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segunda-feira, 3 de março de 2025

O primeiro Oscar brasileiro!



A última noite de ontem (02/03), além dos desfiles carnavalescos, foi marcada também por uma conquista histórica para o cinema do nosso país em que o filme Ainda Estou Aqui conquistou uma das estatuetas do Oscar® 2025. 


Conforme já havia compartilhado na minha postagem Uma vitória para o cinema brasileiro e para a memória histórica, de 06/01, quando Fernanda Torres conquistou o inédito Globo de Ouro, ao ser premiada como a melhor atriz de drama, a obra "representa um prestígio à nossa memória história e o anseio por Justiça". Pois o filme lembra às novas gerações sobre a ocorrência de um passado de perversidades, "o qual nunca mais queremos que se repita no nosso país e em nenhum outro".


Embora a premiação da noite de ontem tenha agraciado o diretor Walter Salles, na categoria do melhor filme estrangeiro nos Estados Unidos, a Fernanda obviamente continua sendo parte desse notável empreendimento cultural juntamente com todo o elenco. E, neste sentido, foram bem oportunas as suas palavras:


"Em nome do cinema brasileiro, é uma honra tão grande receber isso de um grupo tão extraordinário. Isso vai para uma mulher que, depois de uma perda tão grande no regime tão autoritário, decidiu não se dobrar e resistir... Esse prêmio vai para ela: o nome dela é Eunice Paiva. E também vai para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela. Fernanda Torres e Fernanda Montenegro"


Fato é que a ideia do filme é o ingrediente imaterial de maior valor. Além de dignificar a corajosa luta de uma mulher contra um regime brutal que manchou 21 anos da nossa História, podemos compreender uma ligação com o presente depois de quatro anos de sofrimento tendo na Presidência da República Jair Bolsonaro, um homem que louvava os torturadores da ditadura e desprezava os direitos humanos.


Portanto, nós que rejeitamos o retrocesso e o autoritarismo, temos motivos de sobra para celebrar o sucesso desse filme que ensina os brasileiros a valorizar a democracia. Pois, tão importante quanto ao voto, estão a liberdade de pensamento, de expressão, de imprensa, a defesa da vida, dos direitos políticos, de reunião com fins pacíficos, de se filiar a um partido, não ser condenado e preso sem um devido processo legal que respeite o contraditório e a ampla defesa, jamais sofrer penas de morte ou cruéis, atividade artística livre, etc.


Ditadura nunca mais!


Viva Eunice Paiva, Walter Salles, Fernanda Torres, Selton Mello e todos os que defendem a democracia!


Ainda estou aqui comemorando o nosso primeiro Oscar!

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