outros, que no silêncio de seus ofícios ofertam dignidade e ajudam a salvar vidas de milhares de pessoas" - https://www.otempo.com.br/especiais/plantao-24-horas/da-limpeza-ao-trato-direto-com-pacientes-anonimos-salvam-vidas-1.3012154
Curiosamente, em sua carta à igreja em Corinto, o apóstolo Paulo fez uma interessante analogia aos órgãos do corpo humano cujo verso vale a pena citar. Segundo o autor, na versão traduzida de João Ferreira de Almeida, "os membros do corpo que reputamos serem menos honrados, a esses revestimos com muito mais honra". Já "os que em nós não são decorosos têm muito mais decoro" (1Co 12:23).
Fato é que não vestimos roupas de grife, nem colocamos colares, anéis, brincos e muito menos imprimimos tatuagens nos nossos corações, pulmões, fígados, rins, pâncreas, estômagos ou nos ossos cobertos pela carne. O máximo que já vi foi alguém furar a língua para por um piercing, o que, com toda a sinceridade, acho uma tremenda estupidez que, além de incomodar, expõe ao risco a própria saúde.
Mas, enfim, sem perder o foco dessa reflexão, chamo a atenção para o fato de que, na vida, nem todos temos as mesmas aptidões profissionais e muitas das vezes desenvolvemos talentos diferentes. Na verdade, quem é responsável pela limpeza de um hospital é tão importante quanto quem opera o paciente transplantado um órgão vital, ou auxilia o enfermeiro verificando a pressão do doente, ou administra o lugar, ou trabalha na recepção, ou prepara os alimentos na cozinha, ou cuida da segurança virando a madrugada acordado com os olhos fixos numa câmera de vídeo, ou visita leito por leito oferecendo um conforto espiritual às pessoas como capelão. Se um contabilista de uma instituição pública ou privada de saúde errar no seu cálculo, pode por muita coisa a perder...
Concluo sobre a necessidade de reconhecermos tudo isso quanto ao outro e lembrarmos também do papel que temos diariamente aqui. Afinal, se prestarmos a atenção na nossa responsabilidade pessoal (e profissional), veremos o quanto somos importantes pois muito poderemos contribuir para tornar o mundo um lugar um pouquinho melhor.
Ótima terça-feira a tod@s!
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