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segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Passeio no quilombo





Ontem (18/08), finalmente tive a oportunidade de participar de um evento no quilombo das fazendas Santa Izabel e Santa Justina, situados aqui em Mangaratiba/RJ, embora poucos conhecem a existência dessa comunidade de afrodescendentes, cujos ancestrais foram escravos.

Nosso passeio começou ainda pela manhã quando a minha colega de profissão, Dra. Fátima Farias, saiu com um grupo numa van daqui de Muriqui rumo às glebas onde se situa a tradicional comunidade daqui do Município. Tão logo chegamos, fomos tomar o café da manhã com um delicioso aipim cozido no rústico fogão à lenha.





Depois dessa nutritiva alimentação, encaramos uma trilha básica pela fazenda e fomos até onde se situam as ruínas do primeiro gerador de energia elétrica de Mangaratiba. E, por incrível que pareça, justo onde a luz começou a ser produzida no Município corresponde hoje a uma das comunidades onde os moradores se encontram privados de um serviço essencial, como comentei na postagem anterior.





Próximo dali, fica a residência de uma moradora que é também descendente dos remanescentes dos quilombos e, em frente, passa um majestoso rio onde, no passado, a energia elétrica foi gerada para o Município. A paisagem nessa área da fazenda é muita bonita e também proporciona uma excelente vista da região.








No aguardo do almoço, a tradicional feijoada, demos uma olhada nos produtos artesanais feitos pelos moradores da própria comunidade quilombola. E, na oportunidade, conheci também o artesão Marcelo Firmino, o qual faz admiráveis trabalhos com escultura.








Após o rango, assistimos a uma apresentação de jongo, uma dança brasileira essencialmente rural de origem africana que é praticada ao som de tambores, como o caxambu. Trata-se de algo que influiu poderosamente na formação do samba carioca e da cultura popular brasileira como um todo. Só que, devido ao preconceito e à intolerância religiosa, muita gente do nosso próprio país não sabe valorizar essa manifestação cultural.


Ao final, fiz contatos os integrantes da ONG "Litro de Luz", os quais estão ajudando a comunidade trazendo lampiões movidos a energia solar já que, como já dito, os seus moradores não têm luz elétrica. E, antes de voltarmos, fomos até a plantação de cacau de onde é feito um gostoso chocolate artesanal.






Enfim, foi um passeio muito interessante em que nos divertimos muito ao mesmo tempo em que nos instruímos acerca da cultura dos quilombolas que, de modo algum, pode ser esquecida no nosso Município e no Brasil.

Ótima segunda-feira a todos!

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