"Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração. Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração. O coração dos sábios está na casa do luto, mas o dos insensatos, na casa da alegria (...) Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio (...) No dia da prosperidade, goza o bem; mas no dia da adversidade, considera em que Deus fez tanto este como aquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele." (Ec 7:2-4,8a,14; versão ARA, 1993)
No sábio livro de Eclesiastes, o autor sagrado fala sobre algo que espanta a muitos. Na passagem acima, ele reflete a respeito do aprendizado que podemos extrair dos momentos ruins, entre os quais a indesejada morte física das pessoas. Algo que, ao mesmo tempo, vem nos proporcionar uma importante perspectiva em relação à própria vida sendo certo que a sepultura é o destino de todos os seres humanos.
É certo que de modo algum devemos preferir a tristeza no lugar da alegria. A Bíblia ensina para que escolhamos a vida praticando os mandamentos da lei divina (Dt 30:15-20). Porém, muitas das vezes o homem só passa a compreender melhor o lado bom de sua existência quando prova aquilo que é ruim ou amargo.
A maioria das pessoas em nossa sociedade busca desesperadamente esquecer os maus momentos. Atualmente, muitos preferem ingerir um comprimidinho afim de dormir do que enfrentarem a angustiosa realidade. Já outros enchem a cara de cachaça quando precisam suportar determinadas perdas, deixando-as mal resolvidas. Na primeira oportunidade, tais pessoas trocam logo o luto por uma alegria frívola e daí a risada do insensato ser bem comparada ao crepitar da lenha debaixo de uma panela (Ec 7:6).
Contudo, o homem sábio consegue aprender com qualquer situação porque para ele o fim das coisas, inclusive o evento morte, faz com que o seu coração valorize as melhores coisas dessa nossa curta experiência terrestre. Pois quem cultiva tais reflexões de uma maneira sadia e sensata certamente está mais próximo de descobrir o significado da vida escolhendo o que há de melhor para ser feliz.
Neste verão em que hoje a população do Sudeste brasileiro sofre com a falta d'água decorrente dessa prolongada onda de calor e ausência de chuvas, aprendemos a valorizar a importância dos recursos hídricos (tomara que em algum dia o nosso povo deixe de lado a cultura do desperdício). E, igualmente, assim ocorre diante das adversidades sendo que passamos a não jogar mais o tempo fora com a insensatez. E por desconhecemos como será o amanhã, aprendemos que o nosso coração precisa estar preparado para tudo, valendo ressaltar aqui o grandioso valor da sabedoria:
"A sabedoria protege como protege o dinheiro; mas o proveito da sabedoria é que ela dá vida ao seu possuidor." (Ec 7:12)
Portanto, meus amigos, desejemos dias felizes, mas que tenhamos abertura suficiente em nossas mentes para podermos aprender com as adversidades. E que a sabedoria ensine ao coração de cada um de nós em todo o tempo.
Tenham todos uma ótima quinta-feira!
OBS: A foto acima foi extraída do acervo virtual da Wikipédia e se refere a um funeral em Honduras. A autoria da imagem é atribuída a Zack Clark e disponível ao domínio público, conforme consta em http://he.wikipedia.org/wiki/%D7%A7%D7%95%D7%91%D7%A5:HN998sRamon~atFuneral2.jpg
...penso que o autor do texto de Eclesiastes quis, foi antes que a vida deve reflectir o caracter temporário da nossa existência. Conscientes da transitoriedade da vida, poderíamos agir de uma forma mais sábia...
ResponderExcluirOlá, Rupro,
ExcluirObrigado pela leitura e comentário.
Concordo com sua análise. Tal interpretação pode coexistir com o aprendizado que o homem pode extrair das situações adversas.
Ótimo final de semana!