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sábado, 23 de agosto de 2025

Já começou a corrida ao Palácio da Guanabara...



Temos visto as pesquisas indicando o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PSD) como líder das intensões de voto ao governo estadual para o pleito geral de 2026, com uma diferença considerável para os demais adversários.

Pois bem. Na pesquisa Quaest, divulgada nesta sexta-feira (22/08), foi apontado que 35% dos eleitores fluminenses têm intenção de votar no Dudu. Na sequência, vêm o atual presidente da ALERJ, deputado Rodrigo Bacellar (PL) com 9%, seguido pelo ex-prefeito de Caxias Washington Reis (MDB), com 5%, a viúva da Marielle, Mônica Benício (PSOL), pontuando em 4%, e Ítalo Marsili (Novo), com 2%. Já os eleitores indecisos somaram 15% e branco, nulo e os que declararam não votar, somam 30%.

Podemos afirmar que a eleição está definida? 

Sinceramente, não, mesmo com o Eduardo liderando...

Primeiro que há um ponto a ser considerado. Pois, de acordo com a própria Quaest, no mesmo levantamento divulgado, 43% aprovam governo Castro enquanto 41% desaprovam. É praticamente um empate técnico em que 16% não opinaram ou não souberam responder. Isso significa que há uma margem de apoio a ser transferido pelo governador atual para quem ele indicar.

Verdade é que nem sempre prestamos a atenção nos indecisos e aí os 30% de branco, nulo e os que declararam não votar certamente farão diferença porque tenderão a se definir durante a campanha ou uns meses antes.

A princípio, o Eduardo pode ser considerado dentro do quase certo segundo turno e terá mais chances disputando com alguém da esquerda, o que, na minha análise, é quase improvável de ocorrer.

Observem que há dois representativos nomes da direita ou ligados a ela que poderão vir ou não: Washington Reis e Rodrigo Barcelar. Um é político antigo, já demonstrou aproximações do prefeito carioca, tem os seus problemas jurídicos e, infelizmente, seria o mais bolsonarista de todos contando com o apoio do Flávio Bolsonaro, o "01" do ex-presidente.

Por sua vez, a situação jurídica de Barcelar não é menos insegura que o ex-prefeito de Caxias pois pode ter o seu destino amarrado ao do governador em razão de uma ação eleitoral capaz de tornar ambos inelegíveis e aí a ida do Thiago Pampolha para o TCE pode se tornar um grave erro tático do grupo. Porém, parece-me ser pouco provável o TSE reformar a decisão do TRE-RJ, embora se trate de um recurso revisor quanto aos fatos em análise.

Logicamente que, diante da hipótese de uma cassação do governador e do atual presidente da ALERJ, poderíamos passar por um pleito suplementar no início de 2026 em que novos nomes iriam se aventurar fazendo os atuais pré-candidatos a reverem os seus projetos políticos.

Finalmente, precisamos analisar esse quadro do ponto de vista da esquerda, pensando na necessária reeleição do Presidente Lula, o que realmente me importa mais. Pois, a meu ver, está indefinido como Paes deverá caminhar em relação a isso.

Ora, numa eleição presidencial, o candidato precisa construir bases fortes nos estados e regiões populosas e o nome que Lula mais precisará ter ao seu lado no Rio é justamente o Eduardo. Se ele compor chapa com um bolsonarista, tiver o apoio do Flávio ou apoiar um candidato do seu partido, supondo que o Ratinho Junior (PSD) entre na disputa presidencial, tudo fica muito incerto pro PT. 

Enfim, são breves comentários que estou compartilhando pois acho importante essa discussão focada nas questões nacionais porque estamos travando uma guerra contra o fascismo bolsonarista, lutando contra o retrocesso social, econômico e político, além da defesa da nossa soberania. E, neste sentido, lamento a esquerda não ser forte e unida aqui no RJ capaz de lançar uma pré-candidatura competitiva que, ao menos condicione o líder das pesquisas a negociar a composição da chapa com o PT ou outro partido aliado.

Amarrado a isso tudo, teremos também uma acirrada disputa às duas vagas de cada estado no Senado em que a eleição, embora também majoritária, possui um turno só e Lula poderá fazer pelo menos um no RJ, caso tenha estratégia e a esquerda não cometa o mesmo erro de 2022, quando vieram dois candidatos. Mas aí já é assunto pra uma outra postagem...

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