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domingo, 9 de julho de 2023

Em memória de um ativista covardemente assassinado pelo Estado nos tempos do anarcossindicalismo



Há exatos 106 anos, mais precisamente em dia 9 de julho de 1917,  era assassinado pela polícia de São Paulo o jovem sapateiro Francisco José Martinez, aos 21 anos de idade. 


Ele foi morto enquanto participava de um protesto grevista em às portas da fábrica Mariângela, no bairro do Brás. Tal evento serviu de estopim para a ocorrência da Greve Geral de 1917, a qual paralisou o comércio e a indústria nas principais cidades do Brasil. 


A seu respeito assim escreveu o jornalista Edgard Leuenroth:


"O enterro dessa vitima da reação foi uma das mais impressionantes demonstrações populares até então verificadas em São Paulo. Partindo o féretro da rua Caetano Pinto, no Brás, estendeu-se o cortejo, como um oceano humano, por toda a avenida Rangel Pestana até a então Ladeira do Carmo em caminho da Cidade, sob um silencio impressionante, que assumiu o aspecto de uma advertência. Foram percorridas as principais ruas do centro. Debalde a Policia cercava os encontros de ruas. A multidão ia rompendo todos os cordões, prosseguindo sua impetuosa marca até o cemitério. À beira da sepultura revezaram os oradores, em indignadas manifestações de repulsa à reação (...) No regresso do cemitério, uma parte da multidão reuniu-se em comício na Praça da Sé; a outra parte desceu para o Brás, até à rua Caetano Pinto, onde, em frente à casa da família do operário assassinado, foi realizado outro comício."


Essa luta da Greve Geral de 1917 jamais pode ser esquecida pelos trabalhadores!


OBS: Imagem do funeral do jovem ativista publicado no jornal A Plebe.

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