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quarta-feira, 19 de abril de 2017

As reformas de Temer podem trazer a esquerda de volta ao poder




Um grave erro tem cometido o governo Temer após o impeachment da ex-presidente Dilma. Trata-se do pacote de reformas polêmicas e anti-sociais que podem fazer com que, nas eleições de 2018, a esquerda acabe retornando ao Planalto. E, dessa vez, voltando para ficar por muito mais tempo.

Sinceramente, já não vejo mais a população tão mobilizada contra os corruptos como estava acontecendo há um ano atrás. Atualmente é mais fácil alguém ir às ruas para protestar contra as reformas Trabalhista e da Previdência do que defender bandeiras moralizantes tipo, por exemplo, o fim do foro privilegiado. Foi o que se viu nas minguadas manifestações ocorridas em 26 de março por todo o país.

Para piorar a situação, por mais que o nome de Lula esteja sendo citado nas delações, ele ainda é líder nas pesquisas presidenciais de opinião. Ou seja, se as eleições fossem hoje, o petista estaria no segundo turno com chances reais de vitória ainda que com menos popularidade que em 2002.

Por outro lado, o crescimento da economia até o momento não foi retomado como esperado. Hoje, com o desemprego em alta e muitos ministros do governo envolvidos com os escândalos sobre corrupção, dificilmente o povo votaria num candidato da máquina administrativa. Pois, no atual cenário de incertezas, é mais fácil surgir um aventureiro (talvez alguém da ultra-direita, tipo Jair Bolsonaro) do que um nome do PMDB, partido de Michel Temer.

A meu ver, quando Temer substituiu Dilma, bastava ele ter formado um governo de coalizão, zelado pela transparência nas contas pública, jamais ter nomeado ninguém envolvido com a Lava Jato e mostrado uma face mais bondosa. Só que a sua insistência na aprovação dessas reformas, coisa que poderia ficar para um próximo mandato, apenas tem gerado mais crises, desconfianças e ainda despertado em alguns certa saudade do passado.

Num momento tão crítico como o presente, temos coisas muito mais sérias a serem tratadas como o resgate da confiança em nossas instituições democráticas e a discussão sobre uma reforma política capaz de dar ao Estado mais estabilidade. Logo, entendo pela necessidade de haver um pouco mais de bom senso nesse país e que as reformas sejam deixadas para 2019.


OBS: Créditos autorais da imagem acima atribuídos a ASCOM/VPR, conforme consta em http://radios.ebc.com.br/nacional-brasil/edicao/2016-05/deputado-avalia-o-que-muda-com-entrada-de-michel-temer-na-presidencia

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