Após o míssil disparado pela Coreia do Norte haver passado pelos céus Japão no dia 28/08, o mundo mais uma vez se preocupa sobre como resolver a crise provocada pelo ditador Kim Jong-un.
Creio que, desde a chamada "Crise dos Mísseis", um confronto de 13 dias (16-28 outubro de 1962) entre os Estados Unidos e a extinta URSS relacionado com a implantação de mísseis balísticos soviéticos em Cuba, nunca o mundo esteve tão perto de uma temível guerra nuclear. E agora o perigo encontra-se no Extremo Oriente, com o risco de se tornar algo de alcance global, na hipótese de potências como os EUA, China e Rússia se meterem.
Fato é que a Coréia do Norte não pode ser alvo de uma intervenção militar como os EUA fizeram no Iraque (2003 - 2011), no Afeganistão (2001), na ex-Iugoslávia (década de 90), Somália (1993-95), Panamá (1989-90), Líbia (1986), Granada (1983) e em tantas outras operações que tiveram ou não ocupação territorial. Pois em todos esses episódios, o adversário pôde ser abatido apenas com o uso de armas convencionais onde a tecnologia e o poderia de fogo superiores dos norte-americanos aniquilaram qualquer resistência armada.
Entretanto, no caso da Coréia do Norte, a situação torna-se muito delicada visto que o país de Kim Jong-un não só produziu a letal bomba atômica como vem desenvolvendo mísseis de alcance cada vez maior, capazes de não só destruir a vizinha Coréia do Sul como o Japão. E, se continuar nesse belicismo ameaçador, não demorará muito para que o ditador consiga construir uma arma que tente cruzar o Oceano Pacífico, com o fundado potencial de atingir cidades da Costa Leste dos EUA a exemplo de Los Angeles, situada na Califórnia.
Ocorre que, se Donald Trump mandar atacar o governo de Pyongyang de uma só vez, mesmo que não seja através de bombardeios nucleares como se fez sobre as duas cidades japonesas na 2ª Guerra, ainda assim poderá matar milhões de pessoas e provocar uma resposta que causaria destruições avassaladoras nos países vizinhos, havendo o risco da China declarar uma guerra aos EUA. Isso sem contabilizar a perda dos investimentos econômicos das empresas norte-americanas no Oriente.
Diante de tantos interesses em jogo, creio que é preciso buscar logo um acordo que possa solucionar essa crise trazendo paz ao mundo por mais que custe aos EUA terem que tolerar a ditadura norte-coreana, a qual, na verdade, mais parece um absolutismo monárquico do que uma república socialista. Talvez Trump não seja o líder certo para tais negociações devido à sua arrogância e soberba.
Segundo a porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying, é preciso retomar as negociações de paz, tendo afirmado que as "pressões e as sanções" contra o regime de Pyongyang "não podem resolver o problema", apontando ser a única via de saída "através do diálogo e as consultas". a representante da China lembrou que o seu país se opõe aos programas nucleares e balísticos da Coreia do Norte, mas afirmou os Estados Unidos e a Coreia do Sul terem realizado uma e outra vez manobras militares e exercido pressão militar sobre Pyongyang
Creio que ceder às pretensões norte-coreanas possa ser um caminho, mas é preciso haver garantias de que Kim Jong-un, em troca, abandonará o seu belicismo nuclear. Para tanto, o mundo poderia lhe oferecer proveitosas vantagens econômicas progressivamente, mas prevendo no acordo uma cláusula de que a Coréia do Norte permitiria que Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tenha total liberdade de inspecionar e desarmar o arsenal bélico do país.
Que haja mais bom senso no mundo!
OBS: Imagem extraída de http://www.uriminzokkiri.com/index.php?ptype=great&who=4&categ1=1&categ2=2&pagenum=2
Nenhum comentário:
Postar um comentário