"Ninguém pode concordar com guerra, ataques militares de um país contra o outro. A guerra só leva a destruição, desespero e fome. O ser humano tem que criar juízo e resolver suas divergências em uma mesa de negociação, não em campos de batalha" (Luiz Inácio LULA da Silva, ex-presidente do Brasil)
"Lamentável o bombardeio contra a Ucrânia. O mundo precisa de união, diálogo e paz. Já estamos vivendo tempos muito difíceis por causa da pandemia. Mais do que impacto na economia e nas relações comerciais, estamos falando de muitas vidas que estão ameaçadas. Meu desejo é que os líderes se entendam e que as pessoas voltem a viver em paz." (Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo)
Com muita tristeza, o mundo vem acompanhando a inescrupulosa invasão russa na Ucrânia, gerando um conflito bélico em pleno século XXI e durante um dos momentos mais críticos da humanidade que é a atual pandemia por COVID-19.
Inicialmente, deve-se considerar que essa é uma guerra de ataque e não de defesa, ainda que com uma desculpa bem questionável de ser "preventiva", tendo como justificativa uma suposta ameaça à segurança nacional à Rússia o fato da Ucrânia vir a integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Inegável é que, por cerca de 36 anos, vigorou numa extensa parte do nosso planeta o denominado Pacto de Varsóvia, o qual foi uma aliança militar formada em 14 de maio de 1955 pelos países ditos socialistas do Leste Europeu e pela então União Soviética. O tratado estabeleceu o alinhamento dos Estados membros com Moscou, criando um compromisso de ajuda mútua em caso de agressões militares e legalizando, na prática, a presença de milhões de militares soviéticos nos países do leste europeu desde o final da 2ª Guerra, em 1945.
Felizmente, devido às mudanças no cenário geopolítico, durante o final da década de 1980 e início dos anos 90 do século XX, com a queda do vergonhoso Muro de Berlim, o fim da Guerra Fria e a crise na URSS, houve a extinção do Pacto de Varsóvia em 1991. Assim, vários países da Europa do Leste puderam ser convidados para ingressar na OTAN, a exemplo da República Tcheca, da Hungria e da Polônia.
Certo é que nenhuma razão tem o Putin para invadir a Ucrânia, caracterizando uma verdadeira violação do Direito Internacional! Porém, o mais revoltante é que temos recebido notícias de que a população civil já tem se tornado alvo dessa guerra suja que já produziu cerca de 200 mortos e 150 mil de refugiados, sendo inaceitável que um edifício residencial em Kiev tenha sido atingido por um míssel neste sábado, dia 26/02.
Apesar das tropas da Rússia haverem chegado à capital ucraniana, a ocupação efetiva das cidades e das áreas densamente povoadas poderá custar muitas vidas para ambos os lados e ainda resultar num segundo Holodomor na história desse país. Pois, tal como foi na insana guerra de George W. Bush contra o Iraque (2003), muitos ucranianos vão optar por resistir até o fim contra a dominação estrangeira. Isto porque o mais difícil numa guerra de conquista é o vencedor manter a ocupação após ganhar nos campos de batalha.
Sabemos que, por décadas, o regime imposto por Stalin à Europa do Leste, após à Segunda Guerra, não obteve êxito em "desnazificar" as suas sociedades e a consequência da invasão da Rússia na Ucrânia só causará mais ódio, conflitos e reações violentas. Aliás, é bem provável que o nacionalismo extremado aumente ainda mais entre os ucranianos, os quais vão se defender mesmo que usando coquetéis molotov contra tanques e mísseis do adversário.
Para as relações internacionais, esse episódio parece ser um caminho sem volta que induzirá a uma nova polarização entre Ocidente e Oriente, embora sem a mesma força ideológica vista durante a Guerra Fria. E isso certamente terá consequências na economia da maioria dos países, inclusive do Brasil, podendo aumentar ainda mais a pobreza, a falta de emprego e as tensões políticas.
Finalmente não dá para deixar de comentar sobre a infeliz visita de Bolsonaro a Putin feita às vésperas dessa guerra, no Kremlin, o que gerou péssimas interpretações e poderá trazer prejuízos para a economia brasileira. Foi realmente um encontro equivocado e que não expressa o sentimento da nação brasileira a respeito do massacre de um povo, lembrando que abrigamos a maior comunidade ucraniana da América Latina, em que, segundo estimativas de matérias jornalísticas, haveria entre 500 mil e 600 mil ucranianos e seus descendentes no nosso país.
Espero que, em outubro, Bolsonaro perca o pleito e Lula seja pela terceira vez eleito a fim de que possamos recuperar o nosso protagonismo no cenário internacional, contribuindo para promover a paz no mundo.
OBS: Imagem acima extraída de uma publicação na página da Anistia Internacional no Facebook, conforme consta em https://www.facebook.com/anistiainternacionalbrasil/posts/5438043656240311
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