Páginas

terça-feira, 27 de junho de 2023

Retornando de uma agradável viagem



Neste mês de junho, tirei uns dias para passear e, desta vez, fiz uma viagem familiar, reencontrando algumas pessoas que há tempos não via.


Na última quarta-feira (21/06), saí de Mangaratiba e fui para a localidade de Arrozal, 3º Distrito do Município de Piraí. Lá fiquei na casa de uma chamada Cristina, que é "prima-irmã" de minha mãe, sobrinha do meu avô.


Já conhecia Piraí e, poucos meses atrás, havia passado pela cidade, voltando de Barra do Piraí. No entanto ainda não conhecia Arrozal e nem o valho casarão do século XIX que pertenceu à poderosa Breves. Trata-se de um imóvel que representa a prosperidade da época do ciclo do café, quando foi construído por Manoel de Souza Breves, por volta do ano de 1836 e que teve por finalidade servir de moradia na pavimento superior e comércio no térreo. Mais tarde veio a ser ampliado pelo Comendador Breves, por volta de 1856, passou por uma restauração na década passada, sendo hoje uma casa de cultura mas que que se encontra no momento fechada para a visitação.


Essa minha prima vive na localidade há uns vinte anos e chegou lá por volta do início dos anos 2000, quando veio morar lá com sua mãe e o padrasto, ambos já falecidos. Fiquei hospedado em sua casa onde dormi duas noites. Na quinta (22/06), aproveitamos para passear de modo que passamos a nossa tarde em Pinheiral, município vizinho a Piraí, distante pouco mais de 10 quilômetros de Arrozal.


Primeiro lugar visitado em Pinheiral foram as ruínas da Fazenda São José do Pinheiro, a qual foi outra propriedade do riquíssimo Comendador José Joaquim de Souza Breves, datada de 1851. Inclusive o imóvel chegou a ser uma das mais suntuosas e prósperas glebas do Vale do Paraíba fluminense, com escadarias de mármore que davam acesso à varanda em frente a sala de espera, adornada com retratos de suas majestades, o Imperador e a Imperatriz, sendo que, n salão nobre da fazenda, havia grandes espelhos de Veneza, ricos candelabros de prata, lustres, mobília, e demais adornos comuns aos palacetes da Corte, na capital do Império.


Dali, o motorista do UBER nos deixou no centro da cidade onde conhecemos a antiga estação de trem de Pinheiral cuja construção é datada de 1908. E, depois, seguimos caminhando até próximo à sede Prefeitura por onde almoçamos para retornar para Arrozal no fim da tarde. 




Na manhã de sexta-feira (23/06), parti para Volta Redonda e lá peguei outro ônibus rumo a Juiz de Fora, Minas Gerais, onde havia sido criado na infância e adolescência. Cheguei lá no final da tarde e deu para fotografar bem o percurso a partir da praça da estação ferroviária até à Avenida Rio Branco, passando pelo Parque Halfeld.


Achei o Centro de Juiz de Fora muito bem preservado com casas antigas convivendo com os altos edifícios. Vi logo mudanças na cidade com a transferência da sede da Prefeitura do prédio histórico que ocupava para outro local, sendo que o calçadão da rua Halfeld e a avenida Rio Branco mantinham basicamente as mesmas características.







Já no comecinho da noite, cheguei ao apartamento da Diva, viúva de meu avô, atualmente com 96 anos e bem de saúde. Em sua residência, morei durante partes das décadas de 80 e de 90, dormindo num quarto cuja janela se volta para a movimentada Avenida Getúlio Vargas. A maior parte desse tempo morei com ela e com meu avô paterno Sylvio, no edifício Excelsior, onde, no térreo, ficava um antigo cinema de rua que, por sua vez, deu nome ao prédio.


