Embora eu não jogue (jamais arriscaria um centavo meu com isso), ainda assim me sinto tentado a responder o que faria caso recebesse sozinho o prêmio de R$ 306,7 milhões que, no caso da "Mega da Virada", será dividido entre 17 apostadores sortudos que romperam o ano com as nádegas voltadas pra Lua.
Primeiramente, eu teria que pagar o imposto de renda, o qual é debitado no ato do recebimento do prêmio. Isto porque os lucros decorrentes dinheiro obtido em loterias são tributados exclusivamente na fonte à alíquota de 30% (trinta por cento). Ou seja, caberá à Caixa Econômica Federal fazer isso muito embora, quando chegasse o período de março/abril, eu ainda precisaria declarar o valor na ficha "Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva" do programa da da Receita sobre o IRPF.
Com a importância líquida de R$ 214.703.121,00 (duzentos e catorze milhões, setecentos e três mil e cento e vinte e um reais) em conta, não demoraria muito para investir essa grana e fazê-la render pois tempo é dinheiro. E, imediatamente, pegaria um avião para a região Centro Oeste em busca de oportunidades no chamado agronegócio pois é o que está dando certo no Brasil ultimamente.
A princípio, eu não cometeria a insanidade de sair por aí fazendo a imbecil viagem dos sonhos ou adquirir mansões caríssimas que só darão pesadas despesas. Tudo bem que adoro conhecer lugares novos e curtir a natureza, mas seria burrice torrar meus recursos com algo dispersivo diante de uma oportunidade única de marcar a História através de empreendimentos geradores de emprego e de renda.
Quanto aos parentes e amigos, não nego que dispensaria alguns valores para ajudá-los da melhor maneira, criando primeiramente um fundo destinado a isso. Antes de assinar qualquer cheque, avaliaria as necessidades de cada um deles de modo que a uns eu emprestaria sem juros, para outros concederia o direito de se tornar usufrutuário de um imóvel adquirido no meu nome e para alguns doaria algo.
Obviamente que faria uma reserva de R$ 25 milhões em fundos de renda fixa. Ou melhor, criaria uma carteira de investimentos conservadores com papéis da dívida pública para que, na hipótese de não ir bem nos negócios, ter na velhice uma espécie de "aposentadoria". E de modo algum deixaria de contribuir para o INSS pois não sei o que me acontecerá aos 65 anos ou mais. Pois vai que, ao invés de me tornar bilionário, acabo perdendo tudo, incluindo as reservas financeiras?
Além disso, não deixaria de estudar (voltaria as atenções mais para a economia) e nem cancelaria a minha inscrição de advogado na OAB. Mesmo mudando de profissão, certamente iria precisar de vários serviços jurídicos e aí nada melhor do que criar um departamento para a minha sonhada empresa de agronegócios.
Em relação à política, continuaria participando dela com minhas opiniões. Talvez não perderia tempo tentando ser candidato. Pelo menos, não nos primeiros anos, mas contribuiria financiando um movimento apartidário que lutasse por mais justiça social, pela educação, pelo desenvolvimento tecnológico do país, pela dignidade do ser humano em todos os seus aspectos e pela defesa do meio ambiente. Empreenderia algo no terceiro setor sem nenhuma vinculação com os meus interesses econômicos, religião ou ideologias.
Para bem gerir todos esses projetos, teria como tarefa indispensável formar uma equipe com pessoas sérias, comprometidas e, no caso dos negócios, ambiciosas (no bom sentido do termo). Talvez essa seria a minha maior dificuldade porque, nessas horas, muitos oportunistas aparecem, inclusive entre os mais ricos. E teria que me preparar muito tecnicamente para assumir esse papel de empreendedor.
Seja como for, evitaria que o dinheiro tentasse me dominar. Apenas mudaria meu modo de vida e planos, mas sem deixar de ser um cidadão produtivo e com participação no meio social.
E você? O que faria se ganhasse na Mega da Virada?
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