Apesar do Natal ser uma das datas mais importantes do nosso calendário (hoje em dia mais por motivos culturais/comerciais do que religiosos), há muitas curiosidades acerca desta época que nem todas as pessoas sabem.
Pois bem. Uma delas foi que o aniversariante Jesus de Nazaré não nasceu comprovadamente em dezembro, inexistindo na Bíblia qualquer referência direta ao dia, mês ou ano da sua vinda ao mundo. Nem mesmo nas literaturas apócrifas! Logo, trata-se de uma comemoração simbólica cuja instituição pela Igreja se deu no século IV da era comum para substituir as comemorações pagãs no solstício de inverno (natalis invicti Solis), que era a celebração do nascimento anual do deus Sol Invicto no Hemisfério Norte.
No entanto, quase a totalidade dos cristãos comemora o Natal e até mesmo muitos que não são religiosos seguem a tradição mais por razões culturais. E eu, sinceramente, não vejo problemas em aceitar tal comemoração sobre Jesus visto que possui um rico significado ético e pedagógico.
Mas o que dizermos do Papai Noel? O bom velhinho deveria ser abolido dos nossos natais?
Poucos conhecem isto, mas figura do Papai Noel é uma homenagem ao bispo católico Nicolau de Mira, o qual presenteava crianças pobres também no século IV. Claro que ele não tinha nada a ver com aquele homem rechonchudo, alegre e de barba branca que veste um casaco vermelho com gola e punho de manga brancos, calças vermelhas de bainha branca, cinto e botas de couro preto. Porém, ficou conhecido por sua caridade e afinidade com as crianças. E, devido à sua imensa generosidade e aos milagres que lhe foram atribuídos, foi canonizado pela Igreja Católica, tornando-se um símbolo ligado diretamente ao nascimento do Menino Jesus cuja data comemorativa ocorre anualmente dia 6 de dezembro por ocasião de sua morte no ano 350.
Assim, em que pese alguns cristãos dizerem que a tradição de Papai Noel desvia o público infantil das origens religiosas e do propósito verdadeiro do Natal, entendo que não. Talvez o único problema seja que a imagem do bom velhinho acabou se associando com a nefasta comercialização do Natal e se distanciou da verdadeira história do São Nicolau. Daí considero mais proveitoso os pais promoverem esse resgate histórico quanto ao verdadeiro Papai Noel, escolhendo presentes mais significativos, ao invés de abolirem de maneira radical a crendice dentre os seus filhos pequenos.
Quanto aos demais costumes natalinos, tipo a árvore com as bolas vermelhas (substitutas das maças usadas como enfeites), as músicas, o presépio e o peru assado, somente mudaria o cardápio dos brasileiros e optaria pelas canções traduzidas para o nosso idioma. Pois, a meu ver, o presépio continua sendo algo bem instrutivo para as crianças entenderem melhor o Natal, mas não acho que as pessoas se alimentem corretamente nesta época do ano aqui no Brasil que costuma ser bem quente com temperaturas capazes de ultrapassar os 40ºC. Daí penso que, se muitas famílias ainda desejam manter a tradição de comer o peru, conforme foi iniciado em 1621, no estado norte-americano de Massachusetts, durante o dia de Ação de Graças, então que procurem um acompanhamento mais tropical.
Fico por aqui. Encerro esse meu texto desejando a todos um excelente Natal e, se não postar nada mais aqui até 31/12 do corrente, deixo já um feliz 2018 agradecendo com sinceridades tanto as visitas quanto os comentários recebidos.
OBS: Ilustração acima extraída de http://catolicosemitaperuna.blogspot.com.br/2011/12/o-menino-jesus-e-o-papai-noel-dom.html
Olá, Rodrigo!
ResponderExcluirComo vai? E Núbia?
Um texto bem explicativo e todo verdadeiro, se a História não nos estiver enganando (rs).
FELIZ NATAL, HOJE E SEMPRE E UM EXCELENTE ANO NOVO!
Um cordial abraço.
Olá, CEU.
ExcluirBoa tarde. Como passou de Natal? Núbia vai bem, felizmente.
Pode parecer herético o que vou dizer, mas os fatos por nós conhecidos sobre Nicolau de Mira seriam considerados mais históricos do ponto de vista científico do que em relação a Jesus de Nazaré. Porém, é devido a este que a vida do velho bispo ganhou o sentido que teve.