Da janela da frente do apartamento, ainda é possível ver o Morro do Cristo e, quanto à Avenida Rio Branco, inspirada em inteligentes modelos viários da Curitiba do Dr. Jaime Lerner (1937 - 2021), com os ônibus trafegando pelo meio, como já disse, não teve grandes mudanças. Já a Avenida Getúlio Vargas, também não reconheci muitas alterações, exceto pelo fim de um antigo casarão que existia ao lado do edifício e quanto à construção de um outro prédio, reduzindo o campo de visão que eu tinha da minha janela.



No sábado (24/06), tirei as horas da manhã para fazer uma compras de roupas a pedido da esposa já que em Juiz de Fora ainda tem muitas malharias cujos preços são mais acessíveis do que nas lojas do Rio de Janeiro ou de Itaguaí. E, depois de ter almoçado uma lasanha com a Diva, fiz uma caminhada até o Instituto Granbery, onde concluí meu ensino médio nos anos 90. Porém, o colégio Stella Matutina, no qual cursei parte do primeiro segmento do ensino fundamental, situado na Independência (atual Avenida Itamar Franco), já tinha sido ocupado por novas construções.



Passando outra vez pelo Parque Halfeld, curti um pouco das apresentações de umas bandas de rock e havia um considerável público ali de jovens e também de pessoas de meia idade, muitos até mais velhos do que eu. Também pude degustar a tradicional pipoca com queijo frito que os ambulantes vendem na rua e observei que a pastelaria móvel Mexicana, entre a Independência e a Rio Branco, continuava ali atendendo o público. 




Ainda no mesmo dia, porém de noite, fui até à pizzaria La Belle, no bairro Manoel Honório, e reencontrei Daniel que foi meu colega de turma na segunda série do Colégio Stella, mais precisamente em 1985. Atualmente, ele é músico, utiliza o nome artístico de Dan Ratz, e pude ouvi-lo tocar juntamente com seu parceiro nos eventos culturais.



Já o domingo (25/06), minha tarde foi na granja da Diva, localizada num bairro próximo à Grama. Estava fazendo sol e, embora fosse inverno, resolvi assim mesmo entrar na piscina. A água estava gelada! Almoçamos uma comida feita no fogão de lenha pela Sônia, esposa do seu sobrinho Paulo Roberto, e aproveitei para ver as flores e árvores do pomar.





Até depois de voltar do passeio na granja, fui visitar a Jurema, que foi minha terapeuta da fala e muito me ajudou na época quando me mudei pra Juiz de Fora em meados dos anos 80. Naquele tempo eu não sabia pronunciar corretamente o som das palavras com a letra 'r' quando este aparece no começo de uma sílaba entre vogais. Ficamos conversando até tarde relembrando os velhos tempos e das coisas que aprontava nos meus tempos de infância de modo que só retornei faltando quase 15 minutos para a meia noite.


Durante a estadia, não desperdicei a chance de registrar alguns objetos até hoje guardados no apartamento da Diva e que marcaram o meu tempo de infância e hoje são relíquias, como os quadros pintados pelo meu bisavô Francisco, pai de meu avô Sylvio, um relógio centenário que a mãe da Diva ganhou de casamento, uns termômetros da época do meu avô, o telefone antigo da casa e o velho Fuscão verde na garagem do prédio.










Posso dizer que o carro é mais velho do que eu! Pertenceu ao meu avô e foi fabricado no ano de 1972. Encontra-se em excelente estado de conservação e, desde que o veículo foi tirado novo da concessionária, até hoje nunca rodou o velocímetro e nem bateu, apesar de uns pequenos incidentes. Como estava num local fechado e com pouca luminosidade, não foi possível mostrar o carro por dentro, mas os bancos e toda a parte interna ainda são da época assim como o parachoque de metal, faróis e lanternas.



Enfim, retornei para Muriqui na segunda (26/06), pegando três conduções, passando pelas rodoviárias de Petrópolis e de Caxias. E, como disse, foi uma viajem mais para visitar pessoas que há muito tempo não via e lembrar das coisas do meu passado. Aliás, a última vez que vi a Diva foi em 2015 e a minha prima Cristina, acho que desde os tempos de criança nos anos 80...

Nenhum comentário:

Postar um comentário