Há exatos 103 anos, mais precisamente em 29 de outubro de 1921, ocorria o segundo julgamento de Sacco e Vanzetti em Boston, Massachusetts, Estados Unidos, os quais foram dois anarquistas italianos condenados à morte, sob a acusação de homicídio de um contador e um guarda de uma fábrica de sapatos.
Todavia, o processo foi marcado por contradições, incoerências e xenofobia! A grande quantidade de testemunhas e seus depoimentos, às vezes maçantes, vieram a ser uma das causas da fadiga do júri.
Sabe-se que os depoentes arrolados pela defesa, muitos das quais eram recentemente imigrados e sem fluência da língua inglesa, não tinham tanta credibilidade por parte do júri. A dificuldade de tradução, a má interpretação e a própria vontade, por parte da acusação, de provocar confusão nas testemunhas de defesa tornavam as oitivas conflituosas e pouco críveis.
Depois da execução da pena, os professores Louis Joughin, da New School for Social Research, e Edmund M. Morgan, da Harvard Law School, estudaram o processo e o julgamento de Sacco e Vanzetti durante vários anos. Em 1948, chegaram à conclusão de que foi cometido um erro judicial. Segundo os autores, Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti foram vítimas de uma sociedade doente, na qual o preconceito, o chauvinismo, a histeria e a má-fé eram endêmicos.
Em 23 de agosto de 1977, cinquenta anos após a morte de Sacco e Vanzetti, o governador de Massachusetts, Michael Dukakis, reconheceu formalmente a injustiça cometida pelo tribunal e reabilitou os nomes dos dois italianos.
OBS: Registro de uma manifestação de trabalhadores em favor de Sacco e Vanzetti ocorrida em Londres, 1921.
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