Confesso hoje não me importar tanto com a historicidade de certos fatos que inspiram a nossa cultura. Busco mais o sentido ético e pedagógico dos personagens, tendo-os mais como arquétipos e que são de grande relevância para a formação da nossa sociedade Ocidental.
No caso de Jesus, se o quw dele aprendemos seriam ensinos originais ou uma versão atualizada dos antigos padres gregos, basco reter a essência da mensagem que chega aos nossos dias sempre aberta a uma adequação contextual. É como busco extrair o melhor da religião e da cultura.
Aproveito aquu a oportunidade para lhe desejar um ótimo final di feriado natalino e excelentes festas de ano novo, agradecendo por suas visitas ao blogue.
Um abraço
Olá, eu de novo!
ResponderExcluirO natal está se passando de forma natural, por aqui. Está um dia frio, húmido e com neblina matinal. Enfim, tenho o ar condicionado ligado e então assim no quentinho tudo bem.
Compreendi sua ideia, mas eu não consigo me desligar dos factos históricos, pois eles são verdade numa percentagem bem elevada. Eu sei que a tradição tem mto peso nas mentes da maior parte das pessoas, mas eu até gosto de "contrariar" a tradição, que acho coisa inventada e já mto batida. Todas as celebrações têm origem pagã, como você sabe, e o natal não é exceção, mas o costume e a tal tradição fizeram com que tudo entrasse para nossa cultura. Muita gente nem sabe disso, pke não tem cultura académica pra saber isso e o que lhes importa é receber prendas e consumir, consumir.
Grata pelos seus votos. Minha vida continuará normal, embora com umas pequenas férias.
Deixei umas palavrinhas no seu post de 26 de novembro desse ano. Acho importante ler. Depois, me dê sua opinião. Obrigada!
Um abraço para ambos.
Boa tarde, CÉU.
ExcluirCom esse calorão brabo que está fazendo aqui (se bem que hoje está mais ameno, embora abafado), sinto certo desejo de transportar-me para outro hemisfério por esses dias pois gosto muito mais do frio. Gosto mais dos meses de maio a agosto daqui porque as temperaturas são mais amenas.
Sobre o que colocou, realmente toda a origem das festas cristãs (e judaicas também) têm uma origem pagã senão na história da Igreja (ou dos israelitas). Até os rituais da Páscoa judaica já era antes praticado pelos pastores do Oriente Próximo, embora voltado para os deuses e buscando garantir a fertilidade do rebanho.
No caso do Natal, além da origem pagã das tradições sobre o nascimento de Jesus, houve um erro de leitura dos autores dos Evangelhos quando leram a profecia de Isaías que, em seu original hebraico, nem falava no nascimento de uma virgem propriamente dita, mas, sim, numa jovem. Ou seja, basearam-se na insatisfatória tradução grega da Septuaginta...
Mas, com seus erros de historicidade, ainda assim são tradições consideráveis e que podem ser ressignificadas para o contexto atual e contadas dos mais diferentes pontos de vista tal como as Escrituras.
Agradeço pelos comentários deixados na outra postagem de novembro. Irei lá conferir.
Um abraço
Nós e Papai Noel corremos perigo. Quando o país (representado pelos guardiões da constituição e das leis) perde o rumo definitivamente, ao aceitar a morte da ética e da moral, é porque chegou irremediavelmente ao fundo do poço.
ResponderExcluirMesmo assim não poderia de te desejar, junto aos teus, paz e saúde.
Boa tarde, Levi.
ExcluirPrimeiramente, muito obrigado por sua visita e comentários.
Nossa República atual já se exauriu. Não se reinventa mais e não há como reformá-la dentro do sistema.
No entanto, o pior de tudo é o povo também não ter hoje um rumo, um projeto, e daí dificultar a propositura de algo alternativo, mesmo que por meio de uma via revolucionária. Diferentemente do que foi em 1930.
Forte abraço, meu amigo, e tudo de bom. Muita paz, saúde, alegria e sucesso extensivo aos seus.
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ResponderExcluirDesejando um feliz Ano Novo de 2018, com muita saúde e Paz-
Abraço
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Obrigado, amigo. Pra você também um feliz Natal e próspero 2018, extensivo aos familiares
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